Luiz Pereira Júnior 19/08/2023
Capa e coragem
Comprei “Que bobagem!”, de Natalia Pasternak e Carlos Orsi, em uma pré-venda de um site famoso. Infelizmente, na publicação do livro, a capa foi trocada por uma, digamos assim, mais popular(esca). Alguns dias depois, fiz um comentário em um certo aplicativo famoso e a editora me respondeu que me seria enviado um exemplar com a capa original. Fiquei bastante feliz com a decisão da editora, mas não foi o que aconteceu.
“Não julgue o livro pela capa”, é o que devem estar pensando. Mas, na verdade, a capa é (sempre foi e sempre será) aquilo que primeiro vemos em um livro (e, para ser bem sincero, sempre vemos o exterior em primeiro lugar, o que é até mesmo ridiculamente óbvio).
Não se pode, em hipótese alguma, desmerecer a capa, que pode até mesmo se tornar a marca registrada de um determinado autor (Stephen King, por exemplo), de uma determinada série de livros (a icônica série “Vagalume” é um bom exemplo) ou de uma determinada editora para uma determinada faixa etária.
Mas mudemos o foco. Se o que vale é o conteúdo, o livro acerta em cheio e lembra muito “O mundo assombrado pelos demônios”, de Carl Sagan. Em que pese a opinião pessoal dos autores, com exemplos e experiências puramente pessoais, o livro tem forte embasamento teórico e referências muito atuais, que o leitor médio com certeza lembrará (afinal, “Que bobagem!” pode ser classificado como de divulgação científica).
O que é abordado pelo livro? Vamos aos capítulos: Astrologia; Homeopatia; Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa; Curas naturais; Curas energéticas; Modismos de dieta; Psicanálise e psicomodismos; Paranormalidade; Discos voadores; Pseudoarqueologia e deuses astronautas; Antroposofia; Poder quântico e pensamento positivo.
Talvez a característica que mais me chamou a atenção no livro seja justamente a coragem dos autores. É muito fácil criticar a astrologia e a crença em discos voadores, mas fazer o mesmo em relação à psicanálise é realmente dar a cara à tapa. Parabéns aos autores!
Vale a pena ler “Que bobagem!”? Com certeza! Seja qual for a capa...