Me chama de Cassandra

Me chama de Cassandra Marcial Gala




Resenhas - Chamem-me Cassandra


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Paulo.Vitor 03/04/2024

"Eu também adivinho coisas. Meu Zeus, eu sei que vou morrer aos 19 anos muito longe de Cienfuegos, quem vai me matar é o capitão"
Antes de mais nada, preciso esclarecer que o título da resenha não é um spoiler, visto que essas informações estão na terceira página de texto do livro.

Acompanhamos aqui, Cassandra/Raul, jovem cubano que além de ter que lidar com todos os preconceitos acerca de suas escolhas, recebeu o dom (ou maldição) de conseguir vislumbrar o futuro.
Existe nesse livro diversas referências, e melhor dizendo, diversos paralelos entre lendas clássicas gregas e a realidade ali contada.
Possui muito interesse pela leitura e pela poesia, mas, a masculinidade da época acaba por reprimir essas atividades. Acabou tendo que ir para a Angola, pois na época vários cubanos foram enviados para auxiliar os angolanos na sua independência.
A narrativa aqui vai e volta no tempo, me lembrou bastante Matadouro 5 do Kurt Vonnegut. Várias vezes, após algum capitulo que nos fala sobre o futuro da narrativa, voltamos para o passado, muitas vezes para contar algum relato, que para sua família pode ter sido banal e corriqueiro, mas, que acabou por marcar de maneira muito forte e negativamente o protagonista.
Cassandra e Raul não tem liberdade para serem a mesma pessoa, respeitados apenas por sua mãe (nem sempre) e sua madrasta, é triste notar que os fatores externos também acabavam com as alternativas de vida remanescentes. Os personagens são muito bem construídos. O período intitulado de "soldadinho de chumbo" nos causa nós na garganta e repulsa por todos que cercam o personagem principal. Sofre todos os tipos de abusos, e parece que ninguém se importa. É realmente muito triste ler esses trechos e como leitor onisciente, saber o que Cassandra/Raul pensam na situação.
A maneira com que as lendas gregas chamam Cassandra/Raul me lembrou bastante o Labirinto do Fauno (o final também).
comentários(0)comente



alex 14/03/2024

Me chama de Cassandra, de Marcial Gala (2019)
Não me lembro de como soube desse livro, mas que grata surpresa!

O autor cubano entrega um texto tão delicado e sensível, a partir de uma história tão pesada e triste.... Coisa linda!

Narrativa: uma criança cubana, da década de 1970, não se reconhece no gênero com o qual nasceu e obviamente sofre as agressões e preconceitos que podemos imaginar na escola e na família (numa ditadura q persegue os "sodomitas").

Qdo completa 18 anos, se junta ao exército cubano na guerra que promoviam em Angola e lá sofre estupros recorrentes pelo comandante da tropa.

O realismo fantástico fica por conta da jovem ser a reencarnação da Cassandra grega, com poder de visualizar o futuro. Logo, toda a história se passa numa atmosfera de resiliência e conformidade.

Livrão!
comentários(0)comente



leobalarin 16/02/2024

Profundo e dramático
Você começa a história já sabendo o seu final e isso é maravilho, te prende e faz querer entender o que vai se levar até o tal acontecimento descrito. ?Conhecemos Raul, um jovem cubano que está se listando ao exército e precisará ir para Angola em uma missão, porém antes desse ponto da história, vamos conhecer melhor esse personagem tão incrível, desde seus dez anos de idade, todos os conflitos, pensamentos, medos, sofrimentos e angustias são trazidos de forma muito real e profunda.?O personagem vive com seus pais e seu irmão, onde alguns conflitos familiares são mostrados, como ter um pai que ao ficar bêbado agride sua mãe e essa mesma mãe sofre com a perda de sua irmã, e deposita no seu filho, que possui uma semelhança com ela o desejo de a reviver, onde Raul se veste com roupas de sua tia. Seu pai troca sua mãe por uma mulher russa que se mostra compreensível e uma pessoa boa, sendo apenas alguns recortes de acontecimentos que o livro mostra. ?Raul começa a entender que na verdade não é Raul e sim Cassandra e numa sociedade totalmente transfóbica e homofóbica, ser assim é um grande desafio.?Raul ao chegar no exército e ir nessa missão, passa a sofrer bullying e sempre sendo chamado de termos pejorativos até que o capitão começa uma série de abusos e o obrigando a servir sexualmente suas vontades e é nesse momento que Raul vive como Cassandra, por poder usar roupas, vestidos, sapatos e maquiagens que faz com ela sinta sua plenitude, porém sempre com dor desses abusos e agressões sofridas. ?Cassandra é uma personagem de certa forma sensitiva, ela em vários momentos cita que vê pessoas mortas e consegue prever como será o fim de cada um. E como se mostra apaixonada por livros, várias histórias e personagens da mitologia grega são trazidas a história numa interação que só ela vive, o que eu acho que foi muito bem construído. ?O livro é intenso e sem dúvidas fica o aperto no coração de Cassandra nunca ter saído e vivido de fato, e ser apenas um desejo dentro de um corpo.?Recomendo demais!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



@eleeoslivros 24/01/2024

Que livro senhores!
um livro maravilhoso sobre se descobrir, se aceitar.
Esse livro contém gatilhos sobre violência e bullying.
comentários(0)comente



Saulors 16/10/2023

Todo o desenvolvimento do livro é muito interessante, visto que desde o começo já sabemos o desfecho da história, mas mesmo assim o autor consegue nos prender.
Porém, achei massante em alguns momentos.
comentários(0)comente



6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR