Vitória 14/07/2023
Finalmente, depois de seis longos meses, estou voltando aqui pra falar da Ya Bratva. Desde o primeiro volume venho acompanhando essa série no lançamento, e não poderia ser diferente com Boris. Dona Lucy foi responsável por várias das minhas crises de ansiedade durante o processo de lançamento dessa obra. Cheguei aqui com alguns pés atrás porque, pelo pouco que o Boris mostrou nos livros anteriores, ele não parecia ser o tipo de protagonista pelo qual eu me apaixono perdidamente e, pelo menos nesse ponto, eu estava certa. Ainda assim, Lucy entrega uma narrativa perfeita aqui, e eu vou aplaudir muito ela ao longo desse comentário.
Acho que o início desse livro foi o mais difícil pra mim. Lembro que no lançamento de Misha, do qual eu fui uma planfetadora oficial, muita gente veio falar comigo que sentiu os primeiros 30% arrastados, que a leitura parecia não fluir, mas que depois deslanchava. Isso não aconteceu comigo lá, mas aconteceu aqui. Coloco a culpa disso mais no fato de não termos tantas interações entre o casal nesses 30% iniciais. Existem outras tramas acontecendo, e elas eram interessantes pra mim, mas talvez não fossem o suficiente pra me fazer querer continuar e ficar agarrada no kindle o tempo todo. De qualquer forma, por já conhecer a Lucy, eu insisti, e depois da chupada no banheiro o negócio foi uma maravilha. Conversei com outras pessoas que estavam lendo o livro e elas falaram que sentiram o mesmo que eu, e só posso dizer de novo pra insistirem, porque quando melhora, melhora de verdade.
Os protagonistas aqui são completamente diferentes dos que nós temos nos volumes anteriores da série. Os dois são muito fechados e duros, mas eu me apeguei mais facilmente à Yelena porque sentia que a mulher escondia algo. Muita gente (sim, aparentemente eu sou a referência das minhas amigas quando o assunto é Ya Bratva) veio falar comigo que achou ela inocente nos primeiros capítulos, principalmente quando o pai dela chegou impondo o casamento, e ela pensa que aquilo poderia fazer com que ela conquistasse uma posição de maior importância na máfia. Comigo foi completamente o contrário. Desde a cena do restaurante, e as insinuações dela sobre não ser virgem, eu percebi que a bonita escondia muito sobre o papel dela dentro da organização, que ela não era uma filha de enfeite, e que não poderia esperar a posição de esposa de enfeite como seu futuro. Consegui pegar muito sobre o lance da Valquíria antes da hora? Sim, mas ainda assim Lucy quebrou as minhas pernas, porque nessa revelação a mulher chega com o maior sofrimento dessa história, e com as cenas que mais me fizeram amar essa mulher.
Sim, na opinião dessa humilde leitora, esse é o volume mais pesado da Ya Bratva até então. E não falo nem sobre cenas de tortura gráficas, porque a do Misha no banheiro talvez ainda esteja no top 1 desse ranking, mas no assunto abordado aqui. Lucy foi incrível por colocar o aviso de gatilho no início do capítulo que contém o abuso de criança. A cena é terrível, mas o que mais me afetou foi ver o tanto que esse assunto precisou voltar à tona, tanto por causa da Yelena quanto pela ameaça que Masha e Helene estavam sofrendo. Assim como a Lena, eu entrava em desespero a qualquer mínimo risco que as meninas corriam, e por isso a cena da escola se tornou a mais angustiante pra mim da série inteira. A gente já chega aqui amando Masha e Helene, mas Lucy faz questão de nos encher de cenas das duas sendo fofas, e da construção de uma relação entre elas e a Yelena. Sinceramente, apesar de tudo o que eu apontei que me fez cair nas graças dessa protagonista, acho que o que me fez realmente amá-la foi vê-la se tornando uma referência e uma confidente pras meninas.
O Boris foi difícil. Ele é de longe o personagem mais frio e fechado que já vi a Lucy escrever. O homem não cadela como Viktor e Misha, nem um pouquinho. A gente percebe que ele começa a ter sentimentos pela Yelena, mas é de uma forma completamente diferente, porque parece que ele não deixa isso tomar conta de si. E, como eu sou do fã clube dos cadelinhas, ele acabou não me pegando tanto. Apesar disso, os hots continuam sendo incríveis. Eu sentia que nessas cenas é que eu conseguia ver o Boris se apaixonado e demonstrando tudo o que ele sentia pela Yelena, e passei a pedir cada vez mais por elas, e Lucy não me decepcionou. Sequer consigo dizer qual foi a minha favorita. Por ser um livro que versa mais sobre tramas da máfia do que os anteriores, a gente acaba vendo mais o Boris como Pakhan do que qualquer outra coisa, mas continuei gostando dessas cenas por poder entrar em contato com os protagonistas que já deixamos pra trás, mas que continuam tendo um lugar cativo no meu coração, e com outros personagens secundários que eu amo tanto. Assistir a interação entre eles sempre vai ser algo incrível pra mim.
Vamos falar agora do homem que, sem falar sequer uma palavra, me ganhou completamente: Sirius Black. Eu sei que a Lucy é mais cruel que o Boris e não vai me entregar o livro desse homem, mas eu não conseguiria dormir em paz se não pedisse. A história do cara é sofrida até dizer basta, e eu chorei até não aguentar mais quando a Yelena nos conta algumas coisas sobre ele. Além disso, ver a relação dele com a Lena, como ele coloca essa mulher acima de tudo pelo simples fato dela ser a única amiga que ele teve a vida inteira, me quebrou demais. Nem que seja no meio do livro do Andrei, com pouquinhas cenas e só um beijinho, eu preciso ver esse homem se apaixonar e colocar outra mulher no pódio dele. Já tem uma semana que concluí essa leitura, mal penso mais em Boris e Yelena, mas não tem um dia que o Siruis não dê um mísero oi na minha cabeça. Isso é claramente o indicativo de um secundário que merece atenção. Eu joguei no comentário de Meu Lado Mortal, tá lá pra todo mundo ver, que tinha certeza de que o Dmitri estava marcado pra morrer, e agora eu venho profetizar: esse homem é o traidor. Estou com um ódio da moléstia de dona Luciana por ter feito eu me apegar a esse ursão só pra matá-lo num futuro muito próximo no livro do Andrei? É óbvio, mas tudo aponta pra esse 4rr0mb4d0. Sou cria de dark hand, treinada pela patroa Zoe X, e sei que o traidor precisa ser alguém que a gente conheça muito bem, pra que a sua revelação e a sua morte tenha um impacto grande nas leitoras. Quem sobra? Ele mesmo. Já estou sofrendo por antecipação, e não sei como lidar, mas só conseguirei ficar surpresa se o traidor, por qualquer motivo que for, não seja ele.
Estou passando bem depois do fim dessa leitura? Não, porque Andrei ainda não está com seu calhamaço no meu Kindle. Esse infeliz me fez ter mais raiva que tudo durante esse livro. Ele consegue ser mais cabeça dura do que todos os outros protagonistas, não quer ouvir os próprios sentimentos que ele tem pela Kira, e ficou a história inteira batendo o pé só pra, na última página, invadir a porcaria da sala pronto pra botar fogo no parquinho. Não tenho saúde pra aguentar ele, mas não vejo a hora dele chegar (Lucy, por favor, libera). Boris acabou se tornando o meu livro menos favorito da série da Ya Bratva, e só por isso não vai levar o coraçãozinho, mas ainda merece e muito as 5 estrelas. Lucy arrasou tanto nessa série que, até quando eu não gosto tanto assim, o negócio continua incrível.