isa! 05/05/2024
Saíram de uma música de amor da Taylor Swift
Essa é uma daquelas resenhas impulsivas, em que o amor me consome por completo e sou tomada por todas as sensações bonitas que a história me proporcionou. Porque, fala sério! Não há nada melhor do que sentir o amor através de páginas de livros, a empolgação de vivenciar e a esperança de que um dia possa acontecer com a gente também. Talvez pense que em “Practice Makes Perfect” não existe nada além de mais um romance como os outros - e talvez seja isso mesmo -, mas, para mim, não foi assim, não foi nem perto disso. Na verdade, ler esse livro foi como um sonho, daqueles que ficamos irritados de acordar na melhor parte. É uma história de amor em que há realmente amor. Amor! Não apenas no relacionamento e na família da protagonista, mas nela mesma. Ela é feita de amor, ela nos transmite amor. É como uma frase que vi em algum lugar: “eu sei que o amor existe, porque eu existo e eu estou cheio dele.” E, enquanto lemos, é exatamente o que sentimos, sentimos o amor na gente, sentimos que ele é real, não porque vamos nos casar e viver um felizes para sempre, mas porque estamos repleto dele assim como Annie. Portanto, essa não é uma indicação, é uma ordem de leitura para dias tristes, quando ficamos sem ter o que acreditar, então, nesses dias, acredite que há amor dentro de você, porque é sério, o amor não é só o que achamos que seja, ele é mais, muito mais.
Até quando a bondade será confundida com fraqueza? Até quando a gentileza será sinônimo de ingenuidade? Até quando Annie será a doce e santinha Annie da família? Ao mesmo tempo que é entendível, é um pouco triste demais a forma como tratamos a bondade no cruel mundo atual. Quando vemos uma pessoa compreensiva e genuinamente bondosa fazendo qualquer coisa, literalmente qualquer coisa, nosso primeiro instinto pensa: “ela vai tomar um golpe, ela é muito boazinha para perceber.” E, tudo bem! Somos ensinados a enganar para não ser enganado, mas é muito duro tratar a bondade como fraqueza, como algo idiota. Nem consigo listar quantas vezes fui tratada como boba e ingênua por ter sido uma boa pessoa, por ter muitas vezes acreditado em algo que não deveria acreditar, por ser “certinha demais”. E, puxa! É ainda mais difícil quebrar esse paradigma, destruir todos esses pensamentos das pessoas sobre você, porque, afinal, você é boazinha demais para se importar. Assim como eu, Annie Walker sofre da mesma inquietação, da dificuldade de deixar de ser vista como um alguém feito de cristal, porque é doce demais e pode ser quebrada a qualquer momento.
Annie, por outro lado, é definitivamente uma das melhores personalidades dos últimos tempos. Ela não é um cristal, mas, ainda sim, é doce como açúcar! Annie é dona de uma floricultura em Rome, ela cuida de todas as decorações da pequena cidade, espalhando cores por aí. E, caramba, eu nunca desejei tanto ter uma floricultura como desejo agora! A essência de Annie é delicada, ela recheia o ambiente com sua gentileza e com a sua empatia, mas quando está sozinha, ela se perde em seus livros de piratas cheios de cenas que ninguém imaginaria que a santinha Annie leria. Haha. Isso é como um segredo! No final, tudo que Annie deseja é um casamento feliz e calmo para que ela possa suprir o vazio que, de alguma forma, existe em sua alma. Mas, surpreendentemente, mesmo transbordando amor, Annie é uma negação em encontros românticos, ela não sabe o que dizer sem parecer errado demais, em seu último encontro, passou cerca de 10 minutos discursando sobre a reprodução das flores. Chegando perto dos 30, ela começa a se preocupar com a possibilidade de nunca se casar e não conhecer o amor de perto, como sempre aspirou.
Essa história se passa no mesmo universo de “Amor em Roma” e, nesse livro, acompanhamos os preparativos do casamento de Amelia e Noah Walker, que - meu deus!- não poderiam ser mais perfeitos. Como Amelia é a nossa estrela do pop favorita, sua agência se preocupa com a agitação dos paparazzis, até mesmo na pequena cidade, e com a sua segurança. Assim, Will - ou suas diversas variações -, guarda costas de Amelia, é recrutado para ficar na cidade até o casamento. E, bem? Will é um sonho. É sério! Ele mexeu comigo. Ele é seguro de suas falas, é respeitoso nos mínimos detalhes, ele te enxerga além do que você deseja mostrar. Ainda sim, ele tem aquela certa marra de BadBoy - que é uma delícia de ler! -, que não deseja um relacionamento sério, porque é muito ocupado para isso. Mas não seria uma surpresa se eu dissesse que não dura nem por 10 páginas, seria? Will foi contaminado por Annie na primeira vez que a vi, e é isso que venho falando, ela nos atrai como um imã, mas não quando deseja ser diferente e mais interessante, e sim quando é apenas ela, emitindo sua luz natural.
Após seu péssimo encontro, Annie deseja aprender mais sobre encontros e como deve se portar para parecer alguém socialmente interessante. Em uma noite de filmes com Amelia e suas irmãs, Annie diz que gostaria de ter um treinador de encontros para nunca mais passar por essas situações. E, bem? acho que Amelia levou a ideia um pouco a sério demais - e que bom que levou! No dia seguinte, na sua floricultura, Will entrega uma carta de Amelia para Annie, com um pedido especial: os dois deveriam abrir a carta juntos. Nela, há uma espécie de contrato para Will ser o treinador de encontros de Annie e, eu te garanto, essa é uma das cenas mais engraçadas do mundo, porque Will não quer aceitar, ele não pode aceitar, ele já está apaixonado nessa mulher. É diversão na certa! Na verdade, todo o livro é muito divertido, a autora trabalha com o humor de uma forma tranquila e genuína, daquele jeito que se consegue imaginar exatamente as caras e bocas dos personagens.
É claro que Will aceita, mas só quando vê que Annie estava disposta a fazer a proposta a um outro cara qualquer. Era isso que o preocupava, porque sabia que ao se aproximar de Annie, nunca mais a conseguiria tirar da cabeça. E é o que realmente acontece. Will cresceu em um lar instável, repleto de discussões de seus pais e sermões desnecessários, em contrapartida, fez de tudo para proteger seu irmão, para que ele pudesse acreditar que um lar feliz não deveria ser assim. Mas, a verdade é que quanto mais se protege alguém, mais se retira de você. Toda vez que Will evitava que seu irmão ouvisse as brigas, mais ele ouvia sozinho, toda vez que Will dizia que o amor não era assim, mais ele acreditava que o amor não existia. É um ato corajoso e muito empático, mas é cruel e doloroso. Numa ligação, seu irmão conta que está noivo e que não vê a hora de se casar, que está muito contente por isso e Will não entende como isso aconteceu, como ele pode permitir se apaixonar mesmo vivenciando todo o casamento de seus pais. Ele pensa que será igual, que, no fim do dia, aquele ditado do abusado que se torna abusador é real, que pode ser que nem seus pais. Mas ele não é e nem nós somos. Numa conversa com uma amiga, disse que, se pudesse escolher, não gostaria de me divorciar, porque tenho medo da minha história se repetir com meus filhos e eles se sentirem sozinhos e sem ter quem confiar, e ela respondeu que é assim que eu aceitaria muitas coisas ruins por causa da felicidade dos outros. E, é verdade, nos privamos de muitas coisas porque temos medo de cometer os mesmos erros, de sermos iguais. Mas não somos. Não somos nada parecidos.
O romance é simplesmente impecável, não tenho palavras suficientes para descrever o quão apaixonada e feliz fui lendo esse livro. E, ainda sou e serei por muito tempo, talvez até para vida toda. Ele tem uma pegada “Qual seu número?”, só que ainda melhor, os personagens se comunicam como se fossem melhores amigos há décadas, compartilham seus sentimentos como se fosse a coisa mais bonita que já lhes aconteceram. Há diversas narrações que Annie diz que tem vontade de fazer uma coisa, mas tem medo de como as pessoas vão reagir, não porque se importa com a opinião deles, mas porque seria um inferno toda essa irritação. Entretanto, Will não faz nada além de encorajá-la, ele a leva para fazer uma tatuagem, para vivenciar novas experiências, porque Annie sempre viveu em sua zona de conforto, por isso, sente-se vazia. E, ele fica indignado com isso! Em como essa mulher perfeita não tem fotos de si mesma, em como ela se sente vazia enquanto, para ele, é um poço de coisas boas, de raios de sol, de doces de chocolate. Em certo momento, ela sai com um cara que diz que seus livros de romance são fúteis, mas ela não se importa, porque, na sua cabeça, ecoa Will falando que seu livro de pirata foi sexy como o inferno. É sério, eu poderia escrever sobre todas as cenas do livro e não me cansaria nem um pouco, pois estou tão feliz de ter lido! Nenhuma canção de amor é só mais uma canção de amor, em algum lugar, há Annie e Will.
Além de tudo isso - fala sério! como um livro pode ser tão perfeito? -, a comunicação desses dois é sem comparação. Se há algo errado, eles falam na mesma hora, porque quem se ama, se resolve. É lindo, gente. Na real, é mais do que lindo, muito mais. É amor, estou dizendo. É quase impossível não terminar a leitura e ficar sorrindo que nem uma besta para o teto do quarto. Isso é um pouco estranho, mas toda vez que termino um livro que tanto amo, fico feliz por ser eu quem está lendo. Ser eu e ser o agora, não antes e nem depois, ser o exato presente, ser exatamente quem sou? às vezes, sinto que isso é o tipo mais forte de amor. O amor que você sabe que cresce dentro de você, que ainda está crescendo e que vai crescer para sempre, porque você o planta, colhe e cuida direitinho. Por isso, acredito naquela frase, que o amor existe porque eu existo e eu estou cheia dele. E, eu quero ser assim para sempre, ser quente e acolhedora, ser o tipo de pessoa que acha que um romance pode salvar uma vida, que nunca deixa de acreditar que o amor é real. Haha. Eu estava falando da comunicação, não de amor! Me perdi no caminho. Me desculpem.
Portanto, gente só leiam. Não é inovador, mas é diferente, há amor. Esse provavelmente será o meu romance favorito de 2024, na verdade, ele poderia ser da vida inteira que não me incomodaria. O final não poderia ser melhor, tudo foi lindo de acompanhar, jamais imaginaria que um romance qualquer me convenceria que a vida com óculos cor de rosa é mais legal. Esse livro soa como todas as comédias românticas com uma trilha sonora emocionante, como todas as músicas de amor da Taylor Swift e todas as flores bonitas do jardim bem cuidado. O amor não acaba com o livro, ele está em você agora.