debora-leao 08/10/2023
Não foca apenas na loucura de figuras, mas na História.
As primeiras críticas que li me confundiram, acho que estavam erradas e venho aqui, então, retificá-las no que me cabe: não é um livro sobre FIGURAS históricas, mas sobre A HISTÓRIA. Há uma diferença clara aí, pq a questão das figuras históricas fica de fundo em vários (mesmo) momentos do livro, quando vai discutir questões ideológicas, opções políticas (p. Ex, luta e reforma manicomial) eventos ou episódios mais genéricos (? Como religião, terrorismo...) sem se ater especificamente a nomes de pessoas.
Isso fez com que eu ficasse esperando que ele retornasse ao pensamento inicial que, sim, muitas vezes envolvia alguma figura específica como fio condutor para o assunto que ele queria desenvolver, e que consequentemente ficasse decepcionada quando isso não ocorria. Só parei de fazer isso quase na metade do livro.
No fim, PARA MIM, foi uma leitura que só fluiu a partir do sexto capítulo. Até ali foi difícil - até pq é logo após o capítulo do comunismo, e, como um bom estadunidense bem estereotípico ele só falou bobagens, com nenhum aprofundamento, repleto de frases de efeito que basicamente queriam dizer que o comunismo é um bicho papão que faz adulto mijar as calças.
Esse teor estadunidense dele incomodou um pouco, pq as vezes o autor meio q parece q só tava escrevendo pra conterrâneos msm: nos exemplos históricos, em questões culturais (discutindo burger king x McDonald's????), tem um capítulo inteiro pra falar do presidencialismo estadunidense. Eu sei que a gente deve pedir que as pessoas falem do que sabem e vivem, mas é que, ele tendo levado isso tão a sério, às vezes fica difícil pra um(a) leitor(a) brasileiro(a) se identificar com o que ele diz.
Terminei achando um bom livro, apesar de que custou a engrenar. O autor é um pouco disperso e meio isentão (fiquei alternando entre ver isso negativamente - pq acho que houveram questões que ele suavizou erroneamente - e de forma sensata, principalmente no seu discurso sobre polarização política, mesmo que, sinceramente, eu mesma seja uma pessoa de esquerda com pouca negociação, mas que deseja ser sensata.
Talvez releia de novo sem as expectativas de um panorama ou perfil psicológico mais aprofundado de figuras históricas específicas. Acho que assim me fará mais bem e que a leitura fluirá melhor.