Sobre desistir

Sobre desistir Adam Phillips




Resenhas - Sobre desistir


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Caio380 10/06/2024

Um livro para quem pensa em desistir de algo ou alguém
Como ensina o psicanalista Adam Phillips, "[q]uando desisto, admito o fracasso ou reconheço a perda do desejo, ou a busca pelos prazeres da sabotagem. Porém, seja qual for o motivo, desistir se tornou nessa situação aquilo que busco e quero fazer." (Sobre desistir, 2024, p.28). Desistir é sempre uma forma de agir. Ao negar um caminho, ou melhor, ao desistir de caminhar, não necessariamente abandono o exercício. Na verdade, ao desistir, mudo de caminho. Desistir neste caso, é um desvio de percurso ou uma pausa para o descanso. Além disso, querer desistir é uma forma de reafirmar uma exclusão. A exclusão é uma demanda por reconhecimento. Em outras palavras, podemos nos perguntar se a exclusão é uma forma de reconhecimento? Ou se reconhecimento é uma forma de exclusão? Em termos psicanalíticos, a resposta seria afirmativa para ambas as perguntas. Nas palavras de Adam Phillips, a partir de Freud, com (in)segurança podemos afirmar que: "Nós nos inventamos por meio de nossa própria exclusão" p. 86.

Obs: Favor não desistir de ler esse livro.
Pollycléssio 10/06/2024minha estante
Confesso que acho esse livro "perigoso" para quem já tem dificuldade em persistir nos desafios da vida. Mas imagino que esteja associado à ideia de aprendermos a dizer não quando for necessário. Intrigante...


Caio380 10/06/2024minha estante
Perfeito! Desistir é dizer um basta! É abrir uma janela!




Rodrigo Kimura 08/06/2024

Sobre psicanálise
Talvez um dos melhores livros que já li. Não se trata tanto sobre desistir, apesar do título, mas diria que é uma introdução à reflexão sobre a psicanálise.
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Marcelo 28/05/2024

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
"Sobre Desistir", de Adam Phillips, é uma obra que examina o conceito de desistir sob a ótica psicanalítica. Phillips, um psicanalista e escritor conhecido por suas reflexões sobre a natureza humana, aborda a desistência não como um sinal de fraqueza, mas como uma parte intrínseca e potencialmente valiosa da experiência humana.

O livro explora diversas facetas do ato de desistir, desde a desistência de ambições e relacionamentos até a renúncia a certas crenças e expectativas. Phillips argumenta que, em uma cultura que valoriza a perseverança e o sucesso contínuo, desistir é muitas vezes mal compreendido e estigmatizado. No entanto, ele propõe que desistir pode ser um caminho para a liberdade, permitindo que as pessoas se libertem de imposições externas e internas que não lhes servem mais.

Phillips utiliza uma combinação de exemplos literários, filosóficos e clínicos para ilustrar como a desistência pode abrir novas possibilidades de vida. Ele sugere que, ao desistir de certos ideais ou objetivos inatingíveis, as pessoas podem se reconectar com seus desejos autênticos e encontrar um senso mais verdadeiro de propósito e satisfação.

"Sobre Desistir" desafia a visão convencional de que nunca se deve abandonar uma meta ou sonho. Em vez disso, Phillips convida os leitores a reconsiderar suas percepções sobre desistência e a reconhecer o potencial transformador que pode advir de deixar certas coisas para trás. O livro oferece uma perspectiva rica e matizada sobre como a desistência pode ser um ato de coragem e autodescoberta.
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Mayra.Matteo 26/05/2024

O livro passeia por autores renomados e faz conexões interessantes. Estava animada até a metade, quando retomei foi um pouco mais difícil mas recomendo a leitura.
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Allana.Zene 26/05/2024

Interessante
Eu amei a leitura, comecei em um ritmo frenético, lendo devagar e com muita atenção, porém o livro foi me instigando cada vez mais,admito que da metade pra frente o livro começou a focar incessantemente no Freud, aspecto que me incomodou um pouco, pois comecei a sentir pouca conversa com outros textos e inclusive do autor com a obra, fora isso achei sensacional, a escrita e muito boa e o autor conseguiu fazer uma síntese completa de vários aspectos da desistência e o que a incluem, porém teve um outro ponto que senti falta, falar sobre a desistência em si, isso aconteceu no início, porém ao fim do livro fui percebendo que entraram outros temas em pauta.
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Pablo Paz 18/05/2024

É para isso que a cultura serve - para dominar a perda...
É para isso que a cultura serve - para dominar a perda...

"Ninguém escreve um elogio da desistência, assim como ninguém escreve odes à vergonha. A questão que pretendo abordar não é por que desistimos, mas por que não desistimos. Por que nos interessamos menos por já ter desistido do que por evitar desistir? Como se a desistência não devesse ser refletida previamente, ou como se alcançar sua conclusão lógica levasse apenas e exclusivamente a pensamentos sobre suicídio. O que estamos fazendo a nós e aos outros quando não desistimos (algo que a tragédia está aí para nos ajudar a pensar)? (p. 26)".

Sempre que pensamos em desistir de algo, pessoas ao nosso redor - parceiro afetivo, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, parentes, gente da mesma religião - nos olham com olhos tortos. É porque a desistência numa sociedade que tem a competição e o sucesso como fins em si mesmo é vista por ela como fracasso e, pelo indivíduo que desiste, como derrota, ainda que desistir de algo seja a melhor escolha para salvar-se a si próprio.

Adam Philips, psicanalista britânico, escreveu todo um livro 'sobre desistir', principal ensaio do livro, e o que isso tanto acarreta quanto significa. Suas fontes são o herói trágico, a prática clínica e autores modernos para quem a desistência era tema corrente, em especial Sigmund Freud, Robert Musil, Thomas Mann e Franz Kafka, não à toa todos de língua alemã e que viveram a era dos extremos, entre os finais do século XIX e meados do século XX, entre a Belle Époque e as duas Grandes Guerras.

O livro é um primor: ao invés de autoajuda, oferece-nos todo um repertório conceitual psicanalítico para entendermos e não termos medo na hora de desistir de alguma coisa: 'é para isso que a cultura serve - para dominar a perda' (p. 148). Minhas poucas ressalvas às suas análises, porém referem-se à ausência de um autor gigante, também de língua alemã, de grande valia e potência para abordar o tema: Stefan Zweig (1881-1942), que desistiu da própria vida, suicidando-se em terras brasileiras (Petrópolis - RJ), desgostoso com os rumos da civilização ocidental e do racismo e antissemitismo de sua época.
Marta.Souza 18/05/2024minha estante
li em algum lugar que "tem guerras que se vence , abandonado-as"
não sei quem é autor,mas no contexto que foi colocado
foi sobre relacionamento amoroso.
mas creio que serveria tb pra outros aspectos da vida. e
nunca li tanta vdd


Pablo Paz 18/05/2024minha estante
Concordo plenamente, Marta




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