nywphadora 31/12/2023
Depois de 3 livros, a escrita da Alice Dubois nessa série ficou bem manjada. Basicamente, todo final de livro ela põe um mistério pra alavancar um plot twist, antes de encaminhar para o grand finale. É sempre um mistério impossível de você adivinhar, e não porque foi super bem construído, mas porque ela literalmente não deixa pistas desse mistério pelo livro, ela literalmente joga na sua cara no final. E o plot twist desse livro conseguiu ser a coisa mais absurda e sem graça de todas.
A Callie é insuportável nos livros anteriores, e qual foi a solução da autora para nos fazer simpatizar com ela? Mudar a personalidade dela. Do nada, a garota que gosta de cantar para irritar os outros não faz isso uma única vez no livro inteiro, ela perde completamente a segurança e a confiança que ela tinha em si mesma, se tornando uma protagonista cheia de inseguranças e que perde o brilho com uma facilidade extrema. E o modo como ela simplesmente desistiu de tudo no final sem nem lutar não foi para ser a dramática Callie que conhecemos nos livros anteriores, o que teria sido interessante, ela literalmente abriu mão de tudo sem nem tentar.
Parece que foi escrito na pressa de terminar, e digo isso como alguém que já fez isso várias vezes, porque é um livro relativamente curto comparado aos outros, teve uma história com vários momentos que poderiam ter surgido e faltaram, e nem teve tempo de surgir uma química entre a Callie e o duque, porque basicamente é um acontecimento atrás do outro, que aparentemente não podiam ficar de fora.
O pior é que o livro termina e, aparentemente, ela e o pai nunca se reconciliaram, porque ele não dá o menor ar da graça para se perdoarem e terem uma conversa entre pai e filha, que seria super bem-vinda. A gente vê que a relação familiar nesses livros é só entre as irmãs mesmo, e isso que elas nem visitam umas às outras, porque o pai é completamente ausente, e a madrasta é só mais uma personagem secundária.
Um defeito dos livros de Irmãs Wright é que não existe um epílogo, algo que nos dê uma pista do que acontece com as famílias depois. Nos livros anteriores, isso não é tão grave porque houve as continuações, mas sendo o último livro da quadrilogia, simplesmente terminou bruscamente. Não teve um epílogo para despedir dos personagens, para falar como eles ficaram anos depois dos acontecimentos. Nada. Em vários momentos da leitura dos livros tive a sensação de que a Alice se inspirou em alguma coisa ou outra nos livros da Julia Quinn, mas se isso for verdade, ela resolveu não usar os epílogos de Bridgertons como inspiração.
Por mais que as minhas críticas aos livros possam ser duras em alguns aspectos, no geral, eu gostei dos livros. Não pensei que daria uma nota maior a "A escolhida do duque" do que dei a "Prometida ao barão", mas, por incrível que pareça, a Catherine foi mais insuportável do que a Callie em seu livro. "O visconde que odeio" e "O despertar da paixão" continuam sendo os melhores livros