O céu para os bastardos

O céu para os bastardos Lilia Guerra




Resenhas - O céu para os bastardos


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tavim 18/07/2024

O céu para os bastardos, de Lilia Guerra
Lá, o fim, bem principia saber ser objeto e desígnio em prol de outro lá, do lado oposto: objeto por ser móvel, mover à sua vontade; desígnio por ser função, sem eles tudo para. portanto, assim se nomeia fim, lugar e gente, àqueles que não são misturados aos durantes, a não ser às invisíveis rotinas de serviços. entre um lado e outro logo se nota que, nessa distância, aos deslocamentos, tudo parte a se alongar ainda mais. a só um deles cabe a ter que transitar pelo mundo do outro, e cabe ao fim começar tudo de novo, diariamente.

o céu para os bastardos, romance de lilia guerra, se passa na maior parte do tempo no bairro periférico fim-do-mundo, percorrendo as histórias cruzadas da vizinhança e da família de sá-narinha. empregada doméstica, precisa atravessar um longo caminho pra chegar à casa que trabalha no centro da metrópole. nessas transições, em ônibus lotados e em outras situações corriqueiras, ela discorre memórias da infância e injustiças do dia a dia, principalmente quando, dentro da própria família, vê um crime acontecer. um livraço da todavia.
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cyassuko 31/03/2024

A Velhice
Nunca tinha lido histórias contadas apenas por pessoas velhas, achei a experiência muito diferente. É como estar ouvindo as histórias dos mais velhos. Tem muitas histórias que minha avó nunca vai poder me contar, porque já foi.

A narrativa aborda muitos aspectos da vida, muitas injustiças principalmente. Antigamente, filhos extraconjugais não podiam ser batizados nas igrejas cristãs. A criança era condenada por algo que não era sua culpa. Falando em culpa, acompanhamos a culpa carregada por uma senhora pela violência causada pelo seu filho. E de como as pessoas perpetuavam esse sentimento de culpa que ela sentia. Vemos como a sociedade pode ser injusta e cruel, como pessoas que batalharam a vida toda se veem desamparadas na velhice. Atualmente muito se fala sobre viver a velhice com plenitude, mas isso é só pra quem tem dinheiro.
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SouDulce 08/06/2024

"Tristeza nem que seja um pouco a gente já nasce carregando"
Nesse livro de Lilia Guerra, Sá Narinha desenvolve sua vida em Fim do Mundo, um local periférico como muitos existentes no Brasil. É dentro dessa comunidade que acompanhamos os dilemas e as amizades de Sá Narinha, uma senhora desilundida com a maternidade, mas cheia de pensamentos.

A autora costura nessa trama diversas histórias entrelaçadas com a própria história da protagonista, entrando e saindo de diversas histórias. A trama começa num enterro, e personagens saem e entram e serão desenvolvidos - outros mais e outros menos - durante a história. A narrativa carrega a oralidade dos subúrbios periféricos e desenvolve diversos pensamentos sobre vida social, humanidade, racismo, religião, feminicídio, tudo sob a perspectiva de Sá Narinha, uma empregada doméstica que tem um filho sozinha que mora com a irmã que acaba criando esse seu filho enquanto ela trabalha em várias casas de classe média na região central.

O livro tem um bom desenvolvimento dos temas, mas muitas vezes as diversas histórias recortadas confundem quem não grava muito nome de personagens - e eles são muitos - e sobre suas situações. Entretanto, se não houver esse tipo de preocupação, vai se encantar com a linguagem poética usada, mesmo falando sobre problemas clichês de quem vive na periferia, suas dificuldades diárias, como essas pessoas são vistas pela sociedade e principalmente as relações dessas pessoas com os objetos.

Achei o final uma tentativa agridoce de finalizar a história. Não é necessariamente uma crítica, mas pareceu meio do nada, mas gostei da história e me emocionei com algumas reflexões sobre como é difícil morar em um local periférico.
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leiturasdabiaprado 13/07/2024

O céu para os bastardos é aquele livro para furar a nossa bolha branca, classe média com padrões eurocêntricos!
Uma leitura necessária, forte, fluida, que tem como personagem principal a comunidade de um bairro periférico, longínquo, de gente batalhadora, que carrega com dignidade as mazelas!
O que mais me chamou a atenção é a solidariedade entre eles, como eles são muito mais empáticos do que a classe média!
O livro narra a dor de uma mãe que vê seu filho matar a esposa, uma maternidade que foi dolorida, que foi compartilhada com a irmã, a tia criou o sobrinho até mesmo mais que a mãe, a mãe era empregada doméstica, dormia no serviço, lá ela criou laços com o filho da patroa, viveu com ele seu amor materno.
O livro se passa durante um funeral, ali vão ressurgindo as histórias da comunidade, vão sendo demonstrados os laços e principalmente o senso de união! A gente vai lendo e parece que estamos ali com a cadeira na calçada vendo as histórias se desenrolarem na nossa frente, nos sentimos parte daquele cenário, viramos membros daquela comunidade!
O livro não romantiza a pobreza, mas mostra a sua dignidade! ??
Catarina 14/07/2024minha estante
Adorei a sua resenha! ??




Gabi 20/07/2024

Fim do Mundo é um lugar longe do centro da cidade que te exige muitas conduções pra chegar lá, tem serviço público precário, violência, mas é moradia de um tanto de gente boa que divide o pouco que tem com quem tem menos ainda.
Esse é o plano de fundo de tantas Marias. Mas aqui uma Maria específica, Maria Expedicionária é empregada doméstica numa casa de classe média e vive as voltas com seus sofrimentos pessoais - seu filho espancou a esposa e esta preso.
De uma forma encantadora e doce, difícil também, porque não tem como retratar a vida dos mais pobres sem tomar uns três chacoalhões por capítulo, a real é que O céu para os bastardos é lindo e necessário demais de se ler.
Leitura brasileira contemporânea da melhor qualidade muito bem enaltecida pela Todavia.
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Ed Souza 26/03/2024

O céu para bastardos
Sa Narina vem nos levar a conhecer os moradores de "Fim de mundo":um pequeno povoado cheio de histórias.

Tudo começa em bom de um velório e vai se expandido.,
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Bernal 03/03/2024

Escrita criativa
O ponto mais dramático da narrativa gira em torno de um crime, uma tragédia que deixa Sá Narinha em um beco sem saída. Ela simplesmente não sabe lidar com a dor e se culpa por ter colocado o criminoso no mundo. É simplesmente angustiante acompanhar as consequências desse fatídico evento em sua vida.

Resenha completa no IG @be.thereader
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Renata.Mieko 23/01/2024

Wow!!
Muito bom.
Uma história sincera e uma crítica social certeira.
Mais uma vez o clube Amora se destaca na curadoria.
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Marcus 12/08/2024

Comunidade
A vida de uma comunidade contada por uma de suas moradoras, que faz a ponte pro mundo que existe longe das favelas. O livro mergulha mais no sentimento e nas pequenas histórias, do que na relação de servidão, resultado de uma sociedade escravocrata. O final surpreende. Mas o livro demora um pouco pra envolver.
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drygo 25/12/2023

Gostei, mas...
Esperava mais da história. A escritora vai ampliando o número de personagens e como são histórias que vão se cruzando, acabou que nem lembrava mais de alguns personagens, acabando sem entender algumas partes. O livro por si é bonito, trazendo muito da realidade da periferia, às vezes até do medo de não haver um amanhã. Falaria mais do livro, de reflexões que me trouxe, mas deixo que descubram o Fim do mundo.
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Caroline.Jacoud 16/07/2024

Para fãs de ?quarto de despejo?
Enquanto Narinha está presente no velório do velho amolador de seu bairro, seus pensamentos viajam com suas memórias, que tomam forma ao serem escritas no seu velho caderno. a partir dessa lógica, nós somos, pouco a pouco, apresentados à comunidade "Fim-do-mundo" e aos seus atores.

intercalada com as lembranças das vivências pessoais, a narrativa também constrói, paulatinamente, a figura da própria narradora, Narinha: doméstica, irmã de Valdumira, mãe solo, que detém um profundo desgosto e desprezo pelo filho.

por não possuir uma rígida cronologia, as diversas tramas vão se desenvolvendo e se encaixando, à medida que Narinha registra no caderno. pela simplicidade e crueza dos detalhes, sua escrita nos dá livre acesso à realidade daquela comunidade completamente esquecida e abandonada, que se mantém de pé, primordialmente, pelos esforços e pela comunhão daqueles que ali vivem.

por meio do olhar e da voz de Narinha, o cenário periférico é posto em evidência com o devido recorte social e racial, mas, principalmente, ressaltando as riquezas e singularidades de um povo que resiste junto e por si só.

Em diversos momentos, ?O céu para os bastardos? lembrou o aclamado ?Quarto de despejo?.
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Laudiceia.Penafort 02/09/2024

Um livro carregado de lembranças da infância: aquela vida no bairro periférico, cadeiras na beira da rua, molecada correndo... A história se passa num subúrbio chamado Fim-do-mundo, e a protagonista, Sá Narinha, é uma habitante dele. Trabalha em casa de gente rica, usa ônibus precário, mãe solteira, como muitas outras do seu bairro. A autora traz muitas situações comuns do Brasil pobre, da realidade das periferias/baixadas/favelas deste país.
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Thaísa 31/12/2023

Relatos de tantas pessoas comuns
Encerrar 2023 com essa leitura é um grande feito, já que, desde a FLIMA (Festa Literária Internacional da Mantiqueira) em outubro estava me "coçando" para lê-lo. Assisti a uma palestra, em que a autora era uma das convidadas, para falar sobre sua obra e a importância da escrita de mulheres no mercado editorial brasileiro. Lília Guerra, na ocasião, falou da importância de se dar voz a personagens que, há tanto tempo, são tratados com secundários: os moradores das periferias, que tem tanto a dizer. O livro trata do cotidiano de várias pessoas em um bairro periférico, traz relatos sobre a vida corriqueira de tantas pessoas. Traz, ainda, a dor de uma mãe que se culpa pelo erro do filho e pela desgraça que se deu por conta das escolhas dele. Com escrita simples e fluida, o livro é uma boa experiência para refletir sobre o luto, a culpa e a vida em comunidade... sobre a importância da tão citada rede de apoio e do amor entre família e amigos.
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