Resenhas - O restaurador de rostos

Biancacm 26/07/2023

Leitura imersiva e interessante
Esse livro não é para ser lido rápido, penso eu, porque traz muitas informações da Primeira Guerra Mundial, do contexto e das inovações trazidas pelo cirurgião Harold Gillies.
Mas não é um livro maçante. Muito pelo contrário. A autora te coloca no campo de batalha, mostra como o soldado foi ferido e o caos para chegar ao atendimento médico que era sobrecarregado. Além disso, entendemos a carga emocional e social de um rosto desfigurado.
A autora mostra a criatividade e inteligência do cirurgião que se rodeou de profissionais de outras áreas para trazer uma perspectiva completa da cirurgia plástica (reconstrutiva e estética).
Foi uma leitura boa, não dei 5 estrelas porque guardo para livros que me marcam profundamente. Essa leitura foi mais um aprendizado e uma boa visão do que foi a Primeira Guerra.

Giovanna Batalha 08/07/2023

Muito interessante. É muito fácil pensar em mudanças superficiais quando se fala em cirurgia plástica, mas Gills desde o início, já percebia o quanto isso pode influenciar o psicológico de alguém, não deixando que as limitações da época o impedissem de tentar devolver a vida e auto estima de soldados que tiveram seus rostos desfigurados devido a guerra.

Ayumi.kimura 20/06/2023

Tendo como plano de fundo a Primeira Guerra mundial, o árduo trabalho do grande pai e pioneiro da cirurgia plástica Sir Harold Gillies, um grande visionário e humanitário que conseguia ver a necessidade nao só de restabelecer as funções corporais e também de fechar suas feridas e amenizar parte de suas dores. Tentando restabelecer a dignidade e a esperança de tantos feridos que passaram por tratamento de lesões ou mutilações faciais. Gilies deixou um grande legado para cirurgia plástica moderna.

Livia Barini 25/04/2023

Um livro necessário
Quando você pensa em alguém que ficou com uma sequela de guerra em que tipo de pessoa você pensa? Em alguém com problemas mentais (stress pós-traumático, esquizofrenia...) ou em alguém sem membros (sem mão, braços, pernas, paralítico...), não é mesmo? Você não pensa em alguém sem nariz, sem os globos oculares, sem mandíbula... E é sobre esses homens que este livro vai falar.

O livro não é um romance. É um livro sobre o trabalho do Dr. Gilles, um cirurgião que criou uma equipe muldisciplinar, que desenvolveu novas técnicas, que documentou seu trabalho, que abriu as portas de sua sala cirúrgica para ensinar, que publicou livros e que lutou para que a cirurgia plástica fosse reconhecida como especialidade. Mas que, acima de tudo, fez todo o possível para consertar os rostos destroçados pela guerra destes homens.

O mais difícil para mim foi imaginar o sofrimento destas pessoas. Não é uma questão meramente estética, é não poder falar, comer, dar um beijo, trabalhar... é ter a aparência de um monstro e ser tratado como tal. Imagine ser operado em uma era em que a antissepsia estava engatinhando, sem antibióticos, sem anestesia, por um médico que não foi treinado para fazê-lo (porque não haviam técnicas para tanto)! E isso acontecer não apenas uma vez, mas quinze, dezessete... até quarenta vezes! Assustador não?

E o pior é que ainda há muitos seres humanos, tanto civis quanto militares, tendo os seus rostos destruídos pela guerra neste exato momento lá na Ucrânia, na Rússia e em tantos outros lugares onde há conflitos que são esquecidos pela imprensa.

Como dizia meu pai “A guerra é a maior demonstração da imbecilidade humana”.

Um livro necessário. Espero que sirva de alerta para os que carregam dentro de si a ânsia pelo conflito, em especial, se forem os poderosos.

Simone de Cássia 31/03/2023

Talvez eu tenha esperado mais do livro, ou esperado uma abordagem mais específica sobre as questões cirúrgicas/medicinais. Entendo que a autora quis explicar o contexto das inovações cirúrgicas mostrando o cenário da primeira guerra, mas confesso que, para meu gosto, ela se aprofundou demais descrevendo batalhas e similares. Achei que o foco seriam as cirurgias, os casos específicos e seus desfechos e talvez por isso me decepcionei um pouco. Mas o livro não perde sua importância e seu papel informativo sobre o trabalho em prol de devolver a dignidade humana a seres tão sofridos. Vale por isso.

Leitor Noturno 13/03/2023

Resenha Noturna
Hoje já está comum no nosso dia a dia vermos pessoas com o rosto diferente daquele com o qual nasceram, seja por aplicação de produtos, harmonizacões temporárias e até com cirurgias definitivas que mudam o formato de certas características suas, mas existiu uma época onde isto era impensável, não havia chance de você ficar mais bonito ou menos feio do que era. Um homem foi responsável por iniciar os procedimentos estéticos, e sua ambição não foi movida por fotos no Instagram ou pela aparência de alguém que você admira, Harold Gillies é considerado o pai da cirurgia plástica e o que fez ele propagar seu conhecimento foras as guerras, sabia disto?

Pois é, ao ver soldados do exército voltando para casa com rostos queimados ou até mesmo sem alguns pedaços, causado pelas bombas inimigas, ele sentiu que não poderia deixar que a vida daqueles que defendiam uma bandeira nacional, fossem afetadas daquela forma, então começou a fazer pesquisas, testes e cirurgias para tentar reverter o estrago ocorrido no front. Suas técnicas foram ficando cada vez mais apurada e ele causou uma verdadeira revolução no mundo médico, e também no estético.

Um livro incrível, da mesma autora de ?Medicina dos Horrores?, ela cria quase uma biografia de um gênio da medicina em meio aos relatos sobre os momentos tensos da primeira guerra mundial, falando detalhes das batalhas e mostrando como ela influenciou a vida da população, e seus reflexos.

Vocês sabem como eu gosto de ler sobre guerras e quando isto está relacionado a alguma outra curiosidade a leitura fica ainda melhor, desta vez fiz o caminho inverso, fui ler sobre o assunto e não fazia a menor ideia que envolveria guerras, achei que o livro seria daqueles macabros, relatando cenas trágicas ou cômicas relacionada aos experimentos estéticos, mas fui surpreendido por um enredo muito mais revelador, falando sobre um dos grandes nomes da medicina que o mundo já viu.

Se você está esperando um livro de terror, com cenas fortes e algum serial killer que gosta de rostos, este livro definitivamente não é para você, a história é real, tem alguns pontos bem chocantes, mas que estão muito mais relacionado com o que é verdade e já aconteceu no mundo, algo que talvez nem a ficção fosse capaz de imitar, de uma forma bem fluida e atraente, fazendo o leitor ficar compenetrado na história, querendo saber qual será o avanço seguinte e até onde Gillies era capaz de chegar, em uma época onde a tecnologia nem existia direito.

Nota Final: ????????

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Alan Santana 03/03/2023

O restaurador de rostos (e da 1ª Guerra)
Para apreciar o livro é preciso não só se interessar por cirurgia, mas também sobre a Primeira Guerra Mundial. Tive a impressão que uns 70% do livro é destinado a descrever as batalhas e suas consequências e o restante para dizer como Gillies se portou frente aos desafios de trabalhar em um área praticamente inexistente da cirurgia.
Para quem gosta de cirurgia e guerra é indispensável, mas confesso que senti falta de um aprofundamento na parte cirúrgica do livro; além disso possui bastante digressão ao longo dos capítulos que, sinceramente, não precisava tanto (p. ex.: ?Gillies precisava de sangue para seus pacientes?, toma aí toda a história da transfusão de sangue). Isso dá a impressão que faltou assunto para completar a obra.
Gosto muito da escrita da autora e seu livro anterior (Medicina dos Horrores) é um dos meus preferidos e, embora, repito, este seja um excelente livro, não entrou para a mesma lista.