Helena517 19/10/2022
Sempre gostei de livros que me fizessem sentir de certa forma, as vivências dos personagens, se isso estivesse atrelado de alguma forma a um evento histórico, eu particularmente sempre soube que isso me traria algum tipo de experiência que ficaria gravado na minha alma. Soneto de Chumbo é esse tipo de história.
Soneto de Chumbo se passa nos anos 70, com o plano de fundo o subúrbio do Rio de Janeiro. Nosso personagem principal, Josué, é um poeta que ingressou na faculdade apaixonado por aquilo que seu pai mais abominava: Letras. Apaixonado pela essência da vida, Josué gostava de escrever sobre os mais diferentes cenários e sentimentos, mas é a paixão por Tereza, uma jovem enigmática e revolucionária que leva Josué a conhecer um lado daquela época que pensou não ser possível.
Preciso comentar vocês como essa leitura foi intensa. Desde o começo eu fiquei realmente fissurada no desenrolar dos detalhes contados por Josué, mas, além disso, eu pude sentir cada reviravolta como se estivesse presente na história. A escrita do autor foi uma coisa que me pegou muito, por ser uma escrita mais robusta e que de certa forma, se encaixou perfeitamente com a temática do livro. Isso fez com que minha experiência fosse sensacional em muitos aspectos, diria até mesmo que foi eletrizante.
Soneto de Chumbo não é somente uma história sobre impacto, não somente uma história de vida que pode se adequar a realidade de muitas pessoas nos anos 70, mas que nos mostra uma visão do Brasil tão viva nessa época, o medo palpável, a vontade de fazer mais, o sentimento de revolta. Tudo isso é tão real que você termina a leitura se sentindo de certa forma, mais enriquecido. O sentimento de querer mudar tudo. E talvez no final, a história seja sobre isso, para nos alertar e criar esse mesmo sentimento: que não podemos deixar a história se repetir.