diennifercb 14/01/2024
É preciso amar o inútil
Meu primeiro contato com a Lygia, e não poderia ter sido melhor. Esse livro é genial! Gosto como a autora narra a vida dessa família de uma maneira tão crua e tão verdadeira, tão humana, e é incrível a capacidade dela de criar personagens detestáveis, mas tão cheios de uma personalidade única. Durante a leitura, acompanhamos uma protagonista criança, e posteriormente uma Virgínia já madura, e sinto que engrandeceu a obra termos o olhar da infância para os conflitos familiares e para os conflitos internos da personagem, com aquele fluxo de pensamentos bem confuso e característico da infância, retratando bem a nossa incapacidade de compreender as crianças e como elas se sentem. Depois, na maturidade, entendemos um pouco mais de como a vida vai se colocando para Virgínia e o que ela faz disso tudo, chegando aquele final, que foi um fechamento incrível, na minha opinião. Gosto muito que os sentimentos dos personagens são sinceros, e o dilema da protagonista é muito palpável, parece que sentimos junto dela essa necessidade de aceitação, de ter um lugar na ciranda de pedra. É um livro que fala bastante sobre relações familiares, mas eu diria que, como ponto principal, fala muito sobre a maturidade e sobre entender o processo de amadurecer, o que permitimos que fique e o que deixamos ir.