Resenhas - Territorio de luz

Lusia.Nicolino 18/12/2022

A luz é apenas contraponto à escuridão
O que você chama de coincidência? Olhava para a minha fila de livros e o próximo era Mulheres de Osamu Dazai. Mas, resolvo furar a fila porque não conheço nenhum título da ganhadora do prêmio Nobel - Annie Ernaux - e resolvo começar por Acontecimento. Na abertura encontro a frase: “Talvez a memória não seja mais do que olhar as coisas até o limite.” De Yūko Tsushima. De quem? Eu me pergunto. Não conheço! Ao fazer uma busca, para minha surpresa, é simplesmente a filha de Osamu Dazai, com quem tudo começou… Ele, infelizmente, suicidou-se quando ela tinha apenas um ano. Em Territorio de luz vamos acompanhar um ano da vida da protagonista – uma bibliotecária que, ao se separar do marido, vai viver com a filha de dois anos em um apartamento cheio de janelas. Sua relação com a luz que pode vir do sol, dos fogos de artifício, do parque no verão e até de algumas explosões misteriosas é um contraponto com a escuridão de viver sozinha em Tokio, uma maternidade solitária, um trabalho monótono, desencontros e tentativas. Não há nada de terno no abandono, uma história delicada, mas que sutilmente até nos faz rir.

Quote: "En realidad, no soy capaz de imaginarme su soledad. Una soledad em la que no pudo pedir ayuda sin sentir miedo. Uma soledad que lo instó a esconderse detrás del telón rojo pese a que no había nadie a su alrededor"


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