livraria.da.mel 27/05/2024
Me solidarizei com a "vilã"
Essa é uma leitura que eu demorei para começar porque sabia que precisava de tempo para ler e conseguir imergir na ambientação da história. Depois que consegui esse tempo, a leitura super fluiu, e quando dei por mim, já tinha finalizado.
"Alamoa: amaldiçoada" se passa na época das grandes navegações portuguesas. Acompanhamos em alguns capítulos o dia a dia de como é uma embarcação por dentro, com os soldados convivendo uns com os outros, e o mar agitado que faz o navio balançar demais, tudo isso achei bem legal de ler. Já no começo somos apresentados a vários personagens, confesso que demorei para gravar os nomes, mas uma vez familiarizada, a leitura não é comprometida.
Logo no começo da narrativa, percebemos que além de fantasia, o livro também é LGBTQIAPN+, o que eu achei interessante e inesperado. E também fui pega de surpresa por alguns hots. Foi divertido também perceber que poderia haver um triângulo amoroso entre o vice-capitão Pedro, o jovem soldado Thiago e o padre Miguel. Achei curioso esse desenrolar da narrativa.
No momento que eles começam a explorar a nova terra, é aí que o livro começa a ficar mais legal e, digamos, sangrento! Sim, descobrimos que a terra é habitada por criaturas misteriosas e sedentas por sangue. E nesse ponto da história, conhecemos a mulher que seria a vilã, Alamoa. Confesso que desde o primeiro momento, eu consegui me solidarizar um pouco com ela, apesar dela não demonstrar ter compaixão, mas também, por que teria compaixão com os homens que invadem sua terra?
Um dos aspectos mais legais e interessantes do livro é a maneira como o autor utiliza a lenda da Alamoa, uma figura mítica do folclore brasileiro, para criar uma história original e surpreendente. Alamoa é a vilã na narrativa, mas depois que o autor mostra o ponto de vista dela, de como ela foi parar ali e tudo o que já viveu, eu não tive como não torcer pela personagem. Achei a Alamoa muito forte e destemida, curti bastante esse livro!