Sabrina758 15/11/2022
Ultravioleta conta a história de Verônica e Luca, duas pessoas completamente diferentes, que marcam a vida um do outro como se fossem predestinados. A primeira noite em que se viram, na Ilha do Mel, é onde essa relação improvável se inicia.
Verônica é uma jovem estudante de cinema que sempre sonhou em ser fotógrafa. Ela tem um passado difícil, marcado por abandono, o que a faz buscar estabilidade e segurança constantemente. Passando de um relacionamento para outro, não conseguindo ficar muito tempo sozinha, encontra Luca num momento decisivo do seu namoro atual, onde sente que tem algo faltando.
Luca, por outro lado, estava cansado da monotonia de sua vida estável, que não fazia mais sentido para ele. Depois de terminar um namoro de anos, pedir demissão e juntar dinheiro, decide viver como nômade, se aventurando e construindo seu próprio conceito de liberdade. O seu primeiro destino, após deixar sua cidade natal, é ir para um hostel em Curitiba, onde a Verônica mora.
Desde aquele primeiro momento que se conhecem e se esbarram mais duas vezes, no mesmo dia, eles sabiam que tinha algo diferente. As coincidências e conexão quase instantâneas selou o destino dos dois. No meio disso tudo, vamos acompanhando a dinâmica e envolvimento dos dois, se completando em suas diferenças. Porém, como fazer dar certo uma pessoa que buscou estabilidade a vida toda, e uma outra que quer criar raízes temporárias, viajando o mundo todo? Quando esse impasse se torna insuportável, eles acabam seguindo caminhos diferentes.
A escrita é super fluida e as personagens são muito fáceis de gostar. São mesmo adoráveis, e eu gostei da dinâmica do relacionamento e o quanto eles significaram para o outro tão rapidamente. Eu não acredito em amor a primeira vista, mas em conexão sim. Além disso, nesse meio tempo, eles vão descobrindo cada vez mais sobre si mesmos, principalmente quando encerram esse ciclo.
E aí que, para mim, o livro começa a estagnar. Acredito que a autora não soube como juntar os dois após a passagem de tempo em que ficaram separados. Aquela conexão incrível que a gente lê no início, se transforma em um grande clichê. Apesar de torcer para que ficassem juntos, afinal nunca sentiram nada parecido por ninguém, foi tosco e egoísta tanto o Luca, voltar após 3 anos de viagem e dizer que cometeu um erro quando a deixou, quanto a Vê, mais uma vez, terminar um relacionamento para ficar com o Luca no final.
Ao menos, essa foi a impressão que deu durante a leitura. Não senti que houve maturidade e desenvolvimento suficiente para que eles voltassem. Pareceu apressado, como se fosse "inevitável", mas não de um jeito bom. De qualquer forma, foi uma leitura agradável, ainda que o desfecho tenha perdido força.