DêlaMartins 15/06/2024
Esse livro estava há um tempo na minha lista e por causa de um grupo de leitura recém-criado no meu bairro, passou na frente de outros. Estava com dificuldade para escrever sobre essa leitura e, depois da 1ª reunião do grupo, entendi o que aconteceu: não é minha "cara", embora tenha gostado. É o que chamo de "comfort book", com 5 histórias que seguem a mesma "fórmula" bonitinha e agradável, com começo, meio e fim: a pessoa com um problema / frustração (que sempre tem relação com trabalho) chega de alguma forma a um centro comunitário que, dentre diferentes atividades, oferece uma biblioteca. A bibliotecária que ali atende sempre faz a mesma pergunta (o que você procura?) e a pessoa acaba se abrindo um pouco. Diante disso, ela indica alguns livros e um deles sempre foge completamente do tema solicitado. Além das indicações, ela também oferece um brinde: um pequeno objeto de lã feito por ela (feltragem) que parece não ter nenhuma relação com a pessoa. A partir dali e da leitura do livro estranho oferecido, todos passam por mudanças de comportamento e passam a enxergar o que antes nem viam. São 5 casos: uma garota de 21 anos que trabalha numa loja de roupas, um contador de 35 anos que gostaria de ter um antiquário, uma mulher de 40 anos que depois de ser mãe é rebaixada de cargo, um desempregado de 30 anos que vive com a mãe, um recém-aposentado de 65 anos que não sabe o que fazer. São pessoas que estão perdidas, sem propósito. As histórias têm uma pequena ligação entre si, sempre conectada à leitura ou à abertura que ela proporciona.
Gostei do livro, mas agradeço que são só 5 histórias porque a condução (fórmula) é bastante óbvia. A conclusão, pra mim, é bem simples: vulnerabilidade também pode ser vista como oportunidade e, qualquer um pode mudar se estiver aberto para isso. E, livros podem ser condutores do processo de mudança.