Tom vermelho do verde

Tom vermelho do verde Frei Betto




Resenhas - Tom vermelho do verde


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tavim 30/03/2024

Tom vermelho do verde, de Frei Betto
Numa só via se expressa o massacre: são linhas que unem ordem & progresso, são linhas que jorram sangue e extinção. do alto do autoritarismo, a BR-174 tange a tantos fins que, no devido sentido de dar fim, é o que mais serve de estampa de sucesso. daí, de lá de dentro, da origem de todo o mundo, há o povo a arcar e resistir porque resistir é o que eles fazem há centenas de anos, gente e árvore.

de verdades difíceis de ler, tom vermelho do verde conta a história real no período da ditadura durante a construção da rodovia que dali iria unir manaus à boa vista. o tema central, que permeia o romance de frei betto, é nas falhas das tentativas das tropas do exército, pastores e expedicionários ao entrarem em contato com os povos indígenas waimiri-atroari, que mantêm distância dos kaminjas (os não indígenas). então, a partir daí, o genocídio se intensifica e os invasores, cada um com seu motivo particular para matar o máximo possível, constroem aos poucos o país que conhecemos hoje.
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rayanemlp 15/03/2024

Revoltante!
Esse livro conta sobre o genocídio de povos indígenas para construção da BR-174 durante a ditadura militar na Amazônia.

As primeiras 80 páginas eu tive uma dificuldade, mas depois a leiteira fluiu.

É revoltante o que a ganância do homem é capaz de
fazer. Extermínio dos povos indígenas e destruição da natureza por conta de dinheiro e poder. Uma cobiça sem fim.

O livro narra a história dos personagens, o posicionamento do governo brasileiro e da Funai perante toda essa destruição.

Uma história, infelizmente, desconhecida por muitos.

É revoltante!
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desventuras 09/12/2022

?Por trazer na memória a história de seu povo, eles descreviam, em palavras e desenhos,a longa trajetória de sofrimento e resistência da nação Waimiri-Atroari.?

Falar sobre esse livro é mais difícil do que pensei que seria e confesso que ainda me sinto mexida com tudo que absorvi de Tom Vermelho do Verde.

O romance escrito por Frei Betto narra a criação da BR-174 na década de 1970, mostrando ao público o sofrimento vivido pelas tribos indígenas que residiam na floresta amazônica durante aquele momento. Em foco estavam os Waimiri-Atroari, uma tribo mais arredia e que era tida pelos exploradores como selvagens e assassinos.

Desde as primeiras páginas me vi extremamente desconfortável com a maneira como os povos originários foram tratados por toda aquela gente ? o povo branco, que invadia as residências indígenas e os massacrava sem lhes dar chance de escapar. Todas aquelas pessoas os enxergavam como um incômodo. Algo a ser descartado, algo que não era valioso o suficiente para investir esforços que não fossem bélicos.

A extrema violência utilizada pelos membros do exército e afins enviados para ?pacificar? os povos era horrível. Não havia respeito e não havia nenhum sentimento que não fosse a ganância.

Por trás do teatro da BR-174 também havia a vontade dos estrangeiros de colocar as mãos no que havia debaixo do solo amazônico. Se livrar de seus residentes parecia a forma mais fácil de encher os bolsos de pedras preciosas e ouro.

Apesar de todo o desconforto que senti, também houveram momentos em que fiquei agraciada pelo conhecimento obtido sobre os Waimiri-Atroari. Algumas de suas crenças, sua organização, suas festas e costumes foram apresentados com extremo respeito. É uma dádiva poder conhecer mais sobre os povos que estavam (e ainda estão) aqui antes de todo o resto chegar.

Tom Vermelho do Verde, com o nome bastante significativo e potente, mostra a realidade que assolou os povos indígenas naquela época e ainda faz nos dias atuais. Mostra todo o preconceito e concepções errôneas que eles sofreram e sofrem, muitas vezes em silêncio, por não ter onde pedir ajuda.
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Moisés 05/10/2022

A história a contra pelo
Até onde vai a ficção, até onde é uma narração de fatos históricos do Brasil? Eis a questão principal desse romance que escreveu Frei Beto com base na documentação possível e na sua imaginação para cobrir as lacunas.
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Alessandra @euamolivrosnovos 05/10/2022

Instagram @euamolivrosnovos
Existem algumas páginas da nossa história que precisam ser contadas, mas não por serem motivo de orgulho e sim por serem um lembrete daquilo que devemos deixar no passado de maneira irrevogável.
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Nesse romance profundamente revoltante, Frei Betto nos mostrar a brutalidade com que os povos indígenas foram tratados, especialmente os Waimiri-Atroari, utilizado-se da desculpa de que o progresso não poderia estancar no tempo.
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Durante a construção da BR-174, na década de 1970, muitas atrocidades foram cometidas e o verde amazonense foi tomado pelo sangue daqueles que tinham domínio sobre sua terras, muito antes de qualquer interesse, legítimo ou não.
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Sob a alegação da construção do acesso viário, escondia-se a ganância pela exploração das riquezas minerais do solo amazônico.
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Ainda que, ao longo dessa tragédia, algumas figuras tenham tentado lutar pelos povos indígenas locais, com aproximações suaves e buscando compreender sua cultura, pouco pôde ser feito diante do interesse maior, não só de brasileiros, mas de figuras militares estrangeiras, que exploraram sem freios àquilo que viam como recursos desprotegidos.
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É uma leitura que deixa uma sensação de aperto no coração, tamanha a falta de humanidade de todos os envolvidos.
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Entretanto, devemos estar cientes de que a apropriação indevida de terras indígenas e a falta de zelo por essas pessoas é tema atual e recorrente, que, em tese, não deveria estar sendo repetido na nossa história.
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Seja pela falta de empatia, seja pela ausência de legislação eficaz ou qualquer outra forma de proteção adequada, fato é que muitas pessoas ainda desconhecem esse passado e esse presente violento do Brasil e isso só reforça o fato de que leituras como essa aqui são essenciais para instruir a população sobre o tema.
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Um livro imperdível, que mostra sem medo a crueldade por trás da construção dessa importante rodovia, que acabou manchando para sempre nosso passado. Não deixe de conferir.

site: https://www.instagram.com/euamolivrosnovos
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Camila | @abismos.literarios 26/09/2022

"Ora, coronel, o que pode um povo primitivo e ignorante contra o poder do capital?"
(Resenha publicada no IG: @abismos.literarios)

Um romance histórico trágico, sensível e intenso, baseado em eventos reais

Aqui temos um livro de importância grandiosa na literatura brasileira, afinal, em meio a denúncias e muitas reflexões, vamos adentrar na história e cultura dos povos originários. O Brasil, atualmente e desde os primórdios, oprime os indígenas. Em Tom vermelho do verde vamos conhecer um pouco da história dos Waimiri-Atroari.

Quando, na década de 1970, o governo decide construir a rodovia BR-174, nada mais importa. E assim eles vão passar por cima de tudo e todos que estiverem no caminho para tal objetivo. A floresta amazônica é vista apenas como fonte de lucro com tudo o que produz. E o povo indígena que ali vive é o obstáculo tanto para explorar as pedras e as madeiras, quanto para cortar a mata ao meio e construir tal rodovia, visando conexões comercias com outros estados e países ao redor.

"A Amazônia precisava […] deixar de ser uma vasta região improdutiva, ocupada por seres primitivos e ociosos."

Com muita violência, eles querem silenciar aqueles que ali vivem. Querem eliminar todos que são empecilhos para faturar tamanho lucro.

É doloroso ver o que a ganância, o capitalismo e a corrupção fazem com a sociedade. Nada importa além do dinheiro, da fama e do poder. Isso é evidente nas páginas dessa história. É ascoroso ver pessoas que estão a frente de um país dizimando uma população, ignorando a vida, a existência e a cultura de toda uma população. Um massacre visceral, cruel e desumano.

site: https://www.instagram.com/p/Ci-WHwxLtv_/
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