Alan kleber 26/04/2024
Eu sou uma filha da Ucrânia, eu tenho doze anos e só quero ter paz e voltar para casa!
Merecemos viver uma vida de paz e felicidade!
"Diário de uma Jovem na Guerra da Ucrânia" é uma obra comovente que nos transporta para os horrores e as lutas vividas por Yeva Skalietska, uma adolescente de apenas 12 anos, durante os tumultuados dias da invasão russa em sua terra natal. Escrito com uma sinceridade cativante, o diário oferece um vislumbre da angústia e da coragem de uma jovem enfrentando a brutalidade da guerra.
Desde o início, somos levados a acompanhar Yeva e sua avó enquanto percebem, com crescente alarme, o perigo que se aproxima de seu apartamento. Confrontadas com a iminência da violência, elas buscam refúgio no porão do prédio, um ato desesperado diante de uma realidade sombria que logo se revelaria insuficiente para protegê-las.
A narrativa nos leva através de uma jornada de sobrevivência, onde cada passo é marcado pelo risco iminente e a incerteza do amanhã. Da busca por um abrigo seguro ao testemunho das explosões e da destruição que assolam sua cidade, Yeva e sua avó enfrentam desafios inimagináveis, vendo seu lar ser reduzido a escombros por um míssil.
Entretanto, mesmo em meio ao caos e à devastação, há momentos de humanidade e esperança. O relato das amizades mantidas, das histórias de coragem compartilhadas com os amigos de escola e da solidariedade encontrada nos momentos mais sombrios da guerra são testemunhos emocionantes da resiliência do espírito humano.
A jornada de Yeva não termina nos escombros de sua cidade natal. Ao atravessar a Ucrânia, enfrentando o fogo e a fúria da guerra, ela e sua avó finalmente encontram segurança ao cruzar a fronteira com a Hungria
A chegada de Yeva e sua avó Iryna na Irlanda, com a ajuda de jornalistas altruístas, é um momento de alívio e renovação, representando um novo capítulo em suas vidas marcadas pela tragédia da guerra. No entanto, mesmo diante dessa oportunidade de recomeço, o coração de Yeva não consegue se desvencilhar das memórias dolorosas e da preocupação contínua com sua terra natal.
Enquanto se estabelecem em um ambiente seguro e acolhedor na Irlanda, Yeva é confrontada com um turbilhão de emoções contraditórias. Por um lado, há a gratidão pela chance de reconstruir sua vida em um lugar onde a paz prevalece, longe dos horrores da guerra. Por outro lado, persiste a angústia e a tristeza pela situação devastadora que assola seu país e pelas experiências traumáticas que ela e sua avó enfrentaram.
A mudança para a Irlanda pode oferecer um vislumbre de esperança, mas não apaga as cicatrizes emocionais deixadas pela guerra. A luta interna de Yeva entre a gratidão pelo presente e a preocupação pelo futuro de sua pátria reflete o conflito de muitos sobreviventes de conflitos armados, que carregam consigo o peso de suas experiências enquanto buscam reconstruir suas vidas em novos horizontes.
Assim, a chegada na Irlanda é mais do que uma simples mudança geográfica; é um símbolo poderoso de resiliência e perseverança, mas também de uma dor que continua a ecoar mesmo diante da esperança por um futuro melhor.
"Não sei quantos dias, meses ou mesmo anos mais essa guerra vai durar. Quantas vidas vai levar, quanta dor vai causar, qual vai ser o tamanho do preço que vai cobrar ? e que já cobrou ? nós só saberemos no futuro. Até hoje, há pessoas sofrendo em Kharkiv, e fico impressionada de elas terem forças e determinação para seguir em frente.
Desde que a guerra começou, eu aprendi a valorizar verdadeiramente a minha vida. Mais cedo ou mais tarde, todos aprendem essa lição."