Blood Over Bright Haven

Blood Over Bright Haven M. L. Wang




Resenhas - Blood Over Bright Haven


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Tamara 18/04/2024

Esse livro tem quase que as mesmas temáticas que tem em Babel, da RF Kuang, porém ele acerta em todos os lugares onde Babel erra. E isso vem de uma leitura super fã da Kuang, para vocês terem uma ideia. Assim como em Babel, temos uma protagonista inserida em uma prestigiada Instituição que alimenta a cidade com uma magia ligada ao conhecimento. Esse conhecimento, obviamente, é reservado a um pequeno e seleto grupo e é utilizado para propagação de desigualdades – para acessar os benefícios da magia você tem que pagar e pagar bem.
O primeiro acerto da M. L. Kang foi justamente na escolha da protagonista: ao mesmo tempo que ela pertence a um grupo minoritário – ela está rodeada de homens em uma instituição tradicional que nunca antes tinha aceitado mulheres – ela também é privilegiada mediante outros grupos. Dessa forma, a gente tem um retrato muito acertado da dualidade da mulher branca em uma sociedade: ao mesmo tempo que sofrem de opressão de gênero, elas também oprimem outros grupos minoritários mesmo sem perceber.
A Sciona, personagem principal, tem uma dificuldade muito grande em entender de outras opressões que não sejam a que ela sofre e ergue uma barreira gigantesca quando confrontada com a realidade que tem gente sofrendo com as consequências das ações do grupo ao qual ela pertence e que se beneficia desse sofrimento. Pensou em alguém assim na vida real? Pois bem...
O livro também acerta demais na construção da magia – a princípio você não entende nada do que está rolando e no final parece que está no princípio... Brincadeira, ao final você consegue entender o que a magia acarreta. Eu só retiraria algumas partes extremamente técnicas da parte da magia porque, para mim, não faz muito sentido o leitor ter que entender totalmente esse sistema que vai desaparecer da nossa vida assim que a gente fechar o livro.
A narrativa é muito bem arquitetada, os personagens parecem de carne e osso de tão bem construídos, os diálogos são ótimos e nada piegas, é tudo muito perfeitamente bem pensado. Os vários tópicos que são levantados durante esse livro são naturais e nada cansativos ou “agora vamos falar sobre racismo, anotem”. O plot twist é 10 e te prende até o final da leitura. Sempre me impressiona o fato de livros muito bem pensados, escritos, construídos, sem nenhuma ponta solta continuam sendo menosprezados pelos leitores.
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