Cris 26/04/2024Histórias de um centenário“Como Dickens escreveu sobre a França revolucionária - na verdade, sobre todos os lugares e todos os tempos -, os períodos de luz e os períodos de trevas eram tecidos juntos em um calendário eterno, no qual cada pessoa tinha o desafio de encontrar uma maneira honrosa de viver. Charlie apostou seu futuro na luz: ‘Se você for negativo, todo o seu corpo sofre. Uma pessoa negativa desmorona porque o alimento que é fornecido com otimismo não está presente’. Um otimista não nega as trevas. Otimistas como Charlie recusam-se a afundar nelas, se esconder nelas, se render a elas.” Pág. 104
Neste livro, o autor nos conta as memórias de seu vizinho e amigo Charlie, que faleceu com a impressionante idade de 109 anos.
David se mudou para uma cidade do Texas com sua família em busca de uma qualidade de vida melhor. Logo nos primeiros dias, ele conhece Charlie, na época, com 102 anos.
E assim começou uma amizade, em que David se impressionou com a disposição e vitalidade de Charlie, que morava sozinho e era muito independente.
O livro então, é uma biografia, em que conhecemos muito sobre a vida de um homem desconhecido, mas que teve uma vida impressionante. A cada passagem da vida de Charlie, o autor nos leva a refletir sobre o que temos a aprender com ele.
No começo do livro, achei as memórias de Charlie meio lentas, porque o autor traz um panorama histórico da vida nos EUA e no mundo nas épocas em que são narrados os eventos da vida de Charlie. Mas aos poucos, fui me sentindo cada vez mais interessada e impressionada com a sua história.
Charlie viveu num tempo em que não existia rádio, a penicilina ainda não tinha sido descoberta e ele vivenciou grandes períodos históricos como as Grandes Guerras e a Depressão econômica nos EUA. Ele se tornou um médico, e as partes mais interessantes do livro foram as narrativas de como era a prática da medicina na primeira metade do século XX.
O que mais me marcou neste livro foi a simplicidade de um homem que encarou muitos desafios e que enfrentou cada um deles com coragem e leveza.
"No entanto, Charlie parecia extrair tanto prazer ao se lembrar desses enganos, quanto ao se lembrar de seus triunfos. Para ele, erros podem conter virtudes. Eles mostram que estamos fazendo esforço, envolvendo-nos com a vida, ‘na arena’, como diz a frase famosa de Theodore Roosevelt. Outro presidente, Harry Truman, disse: ‘Uma ação imperfeita é melhor do que uma inação perfeita’. Existe uma importância em tomar decisões, certas ou erradas, e seguir em frente. Por outro lado, o perfeccionismo pode, por si mesmo, se tornar um inimigo da vida, paralisando-nos no lugar, enquanto o mundo segue sem nós.” Pág. 191
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