"Ana Paula" 29/10/2023Antes de ler este livro, um aviso: Possui gatilhos intensos.
Este é o segundo livro que leio da autora e confesso, foi muito mais dificil de ler.
Primeiro porque acompanha uma mãe que acabou de ter seu filho sequestrado. Toda dor e desespero que ela sente, é passado para o leitor. Eu me senti péssima com o começo do livro. Sou mãe e me coloquei no lugar da personagem. O desespero bate, não tem jeito.
Segundo porque depois do susto inicial do sequestro, o enredo perde um pouco o charme. A leitura vai ficando cansativa por acompanhar mais a vida cotidiana dos personagens, que são poucos. A principal é Marin mas tbm vamos conhecer outros que são igualmente necessários para o desfecho do enredo, mas até o leitor chegar nessa parte, cansa.
Mari é um apersonagem que deixa a dsesejar em diversos sentidos, mas como mãe, ela é o que é. Eu não me atrevo a julgá-la, não gosto nem de pensar no que eu faria se perdesse a Beatrice.
Agora como mulher, eu julgo, sim! Suas atitudes, principalmente com seu marido - e não existe a desculpa do filho desaparecido - fidelidade é escolha.
Marin é complexa, uma mulher dona de si, que fez sozinha seu nome e tem uma vida estável do jeito que ela sempre quis. Ela tem motivos para estar devastada claro, mas algumas de suas atitudes são muito incoerentes.
Todos os personagens possuem um caráter duvidoso. Começamos o livro gostando de uns e desgostando de outros, terminamos o livro com todos na lista negra. É uma leitura dificl, mesmo assim o enredo é bom. Poderia ser melhor, menos detalhista, mas acredito que a autora fez isso já com a intenção de criar esses personagens dubios.
Como um todo, eu gostei e indico a leitura. Leria de novo? Provavelmente não, mas foi uma leitura gostosa que me deixou apreensiva em alguns pontos e trouxe aquele gostinho de "só mais um capitulo".
"Mas era o Papai Noel. As crianças são ensinadas a amar o Papai Noel, a falar com eles mesmo que estejam intimidadas ou assustadas, e se sentar no colo do maldito bom velhinho e contar o que querem ganhar no Natal. Em troca, eram premiadas com um doce por confiar em um estranho."