jonathan 06/12/2023
toda a magia da história original, mas com um toque especial de humor, brasilidade e boiolice!
se você pensa que a história será óbvia por adaptar um clássico hiper difundido e revisitado em tantos formatos como um conto de natal, da mariah carey clássico-literária, charles dickens, bom, posso te dizer que o autor está dando boas gargalhadas às suas custas. falando por experiência própria, eu tinha uma ideia muito fixa de como as coisas seriam feitas por conhecer muito bem tanto a obra na qual o autor se inspirou, quanto o seu protagonista das duas versões de gay de família, mas ele simplesmente conseguiu trazer um toque único ao enredo entregando referências incríveis, excelentes sacadas de humor e um drama muito mais consistente do que se esperaria de uma história tão curta.
falando um pouco mais sobre o drama - que, ao meu ver, é o elemento comum que embasa toda a narrativa fantástica de dickens e suas inúmeras versões -, trazer o protagonismo de uma personagem que rompe com todas as convenções possíveis de uma família tradicional, na qual a ideia de natal foi representado na mídia por tantos anos, é uma oportunidade brilhante para cativar e causar identificação: mostrar as vivências de passado como algo a ser digerido não só pelo diego, mas por grande parte da comunidade LGBTQIA+, o presente cheio das sequelas do anterior e o futuro como uma consequência final pode ser considerado uma virada de chave para uma mudança de comportamento e forma de enxergar o mundo. fazer isso através dos tão emblemáticos sobrinhos, ester, miguel e gabriel em suas versões mais super poderosas do que fantasmagóricas, só torna tudo ainda mais divertido e aconchegante para quem se apegou as personagens e suas peculiaridades em suas aparições em gay de família.
encerrando ainda sem conseguir citar todos os elogios merecidos, preciso apenas gritar SIM!!! para a forma genial como o grande conflito da história começou a se desenvolver no banheiro de um apartamento no rio de janeiro. sem dar spoilers, eu simplesmente preciso dizer que dickens jamais seria tão mastermind com a própria cultura quanto felipe fagundes foi com a nossa! apenas leiam um conto gay de natal e sintam toda a magia da história original, mas com um toque todo especial de humor, brasilidade e boiolice!