Herança e testamento

Herança e testamento Vigdis Hjorth




Resenhas - Herança e testamento


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Maria15781 19/03/2024

Traumas e famílias
Uma das escritas mais diferentes que eu já li, com uma narrativa não linear que segue a consciência da protagonista e nos mostra como os traumas que viveu na infância moldaram a adolescência e a vida adulta da mesma. Além disso, demonstra como o modo que a família dela lida com esse trauma faz com que ela decida cortar contato com eles para poder seguir com a própria vida.
A volta aos dramas familiares se dá por conta da questão da herança dos chalés de verão, já que os pais simplesmente decidem passar os mesmos para o nome das irmãs mais novas (Åsa e Astrid) por um preço completamente abaixo do valor de mercado, diminuindo a herança dos dois mais velhos (Bård e a protagonista), com a desculpa de que elas passavam mais tempo com os pais idosos, desconsiderando completamente a razão dos mais velhos terem se afastado deles. Beljord (posso ter escrito o nome dela errado), não se importa tanto com a parte da herança mas sim com o fato de que nenhum deles, com exceção de Bård, considerar os traumas dela como válidos, ou no caso da mãe, como se fosse algo derivado da imaginação dela e da vontade de ser importante.
É uma história um pouco cruel em alguns momentos, principalmente quando mostra os sentimentos tão conflitantes que afligem a protagonista e faz com que ela se meta nesse conflito de herança, assim como quando demonstra a ganância das mais novas, e a instabilidade emocional da mãe.
Não é uma história feliz, nem mesmo leve, mas é extremamente sincera. Acho que o ponto negativo para mim foi o extremo apelo para filósofos e em alguns momentos para a área psicológica (não sou muito fã disso), mas reconheço que em alguns momentos foi praticamente essencial para a história, mas da metade para o final acho que a acabou tendo um excesso disso o que acabou me incomodando, mas isso é mais pessoal mesmo.
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juliana2357 01/03/2024

Simples e ao mesmo tempo profundo
Nesse livro, conhecemos a história de uma família norueguesa com alguns problemas. Os pais idosos decidem fazer um testamento, no qual excluem os dois filhos mais velhos e deixam duas casas de verão da família somente para as duas meninas mais novas. Conforme vamos nos aprofundando na leitura, vamos descobrindo o motivo que levou os pais (e os filhos) a agirem dessa maneira. Leitura rápida, porém densa, e excelente para imergir em uma cultura diferente (no caso, norueguesa), e que faz você continuar a pensar nessa história por um bom tempo depois de finalizar a leitura.
thay.oliv 02/03/2024minha estante
adorei sua resenha!!


juliana2357 02/03/2024minha estante
obrigada!! vou fazer resenha de todos q li esse ano, se prepara




Krishna.Nunes 26/02/2024

Drama familiar sobre traumas de infância
O livro é um drama pesado e muito triste sobre como um trauma pode afetar toda uma vida.

Depois de 23 anos afastada da família, a protagonista, uma mulher de mais de 50 anos, se vê enredada numa disputa por duas casas de praia que seus pais doaram para as duas filhas mais novas. Isso tiraria dela e do irmão mais velho (que já têm filhos e netos) o direito de usufruir daqueles imóveis. Apesar de prometerem uma divisão igualitária dos bens, os pais demonstram um evidente favoritismo em relação às duas filhas mais jovens, o que faz os dois filhos mais velhos se sentirem injustiçados.

Quando as irmãs mais novas reivindicam o direito às casas de praia por estarem mais presentes na vida dos pais, acabam trazendo à tona antigos traumas e abrindo velhas feridas que os dois irmãos mais velhos nunca conseguiram curar - afinal havia um motivo para eles terem se mantido afastados.

A narrativa faz muitas idas e vindas, utiliza elementos de fluxo de consciência e chega até a ser um tanto repetitiva para dar ao leitor um vislumbre do estado de confusão mental de uma vítima de abuso: a incerteza constante, a vergonha, o medo intenso, o questionamento de suas próprias faculdades mentais, a culpa, a dúvida, as crises de pânico e o dilema das falsas memórias. A narradora acaba acusando o pai de um crime hediondo, mas para as irmãs, e especialmente para a mãe, é mais conveniente negar que aquilo tenha acontecido - afinal, admitir que algo ocorreu seria o mesmo que assumir que ela mesma falhou no papel de mãe, de proteger a filha, e ser obrigada a acabar com o casamento, já que seria inaceitável continuar vivendo com um abusador.

Para a filha, as tentativas da mãe e das irmãs de manterem contato como se nada tivesse acontecido, e sempre buscando uma conciliação, viriam a ser tão traumatizantes quanto a própria recordação do abuso. Não ter a sua história reconhecida aprisiona a vítima numa condição de incessante martírio e impede que as feridas cicatrizem. Já o abusador conta com o silêncio da vítima, mantido através pavor constante, para preservar as imagens de bom cidadão e de família harmoniosa. Por outro lado a narradora comete vários erros lógicos, tira conclusões apressadas, se enrola em contradições e fica retroalimentando o próprio vitimismo, o que impede que sua própria vida siga adiante.

O lançamento dessa obra na Noruega levou os leitores a notarem as inegáveis semelhanças entre a família do livro (que a escritora diz ser completamente ficcional) e a família real da própria autora. Isso fez a procura pelo livro crescer e suscitou muitas polêmicas, especialmente quando a família da autora afirmou que ela utilizou muitas comunicações pessoais entre eles - cartas, emails, mensagens de texto - como fontes para o livro. Assim, acusaram a escritora de ter extrapolado os limites de se inspirar na vida real, de expor os parentes e de caluniar o patriarca da família. Tudo isso levou a irmã da autora, que não é escritora profissional, a lançar seu próprio livro sobre uma mulher que sofre por ter uma irmã narcisista e mentirosa que espalha calúnias, num desejo de atrair para atenção para si, causando o colapso da família.

Independente de quem esteja dizendo a verdade, esse livro tem discussões muito complexas, traz questionamentos filosóficos interessantes, aborda bastante a psicanálise e levanta uma importante reflexão sobre as dúvidas que são colocadas sobre as pessoas que alegam terem sofrido violência dentro da própria família.
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Maria.Bandeira 30/12/2023

Livro Bom Com Um Final Injusto
Trata-se da disputa de quatro filhos pelo testamento dos pais, o que acaba separando cada vez mais os irmãos e o próprios pais. A história gira em torno de duas irmãs mais novas que são mais beneficiadas no testamento em detrimento dos irmãos mais velhos, estes afastados da família por conta de um terrível segredo de suas infâncias. O livro retrata bem a ganância e o favoritismo pelas filhas caçulas. Bergljot a filha mais velha das irmãs foi a que mais sofreu na sua infância e que tenta de todo modo apagar o seu passado. Seu irmão, o mais velho de todos também sofreu quando criança sendo o motivo pelo qual ambos se afastaram da família. Romance bem escrito porém sem muitas reviravoltas na história. Indico para quem quer conhecer as desavenças que ocorrem quando se tem uma herança a partilhar. Quando se trata de dinheiro as pessoas mudam suas atitudes, ainda mais uma herança que vai render muitos frutos para os filhos.
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Josiane.Castro 22/10/2023

Abuso sexual?
Uma disputa por herança reacende , ou não, um passado que nao pode ser comprovado e nem excluído, uma família que se desfaz , em quem acreditar ? Uma leitura cheia de gatinhos para quem passou por uma situação assim. Ou seja , o fato é narrado depois de uma certa idade, em quem acreditar?? Um livro pesado e as vezes , ate mesmo , irritante ,mas um retrato de quem nao foi nunca escutada e acreditada
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andrealog 31/07/2023

Amor de mãe é o mesmo?
Nunca é, mas todos pais dizem amar os filhos de modo igual! Nesse livro, sobre o que cada filho vai herdar dos pais aprece de modo claro não só essa distinção como as fores que cada um carrega de seus traumas familiares. De longe pareáveis ser a família perfeita, de perto se percebe o quanto episódios passados marcam para sempre a vida das personagens que nunca vão se curar do que houve lá atrás. Sobre a difícil arte de seguir em frente, perdoar o que foi feito e não repassar para os filhos os traumas vividos
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Cris 29/07/2023

29.07.2023
A expectativa que eu tinha não atingiu o propósito. Narrativa lenta, repetitiva. Até uns 70% só enrolação contando o mesmo do mesmo, uma família que resolve dividir a herança em vida. No entanto, o pai doa duas casas para cada filha mais nova e os dois mais velhos receberão só a partilha da casa em que atualmente moram. Algo aconteceu no passado desses dois mais velhos, que os fazem ficar afastados por anos e acham q é por isso que os pais tomaram essa atitude na partilha da herança.
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tabatatucat 12/07/2023

O tema do livro é muito importante, mas acaba que a história não flui, da muitas voltas e sendo bastante repetitiva. Acredito que a autora queria realizar um fluxo de consciência, mas acabou ficando muito sem nexo, o livro poderia ter a metade de seu tamanho.
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Joana 23/02/2023

Difícil
?Eu procurava a ruína como que por instinto, o que tinha de errado comigo??

Você já ouviu falar de herança e testamento?

Quando uma disputa pelo testamento dos pais se transforma em uma discussão amarga, Bergljot é arrastada de volta para a órbita familiar da qual se afastou vinte anos antes. Seus pais decidiram deixar as casas de veraneio no arquipélago de Hvaler para as duas irmãs mais novas, deixando Bergljot e seu irmão de fora. Para os que olham de fora, é uma disputa sobre ganância e favoritismo. Mas Bergljot, que carrega um trauma terrível sobre sua infância, sabe que o gesto é uma tentativa final de apagar o passado e um insulto cruel às verdadeiras vítimas da história.

O que eu achei do livro?

Pesado!
Não é um livro que todo mundo vai gostar. O livro tem gatilhos de abuso. Uma personagem principal que é descredibilizada o tempo todo pela família. É um livro que você consegue sentir a dor e a confusão da personagem, e por causa disso fiquei muito incomodada e com raiva em alguns momentos.
O livro foi baseado na história de vida da própria autora, e tem a pegada de fluxo de consciência. Eu gostei bastante desse tipo de escrita, fluiu bastante comigo.

Recomendo a leitura desse livro para pessoas que gostem de livros que abordem temas mais pesados.
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yas 08/02/2023

sensacional
merece todos os elogios que recebeu e muito mais. é um livro que não termina quando acaba e ele vai demorar bastante para acabar para mim. extraordinário!
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Helana O'hara 29/12/2022

Um drama intenso e uma família complexa.
Herança e Testamento é um livro da autora Vigdis Hjorth, norueguesa, que aliás fica a dica para vocês, não é a primeira vez que leio um livro de autor norueguês são ótimos.

O livro ele conta a história de Bergljot uma mulher que se afastou da família ainda nova por muitos motivos, ela casou teve filhos que já são adultos, gosta de viver a vida dela longe da família, muito inteligente e gosta de estudar.
A vida dela que já era uma bagunça, particular vira de cabeça para baixo quando seu pai morre e ela precisa voltar para casa por conta do testamento que ele deixou, apesar dela não querer ase envolver, sua presença é necessária. Então o leitor é levado a histórias de um passado intenso e perturbador de Bergljot.

Ele foi um livro que começou muito curioso para mim, a personagem principal tem umas nuances que me deixaram curiosa, porém tenho que ser sincera em dizer que em algumas partes achei a história maçante, falo isso pela narrativa ser arrastada em alguns capítulos.Confesso que estava curiosa para saber o que rolava com a família de Bergljot e o desenrolar da trama família demorou um pouco acontecer. Não funcionou muito bem para mim.
Mas como a história tem passado bem pesado para a protagonista, a gente acaba entendo porque a autora conduziu o leitor de uma forma mais arrastada precisamos entender sue presente para então mergulhar no passado.. Um livro que trás profundas cicatrizes de uma juventude traumática em família.
Herança e Testamento aborda assunto delicados para alguns leitores, sua narrativa cíclica é um ponto positivo mostra a vida como ela é, nua e crua.

Se você gosta de trama família deve dar uma chance a Herança e Testamento
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Natalia.psico.literatura 28/12/2022

Um romance que não foi escrito pra todos os leitores
Herança e Testamento, traduzido por Kris Garrubo, é uma obra que fala sobre uma disputa entre irmãos sobre o testamento de seus pais após a morte de seu pai, e os segredos de infância revelados quando a protagonista, Bergljot, é arrastada de volta para a família que ela deixou anos atrás. Mas, no fundo, trata-se de uma mulher tentando contar sua história, ser ouvida e, finalmente, acreditada.

Sob a superfície, é também uma meditação sobre a dinâmica familiar, a natureza da memória, os traumas da infância e o poder da literatura, filosofia e psicologia em lidar com esses traumas.

Nessa obra, a autora atrai você e o mantém preso ao ritmo do romance e à narrativa cíclica - capturando perfeitamente o turbilhão de ansiedade e perplexidade.

Um romance verdadeiramente fenomenal.

O livro aborda os assuntos mais íntimos das consequências de um trauma infantil reprimido e seu impacto em uma grande família.
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Mandark 26/11/2022

Uma leitura difícil e cheia de gatilhos...
Não recomendo pra quem é muito sensível à temática. Quando cheguei na página 100 comecei a viver um impasse: me arrependi imensamente de começar a ler esse livro e ao mesmo tempo não conseguia largar a leitura. Com uma narrativa truncada, seguindo o fluxo de consciência de uma narradora doente de traumas, a história vai e volta no tempo, nos apresentando personagens deslocados, cujas falas e pensamentos são reforçados pela repetição. Uma narrativa enlouquecedora em alguns momentos, mas que piora a medida em que os traumas da narradora são descortinados. Apesar de facilmente dedutíveis desde as primeiras páginas, é só ao longo da narrativa que temos acesso ao tamanho do estrago causado por esses traumas. Culpa e arrependimento são a base da formação da consciência da vítima que construiu e destruiu sua própria vida e que tem que viver com o fantasma familiar que não a permite seguir. Não há solução, não há verdade e não há vitória. Só há dor. E tanta crueldade é tão real que machuca o leitor também.
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