Eu não quero contar uma história

Eu não quero contar uma história Etaf Rum




Resenhas - Eu não quero contar uma história


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cammealves 22/02/2024

Ancestralidade, depressão, descoberta de si e esperança
Um livro profundo, doloroso e de uma narrativa descritiva pontual.

Não é uma leitura fácil para aquelas pessoas que lutam com as doenças mentais, em especial a depressão.

A autora consegue colocar em palavras muitas sensações e percepções da mente depressiva que eu mesma nunca soube bem como explicar. E ler tantas coisas que eu mesma vivenciei dessa realidade é assustador e ao mesmo tempo, paradoxalmente reconfortante.

A autora é perspicaz e afiada ainda ao tratar sem meias palavras sobre a realidade do privilégio branco, em especial do branco norte americano, e sobre como o gênero e a ?origem geográfica? se tornam a identidade única das pessoas, fadadas aos estereótipos criados pelo privilégio branco.

O livro tem como pano de fundo a desocupação forçada que os palestinos sofreram lá em 1948, quando Israel os expulsou sob grave ameaça e foram os empurrando para viver em situação de miséria.

Assim, a história possui uma riqueza imensa, porque ao mesmo tempo que mostra uma personagem travando uma batalha interna, mostra como essa mesma personagem carrega consigo a dor, a mágoa e o desamparo de um povo inteiro que foi tirado de seu lar. Sua ancestralidade grita dentro dela, mesmo sem que ela se de conta disso.
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Yasmin.Martinez 27/01/2024

Bonito e Triste
Neste livro Etaf Rum repete o que havia feito em ?um homem não é uma mulher? trazendo uma história triste e bonita sobre autoconhecimento, origens e força para mudar padrões de comportamento.
Tudo isso é revestido por detalhes da cultura palestina, sobretudo a comida que nos faz sentir imersos na narrativa.
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Sheila Almendros 20/01/2024

Um livro com lições preciosas
?Eles tentaram nos enterrar, [?] mas não sabiam que somos sementes?

Yara é uma pessoa visivelmente depressiva, mas que foi criada dentro de uma cultura que se sentir vulnerável era considerado uma loucura. Ela se vê sozinha em meio à uma vida que não escolheu para si, e por ser viver em um país com uma cultura completamente diferente da cultura de sua família, acaba se sentindo culpada por desejar ser dona de sua própria vida, sem submissões.

A narrativa do livro pode parecer monótoma, mas talvez seja exatamente esse sentimento que a autora desejava transmitir para o leitor: o mesmo que Yara sentia em relação a sua vida, justificando assim o seu desejo quase desesperador de mudar.

Achei que este livro foi enviado à mim em uma boa hora. Em um momento em que muitas vezes me deparei com a solidão como minha principal companhia. Em muitos momentos que me questionei se viver no vicio da rotina é saudável para o nosso psicológico. De como hoje em dia as pessoas deixam de olhar mais para si porque viciaram em olhar para uma tela, seja ela uma TV ou um celular.

Me fez reparar tbm o quanto somos adestradas a achar que somos ingratas quando sentimos que algo está errado em nossa vida, só porque a rotina está devidamente encaminhada.

O quanto as vezes é difícil expressar nossas dores sem parecer que estamos reclamando de barriga cheia.

Me arrisco a dizer que se esse livro não é uma obra autobiográfica, há pelo menos diversas referências da própria vida da autora. Porque ele é escrito de uma forma tão fiel as sensações e sentimentos que só que passou por tais situações abordadas consegue se aprofundar com tamanha maestria.

Realmente não é um livro que conta uma história. Ele fala sobre sentir.
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Dani Carqueijó 11/11/2023

Livro incrível!
A história da Yara me tocou profundamente. É a segunda vez que leio uma história onde a filha não quer que a história de sofrimento de sua mãe se repita em sua vida (a primeira foi em ?é assim que acaba?). E é aí que você percebe, como é difícil né? No caso de Yara tinham tantos pontos de peso: machismo, cultura, falta de compaixão, falta de amor, tudo! Confesso que houveram momentos que tive que parar de ler de tanta raiva. Raiva porque a manipulação era clara entre os personagens e eu sei como manipulação mexe com a cabeça de uma mulher na sociedade, os efeitos são reais. Mas infelizmente é a realidade dura. Por fim, quero destacar que amei a construção da personagem, como ela foi se autoconhecendo? demonstrou pontos importantes sobre confiar no processo, nenhuma cura é do dia para a noite. Leiam!
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ritita 27/10/2023

Drama familiar
Ah, esses dramas familiares onde sempre cabe culpa me irritam profundamente, mas me agarrei à narrativa pela protagonista ter tido uma infância pautada em abusos físicos e ser muito jovem para ver se continuaria a aceitar a vida que não queria ter, ou que não queria ser.
Sofrimento parental em pessoas de ancestralidade extremamente conservadora é um mote para muitas narrativas, mas tendo nascido e vivido nos EUA, me foi estranho Yara sujeitar-se a um casamento de obediência servil e uma parentela que sempre lhe cobrava o que uma mulher tem que ser e fazer: dona de casa extremada, onde nem um fio de poeira pode aparecer, mãe 25 horas por dia e um marido chaaato dusinfernu, que não entendia suas reivindicações.
A moça sofre, viu? Não está bem com ninguém e em lugar algum, vive numa correria insana para atender às demandas da família, até que, como toda panela de pressão, um dia explode e decide tomar as rédeas da vida. Não é fácil, a moça tem medo que osfantasmas infantis que permearam sua vida, retornem e a levem ao caos.
Narrativa de situações muito repetitivas, mas com a intenção de mostrar o sensabor da vida de Yara.
Cansativo, mas bom de ler.
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