Ciranda de Pedra

Ciranda de Pedra Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Ciranda de Pedra


613 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Nathane6 16/03/2024

São traidores, não delatores.
?Leitura concluída em 13 de março de 2024

?Nota: ????????½

?Resumo: Virgínia é uma menina sonhadora e muito sensível. Vive uma situação atípica desde que seus pais se separaram. Desde então, passa a buscar sua aceitação pelas pessoas que ela ama. Mas vale a pena entrar nessa ciranda?

?Opinião: Maravilhosa trama psicológica sobre pertencimento e aceitação de quem nós somos. Virgínia passa por grandes perturbações até entender quem é ela nessa ciranda. Uma história agridoce mas tem um final importante para a protagonista. Gostei da leitura....personagens bem complexos.
comentários(0)comente



Deborah252 15/03/2024

Amar o inútil
Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Natalia.Tamaio 10/03/2024

Ciranda na qual qm está não sai, e quem está fora não entra
Ciranda de Pedra foi meu primeiro contato com a autora brasileira Lygia Fagundes Telles, que foi indicada ao Nobel de Literatura, e também o primeiro livro nacional que eu li neste ano de 2024. Ele se passa na década de 50 e conta a história de Virginia, a caçula de três irmãs e filha de um casal que se separou, e agora Virginia mora com a mãe e o novo padrasto ? a quem chama de tio ? em uma casa diferente da residência luxuosa do pai, Natercio. Podemos dizer que Ciranda de Pedra é um romance de formação, porque vamos observando justamente o decorrer da vida de Virginia: a primeira parte do livro trata de sua infância e dá a entender que a personagem está entre os 7 e 10 anos, e a segunda parte mostra ela já voltando, por volta dos 20 anos, do internato para onde foi morar e enfim para a convivência com a família.

O que mais me chamou a atenção com certeza foi Lygia, a autora, montar um enredo desse em uma época em que o divórcio sequer era permitido por lei, ou seja, temos a oportunidade de acompanhar de perto as reações e consequências vividas pela família com relação ao escândalo da separação. Embora Lygia não aborde o impacto e a opinião da sociedade sobre a família (não é isso que ela tem interesse em mostrar, mesmo porque essa é a parte óbvia), ela traz justamente qual foi a reação e comportamento a partir de então dos próprios membros da família: de Natercio, o marido traído; de Bruna, a filha mais velha religiosa; de Otavia, a filha do meio que se assemelha à mãe e é artista e de ambas as empregadas: Frau Herta, governanta da casa de seu Natercio, e Luciana, empregada da casa onde vivem Laura, a mãe de Virginia; a menina e seu padrasto.

O livro traz pelo menos três reviravoltas importantes na vida de Virginia e sua família, e acho que foi por conta delas que gostei muito da leitura ? dei 4,5 estrelas como avaliação. Indico para qualquer pessoa que goste dessas histórias mais mundanas e dramáticas de famílias, que goste de entender a formação de personalidade e a hipocrisia de alguns comportamentos que observamos quando adultos ? e que enfim fazem sumir o aspecto de ?semideuses? que atribuímos a algumas pessoas quando éramos crianças.
comentários(0)comente



Alecia Rodrigues 09/03/2024

Sinto que só um outro brasileiro poderia escrever algo tão bom assim. Sou noveleira e é claro que me apaixonei por esse livro, todos os elementos desse livro me deixou nostálgica!!!
Tenho algumas ressalvas quanto ao final??? Mas, é mais uma coisa para alugar um triplex na sua cabeça por um longo tempo.

Os personagens são detectavem, pessoas sem caráter e a Virginia a protagonista também para falar a verdade desde o primeiro momento não gostei dela e ela não conseguiu me conquistar. Porém, isso é o objetivo da obra (mostra a futilidade das pessoas, potencialmente da classe média brasileira) e engrandece a autora que foi capaz de fazer uma representação tão boa.
comentários(0)comente



Wania Cris 08/03/2024

Questões...
O livro é um mergulho na sociedade machista dos anos 50, porém mostra ousadias que até hoje não são permitidas às mulheres, como lutar por sua felicidade. Mãe de Virgínia fez isso e enlouqueceu e duvido muito que a loucura tenha vindo da decisão, muito mais provável que do julgamento.

A desestruturação da família também é imposta à mulher porque, ora, onde já se viu um homem manter sua família de pé? Claro que isso é responsabilidade e culpa da mulher (contém ironia e raiva).

Virgínia cresceu protegida da verdade, vendo a mãe viver o amor que era tão rechaçado na casa do pai. Não tem como mesmo a menina ser menos confusa.

No fim, todo mundo tava despirocado das ideias e é isso que a gente aprende que acontece quando se importa mais com a opinião dos outros que com os próprios sentimentos.
comentários(0)comente



Eduardo Cassago 04/03/2024

O que fazer para quebrar o círculo?
Assim como a formiga que sobre pelo batente da porta e vai ao chão com um sopro, Virgínia sobe as escadas, cheia de esperança, para ver a mãe acossada pela loucura. Seu sopro de esperança logo a derruba novamente para o início da escada; no outro dia e no outro.
Assim é a vida da criança Virgínia e depois da adulta: cheia de recomeços, isolamentos - por vontade própria ou não - introspecção e esperança.
Lygia nos mostra, com enorme sensibilidade, como a sociedade caótica pode açoitar uma criança que apenas quer ter a "vida normal" de volta. Morar com o pai, mãe e irmãs, todas juntas. Não entende por que o padrasto cuida mais dela do que o próprio pai. Não sabe porque é sempre preterida pelas irmãs e os amigos destas. Mas aos poucos todos os segredos são desvelados e ela enxerga a vida como ela é - não existem pessoas boas e pessoas más, somos todos as duas coisas, dependendo da circunstância.
Segue-se a ciranda da vida de Virgínia, cheia de recomeços, ao contrário dos anões do jardim, em seu círculo fechado, como sempre, cada qual com seu olhar de pedra fixo num futuro que talvez nunca chegue. O que fazer para quebrar o círculo?

site: https://www.youtube.com/@canalosofredor
comentários(0)comente



alinepickles 02/03/2024

Tava sentindo falta de ler algo nacional e não poderia ter acertado mais na escolha. Com uma narrativa fluida e propositadamente confusa em alguns momentos, somos envolvidos em uma trama familiar cheia de segredos e tristezas. A "loucura" de Laura (que na minha opinião pode ser o que chamamos hoje de depressão pós-parto) dá o compasso da história e nos imerge na cabeça e na vida de boa parte dos personagens, é como se houvesse algo de contagioso naqueles delírios de besouros e raízes. Maravilhoso, espero reler um dia.
comentários(0)comente



LudGuiotti 29/02/2024

Um romance novelesco
A parte 1 do livro é bem conturbada, descreve muitos personagens, mas constrói bem cada um. A parte 2 flui melhor, mas no tom de novela. O final é bem bacana!!! Compensa a leitura, é uma escritora que escreve bem e amarra a trama sem deixar pontos!
comentários(0)comente



Izabella.BaldoAno 29/02/2024

Esse foi meu primeiro contato com a escrita de romances de Lygia. fui direto no romance que explodiu na cena da literatura moderna brasileira na década de 1950, e que já foi mais de uma vez adaptado pra produções audiovisuais.

vejo que o estrondo faz todo sentido. encontrei aqui uma história que aos poucos desmancha a estrutura de aparências da família de classe média alta brasileira da época, que explora as contradições de ser humano, que vai despindo os sentimentos mais íntimos de cada uma das personagens.

Ciranda de Pedra nos é contada a partir da perspectiva de Virgínia em duas fases: primeiro, através de seu olhar de criança, e depois, ao adultecer. Virgínia experimenta abandono e o tempo todo rememora e revivencia seus traumas. seu desenvolvimento e como ela reage a tudo que lhe acontece são surpreendentes, uma virada seguida de outra virada seguida de outra virada.

um dos pontos que mais me chamou a atenção foi a presença constante de insetos na narrativa, sobretudo nos pensamentos de Virgínia que repetem falas que escutou das pessoas que ama, e como a narrativa vai construindo significados pra a presença desses insetos. "um dia, um besouro caiu de costas. e besouro que cai de costas não se levanta nunca mais", disse Laura, mãe de Virgínia, marcando-a pra sempre.

outro aspecto marcante é a própria repetição dos pensamentos e como eles estão inseridos dentro das falas. as personagens conversam umas com as outras ao mesmo tempo em que conversam consigo mesmas em seus pensamentos. elas falam e pensam e daí nasce aquilo que falarão em seguida e sua escolha do que verbalizar nos mostra da maneira mais crua aquilo que sentem, aquilo que escondem, aquilo que querem construir da sua imagem.

as relações entre as personagens são essa ciranda que vai se fortalecendo a partir da cumplicidade, da dívida para com o outro, do amor, do ódio, de tudo que é belo e feio ao mesmo tempo.

no fim, o que é loucura? o que é traição? como é válido amar? - Lygia me faz questionar.

é um livro que parece não ter começo nem fim: começa assim, numa cena íntima em que parecemos nos intrometer, e do mesmo jeito termina.
mariaclara.pb 29/02/2024minha estante
eu amo!




Bárbara Garbinato 22/02/2024

Primeiro contato com lygia
Emocionante. Irei ler mais livros da autora, com certeza. Narrativa fluida, impactante psicologicamente, profunda em simbolismos. Amei!
comentários(0)comente



dmitrivileheart 21/02/2024

Esse livro foi um passeio inimaginável, no começo ao acompanhar a vida da Virgínia menina tudo era muito obscuro mas ainda assim brilhante, afinal tudo era narrado pelos olhos de uma criança que ainda não compreendia nada da vida e que tenta desvendar o mundo e as pessoas que a cercam junto com o leitor. Para mim essa foi a melhor parte do livro, a Virgínia criança desabrocha em muitas fases, despenca em vários sofrimentos e vagueia por um mundo que a todo momento não a quer por perto, mas mesmo assim a mantém com um tipo de pena que leva ao amor.

A segunda parte com Virgínia adulta alçou um voo repentino do mundo sombrio da sua infância para o mundo eletrizante e dramático do começo da vida adulta. Tudo nessa segunda parte muda drasticamente, os personagens e o ambiente são todos tocados por uma nova trama que traz conflitos e descobertas surpreendentes que me deixaram ainda mais ansiosa para terminar o livro. É uma parte bem mais madura, de aparência forte por fora mas extremamente frágil por dentro, Virgínia tenta entrar no mundo dos adultos mas sem realmente ter deixado de ser a criança que tinha as unhas roídas e andava nas pontas dos pés.

O final foi uma surpresa, fiquei bem feliz por ser meio conto de fada e meio realidade, no fundo eu esperava por alguma coisa mais obscura que algumas vezes foi sugerida durante a história mas mesmo que não tenha atendido essa expectativa ainda foi um final coerente com o livro. Lygia tem uma escrita muito visual e por isso extremamente linda, seus diálogos são reais e seus personagens são palpáveis, tudo é amparado por seu jeito delicado mas dolorido de descrever a realidade sem nunca perder a essência poética.

Enquanto lia esse livro eu voltei a escrever de novo e terminei um capítulo que até agora eu ainda gosto bastante :)
comentários(0)comente

Geo 24/02/2024minha estante
Sua resenha me deu mais vontade ler




rcssa 20/02/2024

Um livro imagético e apaixonante
Se o que torna um bom livro é a capacidade que ele tem de arrebatar o leitor de sua realidade e o transportar através dos tempos ou dos mares, o que torna um bom autor é sua capacidade de se fazer criança ou adulto, homem ou mulher de um parágrafo a outro. E isso Lygia faz com maestria.
É um livro que nos leva a refletir sobre vários assuntos delicados presentes na nossa sociedade como o racismo, a intolerância e o fanatismo religioso de uma forma sutil.
Uma leitura que vale a pena.
comentários(0)comente



Lisiearagao 14/02/2024

No inútil também está Deus.
O livro narra o drama de uma família destruída através da visão da filha mais nova. Uma história triste, mas a sensibilidade da autora é tão grande que você atravessa a toda a obra acompanhada de muita doçura, leveza e coragem.
Para quem gosta de Carla Madeira eu achei muito parecido com o estilo dela, mas com a narrativa um pouco mais lenta.

?É preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem pensar em nada em troca. (?)
Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza. No inútil também está Deus.?
Lygia Facundes Telles
comentários(0)comente



Pri 13/02/2024

Me surpreendi com esse livro. A leitura não e fluida, muitas inserções de pensamento e diálogos truncados. A história é triste e contada no início pelo ponto de vista de uma criança/adolescente que vai desabrochando, em meio a muito sofrimento e se encontrando no mundo, revelando a hipocrisia das famílias e das relações. "somos traidores, mas não delatores."
comentários(0)comente



613 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR