Personas decentes

Personas decentes Leonardo Padura




Resenhas - Personas decentes


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anna v. 04/02/2024

Ótimo
Sou fã do Leonardo Padura e de seu detetive, o Mario Conde. Alguns livros são melhores do que outros, e este achei dos mais inspirados. Adoro o estilo do autor, que pode ser meio barroco de vez em quando, com frases compridas e cheias de polissílabos, mas ele esbanja categoria. Também acho irresistível sua descrição de Cuba e dos cubanos, o olhar pra lá de crítico do Conde, sua decepção com tudo de ruim que foi feito de seu país em nome de um ideal.
Neste livro temos 2 histórias correndo paralelas. Em 1909-1910, o inspetor de polícia novato Arturo Saborit se torna próximo de Alberto Yarini, um jovem rico, charmoso e talentoso, filho de um dentista famoso (seu sorriso perfeito é citado muitas vezes). Yarini é popular por onde passa, todos o amam, gerencia vários prostíbulos em San Isidro e é o rei das prostitutas, a quem trata com carinho e consideração. Ele tem pretensões políticas, e, entre outras coisas, se indispõe com outro grupo de cafetões, os "apaches", que são na verdade franceses. (Aliás, este é um livro em que se lê a palavra "proxeneta" várias vezes.) Até que, em certa altura, um dos franceses traz da França uma nova prostituta, La Petite Berthe, que é um absoluto fenômeno. Yarini fica louco por ela e a "rouba" para sua casa. Quer dizer, ele vive com ela, mas também a prostitui em uma de suas casas de tolerância. Ela é alto luxo, bastante lucrativa, inclusive. Isso, claro, desencadeia uma guerra entre as facções.
Paralelo a isso, o cometa Halley está para chegar, e há um temor real de que o cometa vá se chocar com a Terra e todos vão morrer. Por isso, rola um clima de oba-oba de fim de mundo, sem limites, sem superego, que contagia todo mundo em Havana.
Enquanto isso, em 2016, Mario Conde, ex-policial, que atualmente vive de comprar e vender livros, e fazer outros bicos, segue sua vida com personagens que conhecemos de outros livros. Seu fiel cachorro, Lixeira II, sua namorada Tamara, que está prestes a ir visitar o filho na Itália, e seus amigos, o cadeirante Magro Carlos e sua mãe Josefina, Candito Vermelho, e Coelho, que volta de Miami.
E aqui não é o Halley, mas outra espécie de cometa que está prestes a atingir Havana: Barack e Michelle Obama vão em visita oficial a Cuba por 3 dias em março de 2016, e na sequência, um show dos Rolling Stones. Da mesma forma que em 1910, há uma aura de mudança no ar, como se tudo fosse se tornar diferente de uma hora pra outra.
Como a polícia está totalmente voltada para a visita do presidente americano, seu antigo chefe, Palacios, pede a Conde que o ajude a investigar um crime: um antigo figurão da repressão dos anos mais duros do regime, um cara do departamento de cultura, sabidamente 🤬 #$%!& que acabou com a vida de artistas plásticos, escritores e poetas, por não serem suficientemente "revolucionários", é encontrado morto em seu apartamento.
A investigação o leva a pessoas e locais inesperados, e Conde, ao lado do detetive Duque (hahaha), vão parar no Museu Napoleônico de Cuba (que realmente existe e tem um acervo incrível), em busca de pistas para essa história. Claro que, no fundo, as pistas estão lá na história de Arturo Saborit e Alberto Yarini.
Uma ótima história e uma viagem sempre prazerosa, nas mãos de Padura, pela história de Cuba, tão única e inigualável.
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Luís Gustavo 28/01/2024

Romance Policial bem amarrado
A história se desenvolve em duas Havanas: a de 1910, em uma Cuba recém-independente, e em 2016, com a visita do Obama de fundo.

Tem muitos personagens, alguns sendo pessoas que realmente existiram, e que são desenvolvidos na medida do possível. Um panorama político-social complexo: a questão da prostituição em Havana, a proximidade e distância dos EUA, seja política, seja econômica, e as raízes históricas do país que lutou contra a colonização algumas vezes.

Tudo isso perpassa a investigação dos crimes, chegando num desfecho bem amarradinho!

Então, sobre a história em si, é um ótimo romance policial. Mas, sobre o autor e algumas sutilezas do texto, não sei muito bem o que pensar ainda.
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