Monstros

Monstros Barry Windsor-Smith




Resenhas - Monstros


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duartecaslu 27/03/2024

O sonho do oprimido é ser o opressor
É de acordo com essa concepção do Paulo Freire que a trama gira, basicamente. Windsor-Smith narra uma história sobre ciclos, caos e espiritualidade.

A ambientação da trama é impecável, instiga a querer conhecer mais detalhes sobre a guerra, aqueles nunca antes pesquisados, sabe?

O quadrinho é carregado de diálogos, e me impressionou a forma como são fluídos. Que aula de narrativa e de roteiro com pontas bem amarradas!

O projeto da vida do autor deu mais do que certo, e consagrou ainda mais seu nome como um dos maiores artistas do Mundo Contemporâneo.
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Karlesy 27/01/2024

Épico!
Fazia muito tempo que uma HQ não arrancava meu ? pela boca! História épica, não a toa demorou 35 anos pra ser escrita, sendo a última obra do autor!
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Aqui acompanhamos a consequência da violência, da guerra e da maldade ultrapassando gerações. O estrago gerado por traumas e abusos, perpetuando ainda mais dor pra todos ao redor. A narrativa se passa no período imediatamente pós segunda guerra mundial. O abismo gerado pelo nazismo e as torturas que eram chamadas de experimentos científicos. Uma família devastada por um homem traumatizado de guerra.
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Junto com toda esse soco no estômago, em cenas fortes e viscerais em uma encadernação gigante de mais de 350 páginas, também podemos acompanhar a busca pela redenção e acolhimento de todas as quebras emocionais, nem que seja na hora da morte ????
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Um dos quadrinhos mais monumentais lidos até hoje! Me destruiu, 5 estrelas ?
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Guilherme.Lefort 29/12/2023

Monstruosamente bom!
Que HQ incrível! Consegue desenvolver o tema da monstruosidade do ser humano passando por diversos personagens e atitudes e nos fazendo refletir como o ser humano pode ser cruel! Traz uma reflexão sobre vida e morte que eu achei muito bonita e com uma arte estupenda. Que história de tirar o fôlego e incrível!
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Cristiano.Cruz 26/11/2023

Ouroboros
Barry Windsor Smith no que faz de melhor: apresentar uma estória instigante, mas não por isso menos indigesta e por que não, otimista. Muito bem construída e excepcionalmente desenhada, entrega muito mais do que aparenta.

Rumores disseram que o autor teria apresentado o roteiro para uma trama do Hulk, mas que a Marvel não teria bancado a proposta, visto que o tema tratado não seria apropriado para as publicações da editora.

Após 35 anos, período em que o autor se dedicou ao projeto entre um trabalho e outro, somos agraciados com o que pode ser considerado uma das obras primas de um artista completo.

Se os Monstros estão em todos os lugares do globo e agem em uníssono ou em particular - tramando de maneira vil com objetivos escusos -, quem preza pela massa desacreditada e desprotegida? Quem olha pelos desassistidos?

Smith apresenta sua versão sobre o ciclo infinito da vida e da morte. E o pouco que ouso dizer: é uma visão arrebatadora.
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Tamy 02/08/2023

Os verdadeiros monstros... ?
Monstros é uma HQ que possui uma narrativa muito delicada, impactante, cheia de camadas, capaz de despertar inúmeras reações em seus leitores, sem falar no suspense que te prende do início ao fim. 

Logo no início conhecemos o jovem Bobby Bailey, que deseja alistar-se no exército e consegue, mal sabendo ele o trágico rumo que sua vida seguiria. No decorrer das páginas somos apresentados aos outros personagens que estão ligados a Bobby, uns de forma óbvia, outros não tão óbvio assim. 

Windsor-Smith expôs aqui as graves consequências da Segunda Guerra Mundial, não consequências palpáveis, mas algo mais íntimo, psicológico, espiritual; um episódio da humanidade que transformou pessoas, literalmente? expõe a que ponto a brutalidade humana pode chegar, em suas diferentes nuances. 

Não é uma leitura fácil/prazerosa, as cenas são pesadas, a história do pequeno Bobby é extremamente triste, de partir o coração, de despertar muita raiva, mas ao mesmo tempo nos convida a refletir sobre como todo um sistema criado por seres humanos é capaz de mudar a essência de um indivíduo e criar os verdadeiros monstros. 
Cristiano.Cruz 26/11/2023minha estante
Muitas camadas e todas muito bem exploradas e respondidas por Barry.




Lucas Muzel 08/07/2023

Monstruosidade literal
"Monstros" é uma obra monstruosa, em diversos sentidos. Formato grande, 21x29cm, estilo as revistas antigas "A Espada Selvagem do Conan" da editora Abril. É grande também na quantidade de páginas: 368, todas em preto e branco.
A história em si é o que surpreende. Fala sobre aberrações e monstruosidades. Sobre tudo aquilo que achamos que conhecemos direito. Foi uma das melhores HQs que eu já li. Barry Windsor-Smith escolheu terminar a sua carreira de uma maneira épica.
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Stella 30/05/2023

Chocada com a capacidade que esse aqui tem de te fazer sentir! não imaginava que esse livro ia trazer isso, mas é uma história super intensa e muito bem escrita. o trabalho gráfico não tem o que comentar, é mtmtmt bom! um belo socao no estômago
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Guilherme.Monteiro 22/04/2023

As raízes do mau e a disseminação do ódio
Logo após terminar a leitura, comecei a pensar que a principal questão da grandiosa HQ de Barry Windsor-Smith se faz na pergunta: os "monstros" são criações dos homens, ou apenas um reflexo de si mesmo?

Ao longo da história essa dúvida é tratada com muito cuidado pelo autor. Pois, poderia soar mais óbvio, por assim dizer, que é uma alegoria às pessoas más e violentas da sociedade, e que estão presentes no nosso cotidiano. Isso por si só poderia ser uma boa premissa, mas atualmente já tiveram diversas obras em diferentes mídias que contaram algo parecido. Porém, aqui, a construção é feita com base na perspectiva de uma inocência destruída, corrompida por traumas que jamais vão se apagar. E nessa proposta, extrai a ideia de criar um monstro para generalizar a verdadeira monstruosidade do que há em volta. Monstros são temidos e aterrorizantes. Monstros são feios e cruéis. Monstros não sentem compaixão. Monstros não nascem, eles crescem. E quem os cria? Os pais. E aí são desenvolvidas diversas outras questões sobre "ser um monstro" e "se tornar um monstro".

Barry Windsor-Smith cria um monstro de HQ. Impactante na sua narrativa gráfica, em um esplendoroso trabalho de desenho hachurado, que demonstram um forte peso visual nas composições, nos quadros grandes e pequenos que habitam todo o espaço de enquadramento de forma claustrofóbica, aos seus traços estilizados de densidade emocional. Um trabalho de uma vida (levou 37 anos para ficar pronto), posto toda sua técnica e paixão em cada página. Um testamento importante e surpreendente de um verdadeiro grande artista da nona arte.
Felipe HQs e Mais 17/08/2023minha estante
Cara, falou tudo!




Rafael.Seibel 01/04/2023

Monstros - Barry Windsor- Simth
É fácil a melhor leitura de 2023 até o momento e também de 2022. Todo o reconhecimento que a obra recebeu da crítica especializada é merecido e justificado. Vencedor de 3 prêmios 2022 como melhor Graphic Novel, melhor roteiro e melhor letreiramento.

Uma obra que demorou décadas para ser finalizada mas que parece tão atual em tempos de busca pela saúde mental. Inicialmente, a ideia do autor era de utilizar o incrível Hulk como protagonista, mas devidos as já conhecidas amarras editoriais a ideia foi arquivada. Que bom.

A obra logo no início toma um caminho completamente diferente do que esperamos, o autor pega na mão do leitor e o conduz para dentro do dia a dia de duas famílias e mostra a explosão da ?bomba gama? e suas consequências. Ainda que seja uma obra de ficção, "Monstros" lida com temas profundos e sérios como a violência, trauma psicológico e os impactos emocionais duradouros da guerra. É um livro poderoso que expõe a realidade brutal e inescapável da guerra e seus efeitos nas pessoas que nela se envolvem.

Não vou entrar em maiores detalhes sobre o roteiro acho legal que saiba o mínimo possível. Mas faça um favor, tire o Gibi da pilha ou coloque como prioridade de compra quando possível.
É uma leitura obrigatória para os fãs de quadrinhos e para aqueles que buscam histórias profundas e emocionantes que irão mexer com a sua alma.

Apenas mergulhe em Monstros.




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Silvio 16/03/2023

Supervalorizado
Sinceramente, e com todo respeito a outras opiniões, não sei porque esse quadrinho é tão elogiado. Tudo muito forçado, exagerado, o autor perdeu a mão ao descarregar todo o arsenal de monstruosidades da humanidade nas costas do protagonista, que mesmo assim não perde a sua inocência. Para com isso! E nem a arte do quadrinho é tão impressionante assim.
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Marc 07/03/2023

Os textos na contracapa da edição nos dizem que o autor fez uma crítica feroz aos EUA e ao conceito de heróis, em especial Capitão América e Hulk. “(...) desconstrói as origens de super-heróis e ataca os monstros que o complexo industrial dos Estados Unidos gerou”. Até entendo que se trata de um texto para atrair o público, mas é muito mais do que isso: serve para diagnosticar algo muito sério em nossos dias.

Se o leitor acreditar no que está dito ali, vai pensar que se trata de uma HQ com a única intenção de criticar os EUA. Como militares aparecem, sendo os responsáveis pela criação do super-homem, haveria uma crítica ao belicismo norte-americano, que não liga para a tragédia humana que cria mundo afora enquanto busca mais e mais poder. Poderíamos dizer, ainda para complementar essa visão, que os diversos cientistas nazistas que os americanos aceitaram em seu país depois da guerra são a prova de que a única razão para o combate contra a Alemanha era que o país ameaçava o equilíbrio de poder e não pelo conteúdo do nazismo em si, afinal, os cientistas foram recrutados e prestaram serviço durante décadas. Isso tudo está ali, mas tem um ligeiro problema: dizer isso faz confundir realidade e fantasia. Até que ponto o complexo industrial dos EUA criou monstros? Que eu saiba, nenhum Hulk tem andado por aí destruindo cidades e atirando tanques para fora da atmosfera terrestre. Embora a crítica à anistia de cientistas nazistas seja importante, ela precisa ser pesada e colocada em seu devido lugar, como o autor fez e vou mencionar mais adiante.

Não se trata, portanto, de uma crítica à Marvel e seus heróis — me sinto até ridículo dizendo isso. O que temos aqui é uma reflexão bastante aguda sobre a violência e como ela espalha suas consequências pela vida das pessoas. Como a vida se torna uma sucessão de tragédias, que vão se aprofundando, gerando mais violência, mais sofrimento, mais agonia. Até que a vida termina em dor. Esse ciclo evolutivo da violência, como se fosse uma praga que se alastra de pessoa para pessoa, gerando cada vez mais dor e mais decepção, sem possibilidade de reversão do quadro.

A história vai descobrindo cada vez mais no passado a origem da violência, e isso é, sem que o autor faça alarde, uma demonstração de como um historiador trabalha, olhando os problemas do presente e retornando, até onde os documentos, testemunhas ou qualquer outro indício permitirem investigar. Isso me agradou bastante, porque mostra como uma tragédia humana de grandes proporções, como o nazismo, vai desembocar em pequenas tragédias pessoais, que, por sua vez, tem potencial para se tornar outras tragédias mais amplas. E, através da descrição do dia a dia de uma família normal, se chega até esse ponto, porque o pai do personagem principal lutou na Segunda Guerra Mundial e foi muito afetado por tudo que viu os nazistas fazerem com pessoas inocentes só para tentar criar um verdadeiro super-humano. Não estou contando nada de importante na história, apenas comentando sobre aquilo que todos já sabem, mas que é a chave de entendimento.

É por que o autor faz esse movimento de escavação do passado, contando a história em sentido contrário a maior parte do tempo, que depois pode concluir de forma abrupta, como muitos reclamaram. O final realmente não agrada, mas não por ser muito rápido. O problema em relação à resolução da história é justamente esse: resolução. Imagine passar umas 350 páginas falando sobre a capacidade do mal se enraizar nas pessoas, passando de umas para outras, reinventando-se e conseguindo sobreviver até mesmo ao “combate” das pessoas que conseguem verdadeiramente amar as outras, para concluir que é possível dar um fim a esse ciclo (ainda mais com uma solução inevitavelmente discutível)? Se o autor tivesse aceitado a conclusão que suas premissas e desenvolvimento o forçavam a aceitar, teríamos uma HQ extremamente sombria e de tom amargurado. Creio que ele percebeu onde isso o levaria e acabou a história fazendo o que menos se poderia esperar depois de tanto realismo: nos lembrou que estamos diante de uma HQ e elas podem se dar ao luxo de recorrer à fantasia, mesmo que a vida não possa. Esse acaba sendo o defeito de uma história que em tudo o mais é brilhante. Mas eu compreendo o autor, porque não é fácil ter a coragem de olhar a realidade e não buscar algum tipo de refúgio. No fundo, todos nós fazemos isso diversas vezes ao dia, oscilando entre a aceitação da verdade e a esperança de uma solução improvável (quando não, impossível) para todo o nosso sofrimento e o do mundo.

Olhando por esse aspecto, essa renúncia, ganhamos até mais um elemento para refletir sobre essa característica do mal. Às vezes as coisas são terríveis de se olhar, mas a cada vez que não conseguimos organizar nossa visão de mundo para compreender esse mal e incorporar em nossa compreensão, só podemos negar e esperar que as coisas se resolvam magicamente. O problema é que depois a realidade fica como que nos espetando, pois a “realidade” substituta que criamos não é capaz de lidar com todos os elementos da vida e eles nos cobram uma atitude e resolução. Eis como o pai de Bobby fica depois da guerra. O mal que ele testemunhou era grande demais e ele não tinha elementos para lidar com isso. Daí vermos todo o ressentimento que ele passou a sentir em relação à vida.

Em relação aos cientistas nazistas que foram perdoados pelos americanos, acredito que qualquer que seja o argumento que se escolha para defender essa atitude, as vítimas das atrocidades e seus familiares devem se sentir atacados. Não há como negar que se tratou de uma manobra puramente estratégica, deixando qualquer moralidade de lado. Infelizmente a vida está repleta de exemplos desse tipo. O que não se pode deixar de lado é que embora isso apareça na HQ, reduzir seus escopo a essa dimensão é bobagem. Ela fala do mal, de como ele se espalha, sendo transmitido de uma pessoa para outra, de como nossas ações nem sempre geram bons frutos e como é difícil romper essa cadeia. Tanto é verdade, que não ocorreu ao autor uma solução realista. Parece que ele foi avançando no trabalho e não conseguiu descobrir um meio de resolver sua história.

Há uma outra possibilidade, que considero muito mais atrativa. Ele simplesmente teve medo de concluir sem uma salvação. Estamos falando de um artista que trabalhou décadas com histórias de heróis. Ele se habitou a criar finais felizes, talvez tenha se tornado até mesmo automático, quem sabe. Não se pode dizer que seja um final feliz, mas é o menos grave de tudo que poderia acontecer. Em certo momento nós podemos captar aquela atmosfera elétrica que antecede as grandes tragédias, sejam elas pessoais ou históricas, e creio que o tom fica tão pesado que o autor recuou e escolheu um final que pudesse dar algum alento às pessoas. Há conserto para o mal do mundo, evidentemente, mas passa longe do que ele mostrou no final da história.

De qualquer maneira, a leitura provoca um grande impacto. O normal é esperarmos uma história de monstros, uma releitura de Frankenstein, do Hulk, etc. Mas nos deparamos com uma história sobre uma família completamente destroçada pela Segunda Guerra. Uma história de amor, alegria e inocência que foi massacrada pela maldade de uma época terrível. E a conclusão que me parece justa é dizer que em graus variados, todos foram vítimas do grande mal desencadeado naquele momento. A grande sacada do autor foi mostrar que mesmo depois do fim da guerra o mal continuava impactando a vida das pessoas. Nesse sentido, a história acaba sendo bastante realista.
Pedróviz 15/04/2023minha estante
Por que o nazismo é o único tema para esse tipo de obra? A URSS, antes e logo após a 2ª Grande Guerra, sob o jugo de Stalin, foi palco de atrocidades sobre as quais uma intelligentsia ou muito ingênua ou muito perversa nada comentou e permanece calada até os dias atuais.


Marc 15/04/2023minha estante
É verdade. Nós sabemos bem a resposta. Mas, nesse caso especificamente, até não me incomoda. Ele buscou aquilo que seria mais facilmente reconhecível pelos leitores, porque se fosse fazer sobre os soviéticos teria que se explicar bastante. Mas, embora a editora tenha tentado vender o quadrinho como um protesto em relação à política americana, não é nada disso. Ele simplesmente descreve como o mal se dissemina e contamina tudo ao redor, mesmo as pessoas inocentes. É por isso que não me incomoda ele falar apenas sobre os nazistas. Mas existem as obras de Orlando Figes e Anne Applebaum, entre outros, felizmente.




Olenik 14/02/2023

No começo tá legal, depois fica melhor, depois parece que tá no maior inferno, volta ser tranquilo e do nada tá um caos, muito bom
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Mari Pereira 02/01/2023

A expectativa era alta para ler a tão aclamada HQ Monstros... E confesso que em parte entendi o alvoroço e em parte achei um pouco superestimado.

Sem dúvidas o trabalho gráfico é primoroso! É impressionante o talento do autor em criar tanta beleza e detalhes em seus desenhos. As emoções dos personagens são transmitidas e você consegue se sentir transportado para cada cenário! É incrível!
Também adorei a forma como o autor trabalhou com uma ideia não linear de tempo. Isso acrescentou uma camada de complexidade à trama que a tornou muito mais interessante!

Agora, o que me decepcionou um pouco foi o enredo principal... Que não é nada de mais, absolutamente. Um tipo de história que já tem sido exaustivamente contada.
Claro que o autor conta isso de um jeito bastante interessante. Mas ainda se trata do mesmo tipo de história.

Talvez seja um problema meu, que já estou muito cansada desse tipo de história tipicamente masculina...

Ainda assim é uma HQ que vale a pena ser lida, mesmo que seja só para apreciar sua beleza!
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Rafael.Araujo 24/11/2022

Criaturas humanas
O material parte do pressuposto de que os verdadeiro monstros são os humanos e suas instituições escrotas, e a partir disso fornece uma narrativa que se propõe a quebrar as expectativas dos leitores apontando pra uma trama cada vez mas melancólica e trágica. O traço é absolutamente sensacional evocando o desespero pelo trabalho de luz e sombra confirmando bem a melancolia que a narrativa já ensejava.
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joaoggur 06/11/2022

Me julguem: achei superestimado!
A Editora Todavia não poupou esforços para divulgar e vangloriar a mais nova Graphic Novel de seu catálogo: montou uma edição de primor, somada a uma vasta publicidade, onde reiterou todos os prêmios Eisner (popularmente conhecido como ?Oscar dos quadrinhos? - seu nome é em homenagem a Will Eisner, pioneiro na nona arte) que a obra recebeu.

Porém, me frustrei ao ler algo mal desenvolvido.

Parece que, em toda a leitura, Barry Windsor-Smith está perdido em o que escrever. Isso pode ser observado em momentos onde, por exemplo, o autor se alonga em personagens desnecessários para a obra, tal qual a troca constante de protagonista: a trama começa com dois núcleos em paralelo, porém no final (devido a inserção constante e incessante de personagens) parece que estamos em outra história. Sobre o final, não darei spoilers, porém o autor concluiu a história em um piscar de olhos, ao ponto do leitor não acreditar que realmente acabou. Além disso, independente de ser corrido, a finalização é extremamente inverossímil com o que foi apresentado anteriormente na trama.

Em contraponto ao roteiro no mínimo peculiar, os desenhos são estupendos. Windsor-Smith consegue nos colocar dentro de todos os cenários: ao vislumbrarmos seus traços, sentimos o espírito do lugar, quase como um teletransporte a cena. Os rostos dos personagens também são de uma beleza esplendorosa, conseguindo captar a gênese de cada micro-expressão facial.

Temos aqui uma obra que se equilibra tendo muitos defeitos e muitos acertos. Não ache que lerá uma obra-prima dos quadrinhos, e sim uma Graphic Novel apenas interessante.
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