Henri Meschonnic: ritmo, historicidade e a proposta de uma teoria crítica da linguagem

Henri Meschonnic: ritmo, historicidade e a proposta de uma teoria crítica da linguagem Maria Sílvia Cintra Martins (Org.)




Resenhas - Henri Meschonnic: ritmo, historicidade e a proposta de uma teoria crítica da linguagem


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Fabiana Dantas 06/12/2023

Obra organizada por Maria Sílvia Cintra Martins, apresentando, na primeira parte, alguns textos de Henri Meschonnic - linguista, poeta e tradutor francês, nascido em Paris, em 1932, e falecido em abril de 2009 -. No início de cada capítulo, a organizadora tece algumas considerações a fim de situar os leitores sobre as ideias deste autor, afinal, são textos que podem ser considerados complexos. Na segunda parte, tem-se um capítulo de Maria Sílvia Cintra Martins sobre como pensar Meschonnic, não "como um objeto do pensamento, mas como uma forma de pensamento: pensar meschoniquianamente, de forma crítica" (p. 194); e, por fim, um capítulo de Ji Yun Kim sobre a questão do que seria uma boa ou má tradução, dialogando com as considerações do intelectual francês acerca disso.
No geral, o que mais chamou minha atenção na leitura foi a discussão proposta no que concerne à construção de uma Teoria da Linguagem intimamente associada a uma Teoria da História. Na tese de Henri Meschonnic, a "questão do sentido e a questão da história estão inextricavelmente ligadas" (p. 116) e o ritmo é o ponto de partida de tal teoria, com vistas a suprir a reflexão que falta aos linguistas e aos filósofos acerca do elo entre ritmo e política na linguagem.
Também achei interessante como o autor discorda que os intelectuais sejam a "boa consciência" de seu tempo, citando alguns exemplos de grandes pensadores que foram, na verdade, as "más consciências" de sua época. Isso porque, para Meschonnic, o pensamento deve necessariamente ser algo que incomoda e provoca mudanças:
"E se o pensamento é o que transforma o pensamento, pensar é intervir no pensamento, na sociedade. Mas também pensar é trabalhar para descobrir a coerência implícita de uma nova maneira de ver as coisas. É, portanto, imediatamente, pensar contra tal e tal ideia estabelecida, dominante. Pensar deve fazer mal" (p. 24).
Foi meu primeiro contato com as ideias desse autor e acho que a forma como a obra foi organizada ajudou consideravelmente. Assim sendo, recomendo.
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR