À beira-mar

À beira-mar Abdulrazak Gurnah




Resenhas - À beira-mar


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Francis 18/03/2024

Gostei do livro. Interessante acompanhar uma história que se passa em um país/região que não sei muito a respeito (Zanzibar/Tanzânia/África Oriental).

Com o livro acompanhamos a trajetória de dois refugiados de Zanzibar que se encontram no Reino Unido, para então descobrirmos que suas vidas já estavam ligadas em seu país de origem, cada qual com sua versão.

Relata um pouco das dificuldades enfrentadas pelos refugiados na adaptação em um novo país, embora o foco não seja este, e sim a história prévia dos personagens e o confronto de versões.
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Lisa 21/02/2024

Um mar de sabedoria
Abdulrazak Gurnah não é o primeiro negro a ganhar o nobel, nem o primeiro africano a fazê-lo, mas é o primeiro refugiado a conquistar a honraria e isso importa. Em sua escrita, Gurnah, nascido em Zanzibar e fugido de lá ainda jovem buscando asilo no mesmo país que gerou os problemas que o fizeram precisar sair de sua terra natal, ironia essa que não deixa escapar, revela os paradoxos da vida e quebra a dicotomia dos padrões. "O mesmo portal de onde haviam saído as hordas que foram consumir o mundo e para o qual fui me arrastando a fim de pedir que me deixassem entrar. Refugiado. Em busca de asilo. De compaixão."

Em A Beira-mar, o autor inicia a narrativa com um protagonista frágil e vulnerável, nos faz empatizar com o senhor indefeso e incauto que busca proteção no Reino Unido. Esse senhor não tem história ainda, é um velho se fazendo de confuso, mas automaticamente o lemos como sofrido, como vítima. E então a história se encorpa e Gurnah nos confronta com as várias facetas que tais personagens possuem, sendo tanto vítimas como algozes de suas histórias e de outros. Reforçando a sua ideia de que nenhum refugiado chega de mãos vazias, traz consigo sua história, suas dores, suas conquistas, sua memória. Não é uma folha em branco a ser reescrita, mas alguém com identidade e passado.

Ao abordar o lugar do refugiado, sendo ele mesmo um, Gurnah chama atenção para as relações de poder dentro disso. Seu protagonista, ao encontrar com outros refugiados, dois homens brancos europeus, é menosprezado por eles. Por que no fim, por mais que suas histórias sejam parecidas, por mais que carreguem o mesmo selo, Omar é ainda um africano preto e assim sendo, menos digno de empatia, de dignidade que um irmão branco europeu.

Não há binariedade aqui, Gurnah garante a quebra da visão maquineísta de bom e mal. Seja com os personagens que nos apresenta ou com a própria história de colonização. Se por um lado, ele constrói um debate decolonial criticando o Império inglês e doutrinação sofrida pelo seu povo, também levanta todo o avanço advindo disso. "Era como se eles nos houvessem recriado, e de tal forma que não tínhamos outra possibilidade senão aceitar." "O bem deles, no entanto, era impregnado de ironia. Falavam-nos sobre a nobreza de resistir a tirania nas salas de aula e depois instituiam toques de recolher após o por do sol, ou mandavam os panfletários para cadeia por sedição. não importa, eles realmente limpavam os riachos e aperfeiçoavam o sistema de esgotos e traziam vacinas."

Abdulrazak Gurnah é um nobel e é fácil perceber o porquê. Sua escrita é limpa, tem uma nostalgia dolorosa que escorre de suas páginas, a maneira como escreve e costura as narrativas criadas com tanta suavidade encanta. A didatica com que embasa seu livro ao inserir tamanho contexto histórico e críticas politicas relevantes até hoje e anos a frente é de imensa naturalidade. No fim, bebi dessa leitura sem respirar. Infelizmente ainda sem edição no Brasil, tendo sido enviada ineditamente pela TAG, mas que torço para que mude e logo.
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Heider 30/12/2023

Surpreendente
No começo do livro, quando é apresentado o protagonista, Saleh Omar, idoso, em busca de asilo, imaginei que a história seria apenas sobre a dura vida de um refugiado africano na Europa. Fui surpreendido quando a história avança, conhecemos o passado do protagonista, conhecemos Zanzibar, Tanzânia, e um pouco da história da região.

Simpatizei logo de cara com o protagonista. Um jeito ranzinza, mas muito observador, que tem que fingir não falar a língua do país onde pediu asilo, situação que permite mostrar a arrogância do pensamento eurocêntrico e seu menosprezo mesmo quando esses supostamente ?estendem a mão?. O estranhamento causado pelo fato do protagonista gostar de mapas e móveis vai ficando pra trás ao acompanharmos sua longa jornada, conhecer mais das tradições muçulmanas, do comércio até as regras de herança.

As personagens são bem construídas, os cenários são incríveis e o desfecho é excelente. Espero ler mais de Abdulrazak Gurnah num futuro próximo. Recomendo.
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Esdras 23/12/2023

O Nobel de Literatura 2021 não é à toa. Livro com uma escrita capaz de nos atravessar. Bem contemporâneo, por tratar principalmente da questão dos refugiados. Ponto negativo: a confusão às vezes causada pela quantidade de personagens.
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Mari 04/08/2023

Livro pra sair da zona de conforto
Gostei da complexidade dos personagens, bem como da forma que foi narrado. Amei os cenários diferentes, amei ser introduzida à cultura de um país tão pouco conhecido aqui no Brasil, e amei a perspectiva narrativa dos imigrantes, suas percepções do país adotado, como chegaram lá, a trajetória? tudo.
Foi um livro que me arrastei pra começar - achei um pouco confuso no início, e por isso as estrelinhas a menos-, mas que depois a leitura fluiu. Recomendo a leitura!
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Karolline.Campos 02/08/2023

Concluído em 01/08
Uma leitura incrível, narrativa muito envolvente. Achei sensacional a forma como o autor consegue nos levar para o passado e presente dos personagens nos fazendo sentir majestosamente a trajetória de descobertas.

A leitura desse livro me teletransportou para a terra onde tudo aconteceu. O ponto máximo da obra é, certamente, a percepção de que somos feitos de histórias. Sempre carregamos aquilo que somos. Mesmo as ausências ou o esquecimento tem sua parcela na pessoa que nos tornamos.

Foi uma rica experiência. Muito bom ler algo de outra cultura, algo que nos faz pensar por caminhos diferentes dos qur estamos acostumados.
Mattenna 02/08/2023minha estante
Não é 01/08?
Não quero parecer grosso, só tô querendo ver se ainda realmente estamos no mês 07 kkkkks


Karolline.Campos 03/08/2023minha estante
Foi a emoção kakaka




Leandro190 01/08/2023

Abaixo os mapas
Não sei se gostei desse livro. Inicialmente, ao pensar na trajetória de um refugiado, alimentei perspectivas de enredo que não se confirmaram e obviamente não precisavam se confirmar mesmo, o nobel de literatura é o autor do livro eu sou um reles leitor, mas encontrei belas reflexões sobre a vida, sobre reencontros difíceis, sobre conviver. Interessante a ideia de pensar que os mapas colocaram limites no mundo.....dá pra imaginar que nossos mapas internos também nos limitam, dificultam nossa transcender e acabam por nos apequenar.
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Talita Teles 14/07/2023

Achei o livro muito arrastado no começo? leitura difícil, nomes complicados de memorizar, tanto dos personagens quanto dos lugares. Demorei pra engatar, e até mesmo o final não me agradou muito. Mas é uma história de superação, lutas, liberdade e perdão.
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Diego Vertu @outro_livro_lido 10/07/2023

Saleh Omar chega no aeroporto de Gatway na Inglaterra dizendo não saber falar inglês e pede asilo no país, vindo da Tanzânia e após vários acontecimentos no aeroporto, Saleh entra no país e fica num alojamento à beira mar. Rachel que cuida do caso, vai buscar Latif, um professor universitário também Tanzaniano residente no país. Porém o passado dos dois é bem ligado.
É um livro que trata de um tema bastante recorrente que é os refugiados, portanto, fui com bastante "sede ao pote" mas fiquei frustrado, no decorrer do livro creio que o enredo principal foi perdido virando um livro de memórias entre os dois personagens e a vida na Tanzânia, o autor vai adicionando muitos outros personagens na história que deixa o leitor confuso e não são importantes ao mote principal. Mas apesar desses pontos, o autor tem uma escrita poética com partes bem reflexivas.
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taisbellini 29/06/2023

Denso e leve ao mesmo tempo
Não é a toa que é vencedor do Nobel. Um livro profundo apesar de não muito longo. Uma leitura densa, mas fluída. Tanto conteúdo, tanta história, tantas reflexões, diluídos em uma narrativa leve de ler, com trechos que prendem o leitor quase até terminar o livro. Um ponto de vista diferente sobre uma história que poucos conhecem. Ótima leitura, recomendo.
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Marcello Ramalho 18/06/2023

Tive muita dificuldade em engatar a leitura com esse livros. As primeiras 70 páginas foram torturantes. Muitos personagens, muitas digressões e a narrativa não fluía. Peguei e largue o livro mais de 10 vezes. Até que numa das tentativas, a leitura flui. Ufa?
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Paty Gazza 06/06/2023

Um Nobel merecidíssimo
Eu esperava que essa fosse ser uma história sobre vingança e acerto de contas, mas ela acabou me surpreendendo pela sensibilidade com que fala do drama dos refugiados, colocando o dedo na ferida do colonialismo. Nós primeiro somos introduzidos ao ponto de vista dos dois personagens principais individualmente, e por cerca de metade da narrativa eles têm a oportunidade de revisitar o passado e elaborar, juntos, a cadeia de acontecimentos que os levou até ali, com suas dores, seus traumas e arrependimentos.
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Ana Paula 03/04/2023

Demorei a eternidade para encontrar forças para terminar as últimas cem que foram uma lavação de roupa pura. O livro trata de assuntos interessantes e os personagens são muito bem trabalhados, mas como já falaram aqui, a narrativa é muito arrastada e por horas confusa.
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Chele 07/03/2023

Uma questão bem latente tem se tornado cada vez mais urgente nos últimos tempos: a questão dos refugiados. É absurda a quantidade de pessoas que são obrigadas a abandonarem seus lares por conta de conflitos ou perseguições. Esse é o eixo central em à beira mar que acompanha a história do comerciante Omar que assume outra identidade e busca, já em idade avançada, asilo político na Inglaterra. Com notas autobiográficas mostra o sofrimento, o dilema, o trauma que é abandonar seu país em busca de abrigo.
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