Raul.Coutinho 09/12/2023
Chegada Partida
A lua vai me ajudar a gestar esta resenha (e você saberá o porquê)
Falando em Gestar, e depois, deixar o texto Morrer, Val Prochnow compõe versos a respeito da vida e da morte com uma perícia de artesã.
Aqui vale a pena destacar cada ponto da costura que pariu o canto da poeta:
DEPOIS A NOITE, informa a orelha do livro, foi escrito nas madrugadas dos primeiros meses de vida de seu filho, momento em que, também, se despedia de sua mãe.
O teor autobiográfico de Val Prochnow nos ajuda na chave de leitura dos poemas, e o canto todo joga com essas duas experiências ao mesmo tempo no mesmo espaço.
Na capa do livro invoca à percepção vida e morte:
- a cor branca // e a cor preta
- a lua crescente // lua nova ou lua cheia // e a lua minguante
*A informar, a lua, presente nas seções, cara a cara com o leitor, magnetiza o nascimento e a morte.
De início a capa é misteriosa, convida ouvintes a ouvir atentamente o canto da poeta. A saber que:
Prochnow nos convida a pensar:
nascer é morrer? ou morrer é nascer? por mais que os versos claramente pintem o corpo existente (físico), é inevitável surgir questões do corpo inexistente (metafísico). Isso na gestação - antes dum corpo nascer; E no luto - depois do corpo morrer.
Isso aglutinado por meio da dor que une os conceitos:
gestação X luto
corpo X não-corpo
físico X metafísico
Olha, assim como a lua, na primeira frase dessa resenha me ajudou a gestar os comentários; ela me ajudará também no luto, na ressaca de versos tão cheios de energia e quentura.
percebam a poeta Val Prochnow!