Jenni 04/02/2024
"Garotas como eu são preparadas para a tempestade."
A narrativa de "As garotas que eu fui" mergulha nas complexidades da vida de Nora, previamente conhecida como Rebecca, Samantha, Haley, Katie e Ashley, nomes que ela assumiu em uma sequência de identidades forjadas pela sua mãe golpista. Sua existência é marcada pela herança involuntária de uma vida de mentiras, utilizada como acessório nos trambiques da mãe. Contudo, quando a mãe se apaixona e ela vê sua vida em perigo, Nora decide inverter os papéis, aplicando um golpe próprio e desaparecendo do cenário criminoso.
Cinco anos depois, a protagonista tenta viver uma vida normal, mas a trama se desdobra de maneira imprevisível quando ela se vê envolvida em um assalto a banco, ao lado de seu ex-namorado e sua atual namorada. Nora enfrenta a dualidade de suas habilidades persuasivas e a necessidade de esconder sua verdadeira identidade dos assaltantes ou usá-la para conseguir salvá-los.
A trama não se limita apenas à ação, mas mergulha nas profundezas psicológicas de Nora, explorando como os relacionamentos abusivos moldaram sua essência. Sua mãe narcisista a utilizou como peão, gerando uma crise de identidade. A protagonista, no entanto, escolhe lutar contra essa opressão, tornando-se uma personagem cativante e resiliente.
Amei o suspense e as reviravoltas, a autora conseguiu criar uma trama envolvente. O foco na temática dos relacionamentos abusivos adiciona camadas de complexidade, proporcionando uma reflexão sobre as marcas que tais experiências podem deixar. Fiquei admirada pelos planos geniais de Nora, que ressaltam o aspecto estratégico da narrativa.
Espero uma continuação após os acontecimentos finais, seria incrível acompanhar os personagens no que pode ser o plano mais perigoso da Nora.
"As garotas que eu fui" oferece uma experiência literária rica em suspense, psicologia e personagens complexos, prometendo manter os leitores ansiosos por mais desdobramentos.
?"Samantha me ensinou a me esconder. Haley me ensinou a lutar. Katie me ensinou a ter medo. Ashley me ensinou a sobreviver."