GioMAS 18/12/2022
Leve como um soco inesperado no estômago
Os contos, com exceção dos dois últimos, são concisos e brutais. A narrativa se desenvolve rapidamente e não economiza na tensão e violência.
Os dois últimos, "A conexão" e "A velha geladeira dos Andersons", na minha limitada percepção de leitora simplória, divergem dos demais quanto ao estilo. Parecem-me mais reflexivos e descritivos, pautando-se nas sensações e pressentimentos dos desafortunados personagens. Ainda assim, emanam a energia geral presente na coletânea "Minhas primeiras mortes".
Pois bem. Para além disto, o livro se vale de notável ambientação, descrevendo cenários aparentemente comuns que, rapidamente, em razão dos desdobramentos do enredo, revelam-se inusitados e cruéis.
As súbitas alterações cronológicas, com menções ao passado e futuro próximos - especialmente em "Sob nova direção" e "A trupe dos quatro palhaços" -, asseguram o ritmo da leitura (ligeira e estimulante).
O contexto permite a identificação das motivações e receios dos personagens.
E, claro, há música, muita música. Os contos são compassados por rock.