O Urso

O Urso Antônio de Oliveira




Resenhas - O Urso


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euliteraria_ 02/05/2024

?O Fidêncio lembrava o tipo encolhido de moço gasto, quebrado inteiramente na fibra viril (...) cabisbaixo e trêmulo (...) Achei o tal primo da Feliciana um urso, uma cara amarela, como de doente"

O livro é ambientado entre abolição e a proclamação da república e conta a história de Fidêncio que veio de Minas Gerais com sua mãe, que é super protetora e beata para casa de sua prima que é viúva, Feliciana. Aquela sua vida do tranquila do interior é posto a prova a partir dessa mudança!

Fidêncio, busca a aprovação das pessoas, e deseja crescer em sua vida, mais é difícil! Principalmente sua prima o acha muito ?caipira? para aquela vida, e chega até humilha-lo!

Outros personagens são inseridos na história, como o Conêgo a quem tem um enorme prestígio por Fidêncio pelas suas habilidades e no latim. OCapitão ali apresentado vive desconfiado de suas intenções e também vemos o amor florescer quando Melinha, filha de um grande político da região se apaixona por ele.

São Paulo é bem mostrada, pela cultura da época, política e pelos anseios e desejos do protagonista ganhando forma a partir dos capítulos! A leitura fluiu muito bem, adorei conhecer essa história!

É um livro publicado pelo sorocabano Antônio de Oliveira, grande escritor brasileiro e fundador da Academia Paulistade letras!

Uma leitura incrível que mostra uma faceta do Brasil, que muitos não conhecem! Além do capricho dessa edição da Unesp ?? adorei!!!
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Thiago275 19/03/2024

Não muito agradável
Publicado pela primeira vez em 1901, O Urso conta a história de Fidêncio, um jovem republicano idealista que, acompanhado da mãe carola, deixa o interior e se muda para São Paulo, para morar na casa de uma prima rica e viúva. Aos poucos, o antes tímido jovem vai tendo contato com figurões da sociedade paulistana e vai abandonando tanto os valores religiosos quanto os ideais políticos que antes norteavam sua vida.

O romance é um verdadeiro exemplar do naturalismo na literatura brasileira. Essa escola literária tem como características, entre outras, a animalização dos personagens, que são dominados pelos instintos mais primitivos – principalmente o sexual – e o determinismo, ou seja, a ideia de que as pessoas são produto do meio em que vivem, não conseguindo escapar da sua influência.

Todos esses aspectos estão presentes em O Urso. A começar pelo título. Ao longo da história, por diversas vezes Fidêncio é chamado de Urso, no sentido de uma pessoa caipira, sem modos, rústica. Do mesmo modo, tanto o protagonista como os demais personagens são levados a satisfazer a sua busca pelo prazer carnal, em relações promíscuas, desde a cena inicial do romance como em seu clímax, que levará a consequências como remorso e culpa.

Por fim, é importante ressaltar que O Urso não é uma leitura agradável. Não só pelo estilo do autor – preciosista – mas principalmente pelos personagens. Não é possível se identificar com qualquer um deles, seja o protagonista taciturno, sua mãe extremamente religiosa, sua prima rancorosa, ou qualquer membro da gama de personagens secundários, que reúnem interesseiros, promíscuos, adúlteros e invejosos.

No entanto, como registro de sua época, o romance é valioso. Ele retrata uma São Paulo que não existe mais: uma cidade provinciana, em que todos se conhecem, ainda longe de se tornar a megalópole atual. Logo, a Editora Unesp merece aplausos por resgatar essa obra de Antônio de Oliveira, mais um dos inúmeros autores esquecidos da nossa literatura.

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