Alfabeto das colisões

Alfabeto das colisões Vladimir Safatle




Resenhas - Alfabeto das colisões


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Tati 04/05/2024

Reflexões
Esse livro de Safatle é diferente do que ele já publicou até então. Cada capítulo é um ensaio com reflexões a cerca da vida e das situações.
É colocado em pauta o progresso, a universidade, a morte, o amor, a filosofia, entre outros. Eu gostei da divisão do livro, deixou a leitura leve e rápida. Os capítulos também nos fazem pensar e se sentir mais próximos do autor.
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LariCGOliveira 24/04/2024

Contra o que colidimos em nosso contexto socioeconômico?
Vladimir Safatle, professor e filósofo atualmente na USP, em Alfabeto das Colisões traz a proposta de discutir, guiado por certas letras do alfabeto, as formas de vida com as quais colidimos em nosso contexto sociopolítico e econômico, para pensar também em alternativas, em novas perspectivas de ação e de futuro.

Prós: é um livro felizmente ácido, que faz quem o acompanha na leitura refletir sobre diversas questões como sexualidade, identidade, tempo, política, arquitetura, filosofia, gênero, amor, entre muitos outros, e geralmente associado a uma temática central que guia os pequenos ensaios, que encontra ao final de cada capítulo uma imagem que nos faz dialogar com aspectos visuais e midiáticos de nosso tempo, o que torna a leitura ainda mais rica e reflexiva.

Contras: embora esse livro seja um apelo do autor de se aproximar de uma linguagem mais acessível à população, é apenas em parte ele consegue o feito, e talvez ainda seja mais acessível a alguém que pisou em uma universidade, independente do nível de graduação. Portanto, a depender de quem leia pode ser que demore mais ou menos a pegar o ritmo e a proposta. Enquanto primeiro esforço do autor de se aproximar de outras linguagens para se comunicar é válido, e espero que ele continue considerando esse caminho.
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Rodrigo Kimura 11/03/2024

Promove ótimas reflexões
Até 1/4 do livro senti dificuldades em acompanhar o raciocínio do autor, após me familiarizar, pude aproveitar melhor suas reflexões. No final percebi que este livro promoveu muita contemplação e e pensamentos. Valeu muito a leitura!
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Arquian 16/02/2024

Nunca tinha lido nada do Safatle mas tinha alguma vontade. recebi pelo Circuito e fiquei surpreso de me encontrar em muitos dois temas.
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jg 09/02/2024

Breve registro
Sem a pretensão de uma verdadeira resenha, só pra não passar em branco:

1. O Safatle é uma figura muito curiosa, essa mistura de intelectual arrogante com militante de discurso revolucionário perdido no passado, mistura de pianista clássico com ex-dj de rave, psicanálise e pós-estruturalismo.

2. Uma consequência é que parece difícil quem vá se interessar por todas as letras desse alfabeto, tem que conhecer e querer ouvir ele falar sobre Lacan, crítica literária, cinema, militância, ditadura, identidade. Pra mim, teve uns 3 ou 4 verbetes do livro que foram geniais, o resto se divide entre desinteressantes ou apenas equivocados. Alguém disse que isso é uma característica do Safatle, às vezes acerta em cheio, mas muitas vezes apenas não acerta. Consequência comum quando a pessoa quer falar sobre tudo.

3. Politicamente ele verbaliza algumas ideias e impressões que são muito boas e convidam a refletir e inspiram a agir. A escrita é afiada e ele tem seus momentos de gracejo que tornam o livro prazeroso em termos de estilo. Mas, na média, considero que não valeu o tempo investido na leitura.
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Jess.Carmo 07/02/2024

Outras formas de habitar quedas
Apesar de nos remeter ao abecedário de Gilles Deleuze, o alfabeto das colisões é colocado em desordem. A organização do alfabeto não é à toa. Para Safatle, a filosofia é a raiva do senso comum, ou seja, de como a experiência se configurou até agora. É por isso que toda filosofia tem um profundo desconforto em relação à linguagem, à uma certa gramática da vida. É uma ideia que está em toda obra do autor - para quem acompanha seu trabalho, sabe da insistência em pensar a gramática do sofrimento social, já que é por ela que podemos nos afetar ou não por determinados objetos -, mas que esse compilado de verbetes procura apresentá-la de forma menos acadêmica. Nesse sentido, o autor acertou na intenção de deixar uma obra para um público mais amplo, buscando responder mais a anseios políticos do que teóricos.

Quando sofremos, temos a impressão de que não conseguiremos viver se não acompanharmos a gramática naturalizada pelo mundo social. Sabemos que a inadaptação a essa gramática tem um preço brutal à vida do sujeito que está à margem dela. É por isso que não podemos fazer uma apologia à singularidade de forma imprudente. Não se trata de uma simples incapacidade do sujeito, mas "da violência de uma situação socialmente objetiva".

A análise, portanto, teria o papel de livrar essa singularidade de toda determinação patológica, já que "adaptar sujeitos a uma sociedade doente é apenas uma forma mais brutal de adoecê-los" (p. 42). Nesse sentido, a análise direciona o sujeito a não só assumir o seu sintoma, como fazer dele uma arma.

Entretanto, isso tem o seu preço. Tem o preço de aprender a cair, de reconhecer que em algum momento você vai se quebrar. Em algum momento vamos nos confrontar com algo que não controlamos e que não temos nenhuma boa resposta para lidar com isso. É por isso que os textos de ética costumam ser tão ruins. Quase todo texto filosófico ou psicanalítico sobre ética se arvora a dar boas respostas de como se deve agir no interior no interior da sua família ou como se deve amar. Os arautos da moral ou da ética do desejo mentem ao tentar dar essa resposta, simplesmente porque não há uma boa resposta para essas questões, já que elas exigem um tipo de linguagem que ainda não está disponível no campo da experiência. Além disso, eles retiram do sujeito a possibilidade que ele teria para lidar com essas quebras, retiram a possibilidade de reconhecer que existem outras vidas e outras formas de habitar quedas.

Reconhecer a singularidade em uma análise implica "construir a experiência de como esse desamparo é a condição para toda e qualquer emancipação possível". Ou seja, implica o sujeito reconhecer que não foi apenas ele que caiu e se quebrou, que isso é algo que diz de uma patologia ou de uma incapacidade cognitiva ou de uma falta de esforço. Implica o sujeito reconhecer que em qualquer escolha haverá a possibilidade de quebras, momentos em que ele perderá sua gramática.

Uma ideia importante para o autor é que é necessária uma outra forma de falar de si, uma forma que seja menos dependente da primeira pessoa do singular e que reconheça que "há momentos em que falar [...] com a voz de outros, é a única fala verdadeira, por indicar o que está em movimento de se tornar algo distinto" (p. 74). Acho que essa ideia marca todo o livro. Em alguns momentos o leitor sabe que o autor está a falar de uma experiência pessoal, mesmo que ela não seja descrita através de um "eu".

Enfim, apesar de ter muitos textos já publicados, mas com algumas modificações, esse é, para mim, o livro mais bonito do autor e um dos mais marcantes que já li. Acho que ler esses textos na forma em que o livro foi organizado me trouxe uma outra experiência com o seu trabalho. Difícil escolher qual é o melhor verbete, mas fiquei bastante emocionada com as letras V e Z.


site: https://www.instagram.com/carmojess/
Luiz.Barbieri 08/02/2024minha estante
??? Tem algum dele que tu ainda não leu?


Luiz.Barbieri 08/02/2024minha estante
(era para ser um emoji de palminhas)


Jess.Carmo 23/02/2024minha estante
Po, só vi seu comentário agora, Luiz. Tem alguns que não li. Já iniciei o paixão do negativo, mas não tive cabeça pra terminar. Também tem um da n-1 sobre música que nunca li e outro sobre psicanálise e arte. Pretendo ler esses até o fim do ano.




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