Virginia 20/05/2024
Lore Olympus (Vol. 6)
Compilando os capítulos 127 ao 152, o sexto volume de Lore Olympus apresenta-se como o mais doce até ao momento. Zeus descobriu o segredo de Perséfone, emitindo um mandato de captura tanto para Perséfone como para a sua mãe Deméter. Sem grandes escolhas, Perséfone vê-se obrigada a fugir, acabando por ser encontrada por Hades.
É essa situação que abre este sexto volume. Encontramos um Hades dividido nas suas lealdades. Deverá ele cumprir com as ordens de Zeus, seu irmão e aliado na aliança dos deuses, e entregar Perséfone? Ou deverá ele manter-se leal à mulher por quem se está a apaixonar? Naturalmente, a personagem não possui respostas, no entanto ele segue os seus instintos e tenta ajudar Perséfone a limpar o seu nome, dando-lhe guarida. Achei que esta decisão estava em voga com o desenvolvimento da personagem, o que apenas demonstra que Smythe conhece as suas personagens e compreende-as intimamente. Hades e Perséfone tentam aproveitar o melhor da situação e aproveitam para se conhecerem um pouco mais. Nessa senda, temos o desvelar de alguns dos seus traumas, sobretudo da parte de Hades. É nestes momentos que entra a doçura. Hades e Perséfone são duas personagens que carregam muita bagagem emocional com eles, todavia eles ainda são capazes de estabelecer uma ligação amorosa um com o outro. Eu diria que o grande objetivo de Smythe com Lore Olympus é demonstrar ao mundo que é possível encontrar e estabelecer relações profundas com outra pessoa, apesar de toda a nossa bagagem. Os momentos onde os dois falam sobre os seus traumas e oferecem apoio são de uma doçura indescritível.
Porém, apesar de serem as estrelas, Lore Olympus não se foca somente em Hades e Perséfone, explorando igualmente o seu elenco de personagens secundárias. Neste volume em particular, as personagens secundárias oferecem um complemento ao nosso casal principal. Artémis finalmente descobre que algo aconteceu entre Perséfone e Apolo, embora este último manipule a verdade a seu favor. Smythe introduz-nos Leto, a mãe de Artémis e Apolo, uma nova potencial fonte de drama. Também passamos tempo com Eros e Eco, à medida que a sua relação se desenvolve. Mal posso esperar para ver como irá desenrolar a sua relação. A novidade deste volume é o inesperado foco entre Dafne e Tanatos. Devo confessar que não estava nada à espera do emparelhamento destas duas personagens. As duas parecem completamente opostas, contudo as suas interações afiguram-se tão naturais que me deparei a shippá-los. Tendo em conta o mito original de Dafne, fico um pouco nervosa quanto ao seu progresso na história.
Como se este volume já tivesse a sua quota parte de drama, Smythe lança uma nova pitada de informações que nos deixam apreensivos para os seguintes volumes. Não querendo dar muitos spoilers, acontece que Deméter (em conversa com Nix) lança uma teoria sobre as deusas da fertilidade e como isso pode afetar Perséfone. Para nos deixar ainda mais apreensivos, Smythe conclui o volume com um cliffhanger que pode colocar todo o Olimpo em causa.