Diorama

Diorama Carol Bensimon




Resenhas - Diorama


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EstAfani.Sandmann 16/09/2023

Lindíssimo
Que difícil essa resenha, acho que Diorama foi o livro que mais curto esse ano. Percorri a história (que eu não conhecia, do assassinato de um deputado em Porto Alegre), andei pelas ruas. Me senti perdida tal qual nossa heroína se sentiu. Uma construção tão linda de personagens, uma profundidade de sentimentos. Diorama é uma representação de algo real, mas tão real que deixa claro suas imperfeições. É assim que esse livro trata de relações de família, de amor, de morte. Lindíssimo.
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Marina.Duarte 27/05/2024

Foi o primeiro livro de Carol Bensimon que li. Adorei o jeito que ela escreve e gostei muito da história. Não conhecia o caso Daudt, li como um romance e me emocionei com os personagens. Gostei muito.
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@limakarla 25/06/2023

Eu vi muitas pessoas indicando esse livro, falando que era muito bem escrito, então resolvi dar uma chance e ainda bem! Não estava pronta pra ver um novo favorito nascendo no meu coração.

A autora se baseou na história de um crime que aconteceu no Rio Grande do Sul e em cima disso criou seus personagens e enredos tão bem amarrados e repletos de camadas. Existe uma discussão política, discussão sobre sexualidade, relações entre pais e filhos, tudo que eu gosto!

Acompanhamos a aurorar recriar toda a teia das suas memórias, numa tentativa de compreender o que aconteceu com a sua própria família. E isso feito misturando presente, passado e desconfianças que a acompanharam a vida inteira. Simplesmente fenomenal e viciante.
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Stella F.. 14/06/2023

Diorama da natureza e da vida
Diorama
Carol Bensimon - 2022 / 288 páginas - Companhia das Letras

Logo de início somos apresentados à família da protagonista Cecília que nos conta sua história em dois momentos: quando criança e agora adulta vivendo nos Estados Unidos, e com uma carreira de taxidermista onde monta muitos dioramas, reprodução de ambientes representativos do habitat natural dos animais. Cecília faz sérias críticas aos empalhadores e naturalistas, matando os animais e às vezes, deixando os bichos empalhados, em um depósito, esquecidos. "Eu gostava deles. Eles me deixavam intrigada. Eram animais e eram também objetos. Além disso, e acima de tudo, eu guardava lembranças muito nítidas das minhas visitas ao museu de história natural de Nova York. Nada era mais incrível que os dioramas. Eu tinha passado muitas horas diante deles, a poucos centímetros do vidro, completamente abismada pelos habitats refeitos nos mínimos detalhes. Queria entender como aquilo tudo fora construído. Parecia uma combinação fascinante de ciência e teatro. Comecei a ler vários livros sobre o tema." (pg. 216)

Conhecemos as personagens: mãe (Carmen Matzembacher), pai (Raul), avós (Wagner e Ondina), irmãos (Vinicius e Marcos), o cachorro Faísca e já vamos acompanhar uma viagem de caçada nos pampas. Nessa viagem já vemos se delineando as características de alguns personagens, e ficamos avisados que logo tudo irá mudar, uma mudança radical na vida de todos.

No presente, o namorado de Cecilia, Jesse, viajou com sua banda. Ele é músico. Na ausência dele, Ciça recebe notícias de que seu pai está doente, em Porto Alegre. Ela sabe que deveria ir ver o pai, mas não consegue. O irmão fala que ela conseguiu se afastar, "ilesa". Mas ela diz que não. Tudo a remete ao passado. Ela gosta de hotéis onde ao lado sabe que é tudo igual, meio padronizado, nada sai do lugar, tudo funciona igual para todo mundo. Mora em um quarto sublocado onde a dona ouve televisão o dia inteiro, e isso a remete aos anos oitenta, é como se ela, apesar de muito distante de casa, não saísse do lugar. "É como se as mesmíssimas colchas, cadeiras e luminárias, arranjadas e rearranjadas nas mesmas posições, fizessem eco aos padrões limitados dos dramas humanos vividos aqui. Por um instante, isso parece diminuir o peso da minha história." (pg. 53) "Deixar para trás não é esquecer." (pg. 35)

A partir da segunda parte do livro me senti mais empolgada com a leitura, pois vamos conhecer o Caso Satti, o caso ficcionalizado do assassinato real de um deputado federal, e que tem como principal suspeito o pai da protagonista. Conhecemos todos os meandros do que levou Raul a ser suspeito e vemos Cecília com sua perspicácia, apesar dos 9 anos, não compreendendo tudo, mas observando (quando adulta vai rever os acontecimentos do dia do assassinato e dos dias seguintes, e vai estudar a posição da mãe, do pai, do tio Weber e coisas que podiam passar despercebidas, mas que foram escolhas malfeitas). Sabemos da discordância política, apesar da amizade, de Satti e Raul. E aos pouquinhos vamos descobrindo que Carmen gostava de Satti, que Raul ficou estacionado na frente do prédio com uma arma no carro, que Vinícius, de alguma maneira se envolveu com Satti, e tudo leva à desconfiança para o deputado Raul e por último descobre-se que o deputado Satti era gay. Apesar das provas não serem fortes, Raul acabou sendo acusado de assassinato e abalou as estruturas da cidade e da família. Tudo levou muito tempo para ser resolvido: a junção de provas, o indiciamento e julgamento. As crianças foram retiradas da escola.

Jesse retorna de viagem e Ciça conta que se envolveu com uma mulher, Kristen. Ele indignado, arremessa as chaves de casa nela. Se separam, e depois entram em discussão sobre o relacionamento.

Cecília sempre teve dificuldades em entender a mãe, em saber suas posições e agora em uma das conversas fica abismada com a posição política da mãe. A cada conversa, Cecília tem que se estabilizar, realizar um certo ritual para voltar ao seu normal. "É verdade. Porque entender esse país é entender a tolerância ao horror. Entender esse país é entender que subir a pirâmide significa pisar em escombros. Entender esse país é entender minha mãe criança aplaudindo Getúlio, depois dançando para o general Castelo Branco, depois exultante com a redemocratização que elegeu meu pai, depois sacudindo a bandeira verde e amarela em apoio a um capitãozinho saído dos esgotos do Brasil." (pg. 184)

Vinícius se envolve com um amigo, e o menino assustado, some. Ele então se deu conta que era “bicha” e começa a frequentar o Anjo Azul, um bar para pessoas como ele. "As bichas que já nasceram orgulhosas uma geração depois não entendem como a gente podia sentir essas coisas que às vezes era, sim, ódio de si mesmo. É que não tinha arco-íris, minha filha, era só porrada. Porrada e o pânico de morrer de aids." (pg. 238) E no bar descobre que Satti também o frequenta, e acaba indo para a casa do deputado. O pai toma conhecimento de que o menino ia ao Anjo Azul e à casa de Satti e então fica desesperado. Tudo leva a crer que os motivos do assassinato seria a partir do conhecimento de toda essa situação, da homossexualidade do filho e do amigo. Vinícius se drogava, se internava, e perdia nas matérias. "Ficou chocado. Mal havia descoberto o que era. Repetiu todos os dias no espelho, era uma coisa ainda tão íntima, não queria de jeito nenhum conceder ao pai o direito de classificá-lo." (pg. 254)

Raul foi indiciado e julgado, mas absolvido por 14 votos a 7. E a explicação de absolvição acabou recaindo sobre a escolha sexual do assassinado, além da falta de provas contundentes: "A suposta perseguição do indiciado, segundo ele, tampouco foi testemunhada por alguém; tratava-se de algo que de novo Satti havia reportado a terceiros, toda essa ficção tendo sido portanto engendrada pela vítima para assim conseguir esconder sua homossexualidade." (pg. 275)

Ciça resolve ir a Porto Alegre, depois de 16 anos de ausência, mais pelo irmão do que pelo pai. Vinícius é agora um homem de 46 anos e Ciça tem que entrar para visitar o pai. "Só me aproximo do meu pai e olho bem nos olhos dele." (pg. 283)

A ambientação do livro é excelente. A autora resgata com maestria os anos 1980, nos colocando no plano Cruzado I e II, falando das músicas, marcas de cigarros, cobertores, comerciais, filmes, hábitos e costumes de uma época. Aprendi mais sobre dioramas (me identifiquei, pois trabalhei com animais empalhados por 24 anos e vi muitos dioramas no Museu em que trabalhava). Estão presentes temas políticos além de abordar preconceitos e aids. Algumas críticas são contundentes, sobre os inseticidas e sobre ditadura.

Eu vivenciei muito os anos 1980 então é legal rever esses acontecimentos de que eu nem lembrava mais, tais como as maquininhas do mercado que remarcavam as mercadorias a toda hora, e havia os fiscais (compradores) na porta de supermercados, além das linhas telefônicas que eram passadas de herança. Eu tinha uma e meus irmãos também.

Ótima Leitura!

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Flavio Rocha 15/10/2022

Sobre memórias e dioramas
Carol Bensimon é uma escritora muito talentosa e Diorama se apresenta como uma de suas obras mais consistentes. Ao recriar acontecimentos envolvendo uma figura importante do cenário político porto-alegrense, a narrativa nos apresenta personagens psicologicamente densos e que estão relacionados de alguma forma ao fato histórico. A filha do principal suspeito é uma taxidermista que se muda para os EUA. O lance de gostar de reproduzir cenários transcende para uma análise da própria vida - ela procura dar forma às memórias na tentativa de entender e, quem sabe, perdoar o pai. Cecília, nessa busca, revela dilemas sobre maternidade, sexualidade e política. Um livro imperdível.
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Luciana 28/05/2023

Não sei muito o que dizer desse livro, é como abrir o diário de alguém e ir acompanhando as histórias.

A escrita e a narrativa são muito boas. Senti falta de desenvolver um pouco melhor o personagem Marco depois adulto.

Foi uma experiência de leitura muito interessante, daquelas que mais do que outras, cada pessoa vai ter uma muito singular.
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Mah 11/05/2023

Ela escreve muito bem!
A história captura atenção, mas o que realmente me prendeu no livro, foi que ela escreve muito bem.
Despretensiosamente, acaba por fazer refletir sobre as consequências de uma ação.
Efeito borboleta ? q impacta principalmente nos q a gente mais ama.
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Marcia 18/04/2023

Minhas impressões sobre o livro
Diorama é um livro brasileiro de ficção inspirado numa história real, o assassinato de um deputado da capital gaúcha. A protagonista é Cecília Matzenbacher , filha do deputado Raul Matzenbacher, principal suspeiro de ter assassinado outro politico, o deputado João Carlos Satti. Eu não conhecia essa palavra: "diorama"e ja no começo da leitura aprendemos: "diorama é a representação de uma cena, onde objetos, esculturas, animais espalhados, etc inserem-se em um fundo pintado realisticamente "

O livro nos mostrará duas tramas: o período do assassinato, quando Cecília ainda era uma garota de 9 anos e a outra que nos mostra a Cecília ja adulta, morando nos USA trabalhando com diorama. No final conhecendo toda trama percebemos a analogia do diorama com a história da  protagonista: recriar, reviver...

Gostei muito da escrita e dos temas abordados: família, ciúmes, preconceito, crime, investigação, julgamentos de leigos, da sociedade e da polícia, traumas, amor, amizade, drogas, fuga...

O assassinato aconteceu nos anos 80, época de tecnologia precária , de muito preconceitos e bullying.

A brutalidade com que a sociedade discrimina pessoas, rotula, julga e dissemina histórias de forma maldosa é assustador, tudo  sem pensar no sofrimento da família, nos traumas e dores que muitas vezes nao se curam.

Esse livro aborda esses pontos de forma brilhante e nos emociona.

Ao terminar percebemos o quanto temos a refletir e nos empenhar por termos mais empatia, mais amor e compreensão.
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Nayana.Colquhoun 18/04/2023

Diorama
Primeiro livro que li da autora, gostei bastante da escrita. Interessante ler um livro nacional, atual, que mistura passado e presente. Além de trazer fatos históricos do Brasil, há a visão pessoal da narradora, que é filha do principal suspeito do assassinato do deputado e sofreu muitas consequencias da história toda desde a infância (quando ocorreu o crime) até a vida adulta.
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Romulo 15/04/2023

Muito bom
O caso real que embasou o livro me era desconhecido e fui pesquisando junto com a leitura. Muito legal a trama e o desfecho! Vale a pena!
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DêlaMartins 01/04/2023

Eu não sabia o que significava diorama até ler resenhas deste livro, antes de lê-lo. Logo no início do livro o significado é apresentado: "s.m. 4 MUSEOL representação de uma cena, onde objetos, esculturas, animais empalhados etc. inserem-se em um fundo pintado realisticamente. (Houaiss)".

A história é ficcional, mas tem como base um assassinato real de um deputado, em Porto Alegre em 1989. O processo todo com fofocas, preconceitos, envolvimento de políticos, até o julgamento que inocenta o suspeito, realmente aconteceram. Até hoje o crime não foi esclarecido.

Tudo é narrado por Cecília Matzenbacher, filha do deputado acusado do assassinato. Ela vive nos EUA há 20 anos e trabalha como taxidermista, uma função conhecida como empalhadora - ela também prepara dioramas. Cecília tinha nove anos quando o ficcional deputado e radialista Satti foi assassinado e seu pai, médico e também deputado, considerado o principal suspeito. Intercalando presente e passado, ela repassa sua infância e adolescência, enquanto lida com sua vida profissional e sentimental na atualidade. A destruição daquela família "perfeita " por conta do assassinato é bastante presente nas lembranças e reflexões da narradora. Seu irmão mais velho, bastante próximo a ela, também faz parte da narrativa e tem um peso alto nas prováveis motivações do crime.

Os detalhes do assassinato do ficcional deputado João Carlos Satti e as possíveis motivações para o crime são revelados aos poucos, numa mistura de ficção e realidade. A autora mostra o contexto do final dos anos 1980 e aborda temas atuais como preservação da natureza, preconceito quanto as questões de sexualidade e identidade de gênero, além da posse de armas permitida para os CACs - o pai de Cecília era caçador e possuía algumas armas.

Quando seu pai sofre um AVC, Cecília se vê sem saída e, embora contrariada, finalmente volta a Porto Alegre revivendo seus fantasmas e temores.

O diorama entra como símbolo de algo morto, que precisa ser reconstruído mantendo o aspecto mais real possível, mesmo morto.

Gostei da forma com que Carol Bensimon escreve, apesar de ter me cansado um pouco no início da leitura.
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Paty Gazza 29/03/2023

"A colisão dessas duas trajetórias mostraria que o Brasil sempre mudava para, no fundo, continuar exatamente igual."
Nesse livro, aos poucos e de forma fragmentada, Carol monta para o leitor dois dioramas da história de Cecília: o da sua infância, quando seu pai foi acusado de assassinar um deputado amigo, e o da sua vida adulta, exilada nos Estados Unidos e afastada de sua família após tudo o que aconteceu.
O assassinato em questão acontece em 1988, pouco tempo após o fim da ditadura, quando o Brasil retomava, ainda de forma frágil, sua democracia, e os comentários que Cecília faz a respeito desse panorama político são tristemente atuais.
Gostei muito da forma como a autora vai alternando passado e presente, revelando para o leitor pequenas informações aqui e ali, até montarmos a cena completa - e como lá pelos 80% ela dá algumas informações que nos fazem repensar tudo. Fiquei mais presa na infância de Cecília, mas mesmo assim gostaria de ter visto mais sobre sua vida adulta. Aliás, gostaria de ter visto mais sobre tudo - o livro é curto demais para a habilidade que a autora tem com as palavras.
Ela também faz comentários maravilhosos sobre a natureza e como o ser humano se relaciona com ela (Cecília, inclusive, se torna taxidermista na vida adulta). "Não é louco?", eu disse. "Você desequilibra toda a 🤬 #$%!& do planeta, depois se dá a missão de reequilibrar segundo os seus critérios."
E como se precisasse de ainda mais qualidades, Diorama é embalado pelo melhor do rock dos anos 80 ?
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apksmariarita 28/03/2023

Diorama
A primeira coisa que me chamou atenção foi o título - Diorama. Precisei pesquisar para saber o que era.
Depois a trama me prendeu e não consegui parar de ler.
Me surpreendeu!
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Rafael2350 12/01/2023

Eu já ensaiava há meses ler um livro da Carol Bensimon, até tomar a atitude e começar a partir dessa obra e, pqp, me arrependo de não ter dado chance a ela antes! Uma escrita na qual a gente se identifica, de certa forma trazendo para gente lembranças sobre a dificuldade de ser uma pessoa LGBTQIAPN+ nos anos 80/90, sempre relacionados a uma vida abjeta. Todo o processo de enfrentamento da protagonista, tanto nas questões presentes, como aos fantasmas do passado me da vontade de acolher a protagonista e em especial ao seu irmão mais velho!
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MãeLiteratura 26/12/2022

Diferente e muito bom!
Diorama me chamou a atenção começando pelo título, que confesso não sabia do que se tratava. Gosto de títulos curtos e diferentes.
Mergulhei na leitura logo que foi lançada pela Companhia das Letras.
Cecília Matzenbacher é a narradora da trama. É através do seu olhar, das suas impressões e lembranças que o leitor entra em contato com a sua família e com um episódio trágico que vivenciaram.
Como numa novela, vamos acompanhar seu pai e seu colega na política. Eu não conhecia o caso, mas depois da leitura fui pesquisar mais sobre ele. Foi inspirado numa história real de um deputado e radialista morto em Porto Alegre em 1988.
Além das questões familiares, vamos acompanhar seu trabalho como taxidermista restaurando animais em um museu de história natural. Ela vive há anos no exterior, sem voltar ao Brasil. Eu achei esta parte muito diferente e fiquei imaginando os detalhes da sua profissão.
Um livro sobre sentimentos, família, expectativas e desejos. Uma leitura forte e reflexiva.
A escrita da Carol é muito boa! Me manteve curiosa e interessada o tempo todo.
Adorei a capa, revisão impecável. Recomendo!

site: https://www.maeliteratura.com/2022/12/resenha-diorama-carol-bensimon-editora.html
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