Luiz de França 26/02/2024
É... Ok.
Seguindo a minha linha de leitura de traduções do Vitor Martins, cheguei neste livro que me empolgou de cara por promover uma adaptação de Legalmente Loira para o público teen gay/LGBTQIAP+. E, realmente, dá para fazer vários paralelos, o que me tirava vários sorrisos quando enxergava referências aqui e ali.
Porém, disto isto, confesso que Simplesmente Blaine não se tornou uma leitura tão agradável para mim, em comparação a outros livros que seguem narrativas semelhantes. Talvez pela minha expectativa alta, eu não consegui me conectar com a leitura, o que causou um distanciamento em alguns trechos. Mas, se eu for realmente sincero, acho que o meu problema com este livro tem nome: Blaine.
Sim, achei que a construção do personagem principal poderia ter sido muito melhor. Em um livro como este, a intenção do autor sempre volta para termos o mínimo de empatia por ele, principalmente por saber que, em algum momento, tudo vai despencar e as falhas vão se acentuar, para que se construa um arco de redenção logo após. Se essa foi realmente a intenção do Robbie, infelizmente não consegui atender à vontade dele. Achei o Blaine um personagem insuportável, vitimista e muito egoísta, e a "redenção" que deveria ter vindo no fim não conseguiu suprir qualquer parte dessa personalidade negativa, ao meu ver. Além de que, de certa forma, boa parte dos problemas dele (e os que ele produz) são resolvidos por todo mundo que está em volta, e nunca por ele, que só se desculpa e se desculpa e se desculpa... ad infinitum. Tentei passar um pano no início, por ser adolescente e tudo mais, mas 90% dos outros personagens também são e poucos me deixaram com esse gosto amargo no término da leitura.
Por fim, achei válida a tentativa da adaptação de Legalmente Loira. A tradução de Vitor Martins está ótima, como sempre, adequando à realidade e atualidade da linguagem e vivência brasileira. Acho que não me sentiria empolgado em ler uma continuação, caso tenha uma, mas Simplesmente Blaine finalizou numa nota média para mim. E é... Ok.