Gabyh 22/10/2023
Mais um trauma adquirido ((deus eu sou muito feliz
Não é nenhuma surpresa que Juliana é a completa responsável pelos meus surtos e lágrimas, e com esse livro não foi diferente.
A escrita como sempre estava uma maravilha, a narrativa extremamente cativante e os personagens completamente carismáticos (mesmo a Astrid kkkkkkkkkkk), porém eu preciso dar parabéns à Juliana pela ambientação. Eu acho cenários envolvendo faróis a coisa mais linda, e ver isso representado na obra foi espetacular. Imaginar toda a imensidão do lugar, o farol em si (mesmo caindo aos pedaços), a praia, as noites estreladas; absolutamente tudo para mim.
Os momentos cotidianos inseridos em um livro tão mágico é o que deixa tudo mais mágico ainda. Sou completamente fã do realismo mágico, porque eu acho que as coisas mais mágicas do universo estão em coisas que parecem ínfimas, porém tão completas em si. Hugo e Nel jogando Stop (Adedonha para os mais idosos) no meio da noite, as noites de falta de luz em que todos se reuniam para fazer uma fogueira e ficarem juntos, os dias do casal na praia, Hugo ajudando cada morador daquele lugar em suas atividades diárias (não é, Astrid); a magia também está em coisas assim, não só em coisas fantásticas, e eu dou muito feliz de ter lido um livro com esses aspectos.
Além disso, os personagens merecem uma completa salva de palmas, o foco dado em cada um é maravilhoso, deixando o leitor saber que eles também são os protagonistas dessa historia. Astrid e Matilde são as coisinhas mais lindinhas juntas; Ramón é um garoto medroso, mas que tem um coração de ouro; Inácio eu guardo com toda a minha alma dentro do meu coração; Gianluca e Duda são muito divertidos de se ler (inclusive amei o plot em relação a ele e uma outra pessoa, achei genial como Hugo viu essa situação e entendeu o seu próprio rumo) e são os amigos perfeitos para Hugo.
Eu tenho que dizer, o Hugo me pegou MUITO de surpresa. Ver o quanto ele rejeita os semelhantes a ele, se vendo quase como alguém superior foi completamente chocante. O fato dele espelhar o próprio horror que tem de si em outros "amaldiçoados" como ele foi um grande choque de início para mim, e ver essa questão sendo retratada aos poucos é muito gostosa (palavra esquisita para a situação, mas é sério). E eu sei que ele fazia isto para sentir que ele ainda mandava em seu próprio corpo, mas eu daria tudo pra ser tão tatuada quanto ele. Ganhar 10k no futuro pra conseguir sustentar as 549 tattoos que eu quero fazer.
O Nel é uma gracinha. Ele é o mel do Ursinho Pooh, ele é uma fada fofa em Tinker Bell, ele é um urso polar super fofinho que eu facilmente colocaria em um pote. Ele lê, é bonito, engraçado, É DONO DE UMA LIVRARIA. Eu amo esse homem, que ser maravilhoso que Juliana criou.
A dinâmica de casal de Hugo e Nel é maravilhosa e engraçada. É aquele casal que você olha e a cada minuto tá se abobalhando, e eu acho isso muito fofo. A química deles é tão gostosinha e calma, mesmo com toda a perturbação da situação, eles fluem tão bem juntos. Juliana caprichou demais nesses dois ?.
"Um farol no fim do mundo" é uma história que fala sobre autoaceitação, superação dos seus medos e do seu passado, encontrar um amor em meio a tanto horror e entender que ninguém está quebrado, muito menos você. Você merece um final feliz, mas mais que isso, você merece a felicidade do início ao fim, nunca se esqueça disso.