Dokisnowy 11/04/2024
Não indico
Uma distopia que se passa no cenário de São Paulo, contada pela visão de Solano, um homem cujo passado lhe persegue, um personagem cético, desconfiado e desiludido. Acompanhamos Solano que tem um caso com uma jovem quase duas décadas mais jovem que nosso protagonista Solano. Intitulada como Georgia, que o visita às cinco horas das terças e quintas. Após a queda do primeiro prédio, Georgia vai embora do apartamento de Solano nervosa falando que precisam dela, o que deixava ao ar que talvez a personagem seja bombeira, e na quinta não aparece como combinado. Acompanhamos Solano em sua busca pela garota durante todo o livro, descobrindo sobre sua vida e como chegou ali.
Crítica com spoilers e opiniões pessoais, cuidado.
Gostei como o autor fez o personagem, identifiquei realmente os traços de um homem, fugindo do fantasioso que temos em muitos livros, um homem possessivo que ao saber que suas companheiras já haviam tido a primeira relação com outros homens se incomodava, ou como conseguia ser estupido e deixar pequenos momentos de prazer acabarem com toda sua vida.
Me peguei enfurecida ao saber como Solano chegou ao fim do poço em que estava, saiu do interior e entrou na dita como a melhor faculdade do brasil, fez amizade com alguém de classe alta como JP e conseguiu um emprego bom, conheceu alguém de vida assim como ele e se casou, poderia ser uma ótima história se o homem não tivesse procurado soluções aos seus momentos de tristeza na maconha e em outras mulheres, achando que Andressa não iria desconfiar, Andressa havia conseguido um cargo melhor, e viajava as vezes 10 dias ou até mais fora, e como sempre, o homem se sentiu só e foi em busca de resolver seu problema. A mulher engravidou e Solano se viu no dever de retomar sua vida familiar, cuidando da sua filha Luiza.
Solano se dedicou a sua esposa e filha, sempre trabalhando mais, sempre rendendo mais, consequentemente desenvolvendo um burnout, que levou o mesmo a pegar um atestado de dois meses.
Durante esse periodo Solano se sentia incomodado ate com a presença da filha, o que me leva a odiar mais ainda esse personagem, que se sentia menosprezado por estar em um momento ruim de sua vida, e por isso se sentia atacado ao ter sua filha do seu lado para ver séries no sofá ou coisa do tipo. Com o passar do tempo, Solano começou a desconfiar de Andressa, o que levou o mesmo a mexer no telefone da esposa e descobrir que Luiza sequer era sua filha, então Solano abandonou a casa.
Solano passou a viver de bicos, o livro não deixa claro mas aparenta que Andressa tinha casos com JP que era seu melhor amigo que lhe rendeu tal trabalho. Solano voltou ao fim do poço, e após os prédios começaram a cair e o sumiço de Georgia, que ele continuava procurando, Solano descobriu que a mesma fazia balé, ficou na espreita do local tentando esperar Georgia para saber o que havia acontecido, e acabou se encontrando com Luiza.
Luzia após quase um ano se mostrou muito aceita com o abandono do pai, o que me deixa frustrada com a falta de desenvolvimento de Luiza e Andressa, pois após alguns capítulos, Luiza leva seu pai ao antigo apartamento, onde tudo continua o mesmo, e acaba se encontrando com a ex-esposa, que fala sentir saudades e ter procurado o marido até em um cemitério. Os dois discutem e Andressa revela que achava que viviam em um relacionamento aberto com sarcasmo, afinal, Solano foi o primeiro a trair a mulher.
Da mesma forma, as duas continuaram dispostas a aceitar a volta do homem em suas vidas.
Após isso as duas vão para o interior, fugindo da loucura da cidade grande, dos prédios caindo, de pessoas morando na rua, Solano continua sua jornada com o índio que conheceu nas suas espionagens a escola de balé, ate chegar o momento que decide desistir de procurar georgia e procurar sua família, e quando o mesmo chega na casa do interior, não as encontra, volta, e não encontra o índio, ficando só.
Sinceramente, eu não gostei muito desse livro, esperava algo a mais, a historia tava boa até mostrar esse personagem de personalidade tão escrota, não sei se o objetivo do Mauro era realmente fazer a gente criar esse ódio pelo protagonista, mas foi a única coisa que senti, achei a escrita várias vezes grotesca, mas talvez seja pela minha falta de costume com palavras de baixo calão em livros.
Não indicaria esse livro como uma boa leitura, devorei o livro em dois dias pela curiosidade de saber o que houve com Georgia, mas o fim foi em um aberto que sequer dá para tirar uma conclusão.