@jaquepoesia 19/09/2023
"Devemos trocar o sangue nos olhos por lágrimas de alegria ou de tristeza. Elas é que vão saciar nossa sede de ser gente." 》pág. 32
"Observe que as palavras "precipício" e "precipitação" têm a mesma origem, que é
lançar-se do alto." 》pág. 50
Fred é um estudante de Economia, que aguarda seu voo de retorno, após as férias. Mas depois de aceitar o convite para um café do senhor Benjamin, o jovem entrará em uma conversa intensa sobre o sentido da vida, as conexões humanas, as diferenças de cada indivíduo e a causa por traz das piores mazelas do ser humano.
O homem desconhecido parece conhecer Fred até mais do que ele mesmo se conhece, o que intriga o jovem, e aguça o leitor(a) para conhecer a verdadeira identidade de Benjamin.
Fred está prestes a iniciar o último ano na faculdade, é um jovem sagaz e curioso, já Benjamin parece ponderado, possuindo uma forma sábia de transmitir todo seu conhecimento.
E é esse diálogo profundo entre duas figuras tão diferentes, que proporcionará ao leitor(a) dessa obra um mergulho em si mesmo, pensando sobre as tantas falas do personagem Benjamin sobre a vida. Dentre os temas conversados que mais me chamaram atenção está os perigos da busca pelo sucesso como um ponto de chegada e a importância das conexões reais.
A obra é um prato cheio para quem gosta de temas reflexivos e provocações acerca da sociedade atual. Levantando questões que desrespeitam a todos nós, a narrativa oferece doses de filosofia, sociologia e psicologia, além de citações de grandes autores(as) como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Kahalil Gibran e Fernando Pessoa.
O livro também faz menção ao sagrado, a finitude da vida terrena, e enfatiza a importância de se tentar ver a vida por todas as perspectivas possíveis, além de abordar a diferença entre sacrifício e sofrimento. Os capítulos são curtos, é um livro leve e proporciona uma experiência de leitura muito interessante, uma vez que nos leva à refletir sobre diferentes assuntos. E o final nos pega de surpresa!