Lina.Ruiz 01/06/2024
Canção dos Deleites
Por onde começo?
Os primeiros parágrafos da história foram uma gangorra em meu cérebro, entre o encanto pelas palavras e a estrutura textual ainda inexplorada por mim. Sem a familiaridade com a escrita de Giu, o começo me deixou cambaleando procurando entender o que tão rápido era fascinante.
A escrita carrega trechos sinestésicos com as referencias a sons, instrumentos e vibrações, mas também com gostos, toques e texturas e cores destacadas como uma protagonista brilhante. Há tropeços aqui e acolá com repetições daquilo que já foi dito, mas nada suficiente para atrapalhar a leitura.
A história iniciou um caminho cativante no meu coração em seus detalhes, as conversas movidas a quitutes e folhados, as gárgulas com nomes que começam com "g", a descrição da magia, e claro, tudo ao redor de música, mas foi o decorrer dos dias de Elena, que eu ansiei por devorar cada pedacinho de cada letra percorridas pelos meus olhos.
As personagens intragáveis alimentadas por venenos humanos, mentira, ódio, inveja, egoísmo e ciúme, foram um especial deleite, afinal, adoro livro de mulher maluca. Também me encontrei em êxtase na linha tênue em cores contrastantes que é o desejo, a atração e o carinho, mas entre todos eles, a obsessão, a necessidade de possuir, de ser o Sol ao redor de planetas humanoides, de ter absoluto controle enquanto a de respirar.
E o final, os últimos capítulos, nossa, era tudo que eu almejava enquanto me aproximava do fim.
Se há um gosto amargo em caminhos iluminados, sempre existirá uma doçura como puro mel, naquilo que for sombrio.