A Hora dos Ruminantes

A Hora dos Ruminantes José J. Veiga




Resenhas - A hora dos ruminantes


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Archie 05/07/2021

Regionalismos acessíveis
Gosto muito quando um autor traz uma história regionalista sem apelar pra um tom cômico (que não chega) nem com uma coisa impossível de entender. José Veiga faz isso de forma IMPECÁVEL, divertida, lúdica e bem aleatória. A própria sinopse já diz sobre o que acontece, mas entender como a população da cidade lidou com as coisas e os efeitos que causou no cotidiano é que torna a leitura interessante e mega leve. Certamente, tem uma mensagem política por trás, mas isso não tira o fato de que é um livro curtinho e super indico para quem quer ler algo numa sentada e sair da ressaca literária.
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Tina Lilian Azevedo 09/06/2024

Surreal mas realista
História perfeita. Incrível. Angustiante, porém divertida. Fantástica, mas realista. O autor consegue nos envolver nos acontecimentos que abalam a pequena localidade onde se desenvolve o enredo e é difícil parar a leitura. Os acontecimentos mesmo irreais soam como reais pelas reações demasiado humanas dos personagens. O medo do desconhecido. Aos poucos a narrativa vai nos apresentando os moradores e suas peculiaridades. Somos enredados. Leria de novo e daria de presente.
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Juraski 19/11/2019

Agradável Surpresa
Abri o livro sem esperar nada dele. Peguei-o somente porque nada estava fazendo e comecei a bisbilhotar numa estante cheia de livros.
Agradou-me desde a primeira página. O estilo do autor nesta obra é muito agradável e a forma como retrata a vida, as idéias, a cultura, o modo de falar de uma comunidade nos confins do Brasil, na década de 50 é muito interessante.
Durante a narrativa o autor vai criando um clima de suspense tão bem elaborado que mais de uma vez me vi tentado a olhar o final para desvendar o mistério.
A passagem na qual os cachorros invadem a vila é totalmente G. G. Marques.
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Manu 25/01/2013

Apesar de no começo ter achado meio chato, a história ficou mais interessante, o livro conta como uma pequena cidade do interior Manarairema amanhece com um acampamento montado do outro lado do rio.
Os habitantes que são pessoas simples se vê envolvida com pessoas que se diz "civilizada" e que aos poucos vai oprimindo e se sente superiores.
Alguns moradores se curvaram aos estranhos da tapera. Mas uns moradores não deixaram se abater pelo novos vizinhos.
A prosa é bem interiorana e os causos muito interessantes!!!
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Gladston Mamede 07/01/2018

Gosto de A Hora dos Ruminantes, uma história surreal mas com sombras claras sobre a realidade: a invasão do cotidiano, a aceitação por educação ou comodidade, o reconhecimento das coisas simples da vida ("A Amizade é uma estrada de ida e vinda.") que as pessoas esquecem, largam, deixam-se subtrair. Gostei do livro.
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Eric Silva - Blog Conhecer Tudo 23/12/2017

O banal, o estranho e o extraordinário para falar de autoritarismo e coerção
Meu primeiro contato com a obra do escritor goiano José J. Veiga A Hora dos Ruminantes é um livro bastante curioso que mistura o banal, o estranho e o extraordinário. Publicado em 1966, esse livro que é considerado a obra mais importante de Veiga e é também interpretado por muitos estudiosos como uma alegoria sobre os tempos de autoritarismo da Ditadura Militar. Tal interpretação se deve ao seu enredo que aborda entre outros temas o mandonismo e a opressão imposta por um grupo sobre o outro, apesar de José J. Veiga, enquanto em vida, ter discordado desta interpretação de seu livro.

Tudo nesse livro surpreende o leitor atento: a forma como aquelas pessoas causaram estranhamento, curiosidade e desconforto nas pessoas da pequena cidade; o choque cultural que ali se dá e a forma como gradativamente os homens da tapera vão indo além, também coagindo-as, nem sempre de forma direta, nem sempre de forma explícita, mas impondo o medo através do próprio sentimento de terror que o ser humano costuma ter daquilo que é desconhecido ou mal explicado.

Mas o desconforto não se limita a seus personagens e é também transposto para o leitor, que não só se contagia com a curiosidade dos manarairemas como fica atônito com a forma como, com tão pouco, aquelas pessoas são coagidas a fazer o que os forasteiros esperavam delas. Nenhuma ameaça é explícita, nada é concreto ou objetivo, mas ainda assim é para aquelas pessoas algo aterrador pois o medo, a aflição parte dos homens mais corajosos da cidade e ninguém entende o porquê daquele temor.

De todo a todo, A Hora dos Ruminantes encerra em si uma ideia de uma originalidade extrema. O autor pensa o impensável. Nessa obra absurdo e estranho se misturam e ao mesmo tempo não se desligam da realidade cotidiana, pois se comunica com o contexto histórico e social da época – ainda que não seja propriamente o contexto do golpe como o autor tenta justificar –, tecendo críticas nas entrelinhas. Ao mesmo tempo retrata as maneiras das pessoas do interior, pondo em relevo os valores, os costumes, pensamentos e comportamentos da gente humilde das pequenas cidades e dos inúmeros povoados do Brasil rural.
Um livro fantástico!!!

Confira a resenha completa do décimo primeiro livro da Campanha Anual de Literatura do Conhecer Tudo, que neste ano homenageia a literatura do Brasil.

http://conhecertudoemais.blogspot.com.br/2017/12/a-hora-dos-ruminantes-jose-j-veiga.html

site: http://conhecertudoemais.blogspot.com.br/2017/12/a-hora-dos-ruminantes-jose-j-veiga.html
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Clara Vellozo 09/12/2016

Muito bom!
"História original e estranha sem sair da singular estranheza da nossa própria realidade. Ou, o definiu um crítico, um autor que nos faz lembrar o realismo mágico ou surrealista, criando uma realidade bem brasileira, usando o nosso coloquial localista, como se estivesse escrevendo literatura regional."

Como é bom ler a nossa literatura brasileira e melhor ainda quando é um dos seus gêneros preferidos, nesse caso, o Realismo Fantástico. Apesar do autor não considerar a sua obra como tal, a singularidade inventiva de José J. Veiga nos cativa desde os primeiros momentos em que o real e o estranho se misturam. Sua escrita é muito bem elaborada, consegui vislumbrar o que ele descrevia e isso é fundamental para mim enquanto leitora. Um livro que causa uma transformação interior quando você o conclui merece destaque na prateleira.
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Vic 29/08/2016

Realismo Fantástico Brasileiro
No livro A Hora dos Ruminantes, de José Jacinto Veiga, tudo muda na pacata cidade de Manarairema quando visitantes misteriosos chegam e montam acampamento próximo à cidade.
Essa é uma rara obra brasileira em que o realismo fantástico é bem representado. Leitura fácil e gostosa, pode-se devorar esse livro em um dia.
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Pedro 07/04/2016

Manarairema vai mudar. A chegada de misteriosos visitantes, vindos não se sabe de onde, arrepia a pacata cidade de maus presságios. O povo não sabe o que querem os forasteiros, o que fazem, por que não falam com ninguém. Com a intriga instalada, a cidade se vê na iminência do caos. Após a chegada dos visitantes, Manarairema é tomada por uma invasão de cães arruaceiros, aparentemente pacíficos, que deixam a população acuada. Depois, surge uma massa de bois, os ignóbeis ruminantes, sitiando a cidade. Escrito em 1966 pelo sempre genial José J. Veiga, sob a sufocante atmosfera da ditadura instaurada, A Hora dos Ruminantes é o retrato de um Brasil que se repete, acomodando tensões ou simplesmente varrendo-as para além da memória.
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Inlectus 14/02/2016

Bom.
Bem doido, interessante.
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Valnikson 23/01/2016

1001 Livros Brasileiros Para Ler Antes de Morrer: A Hora dos Ruminantes
O goiano José J. Veiga ingressou um pouco tarde na carreira literária, aos quarenta e quatro anos. Ademais, ele logo foi saudado pela crítica e pelo público por sua prosa singular, dotada de questões incisivas aliadas a uma abordagem bastante lírica. Formado em direito sem jamais ter exercido a profissão, foi tradutor e jornalista, trabalhando em diversos veículos impressos, também se destacando como locutor e comentarista no serviço brasileiro da rádio BBC de Londres. A experiência em suportes periódicos trouxe ao texto veiganiano a preocupação em ser simples e direto no trato do escrito lúdico. Considerado o romance mais importante do autor, 'A Hora dos Ruminantes' traz como cenário um lugarejo interiorano fictício cuja população vê sua pacata rotina ser alterada por acontecimentos inexplicáveis. (Leia mais no link)

site: https://1001livrosbrasileirosparalerantesdemorrer.wordpress.com/2016/01/23/52-a-hora-dos-ruminantes/
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jota 16/02/2015

Rumina, ruminante, rumina...
Conhecia José J. Veiga (1915-1999) antes deste livro por sua tradução de Pescar Truta na América, o estranho e engraçado livro de Richard Brautigan, onde coisas acontecem e personagens agem sem um mínimo de lógica.

Agora, lendo seu livro, entendo porque ele traduziu o de Brautigan, com o qual A Hora dos Ruminantes parece dialogar em parte, quando coisas estranhas passam a acontecer na pequena e fictícia Manarairema, uma cidadezinha perdida no interior do Brasil dos anos 1960 (a primeira edição é de 1966).

Diferentemente do livro de Brautigan, que é sobretudo divertido, o humor é um tanto escasso em Veiga, e fica mais por conta das expressões que o povo de Manarairema usa em suas conversas, além de seus costumes, que bem podem ser enquadrados dentro de uma “cultura caipira”, típica do estado natal do escritor, Goiás, mas encontrada também, sob outras formas, em Guimarães Rosa e outros escritores regionalistas.

De volta a Manarairema, primeiro chegam e se estabelecem do outro lado do rio que corta a cidade, uns forasteiros mandões, de poucas palavras e de modos grosseiros. Em nenhum momento fica claro o motivo de estarem ali e seus planos. Mas eles se tornam objeto de todas as conversas em Manarairema, claro. Ecos da ditadura militar implantada no país, opressão?

Depois de alguns dias da chegada dos estranhos a cidade é inundada por uma legião de cachorros, não se sabe vindos de onde, embora muitos acreditem que foram mandados pelos forasteiros. Causam estragos na cidade e deixam a população assustada, aborrecida, enfezada.

Mais enfezada ainda (literalmente atolados em fezes) ficam os habitantes quando, depois de algum tempo, a cidadezinha é novamente inundada, mas desta vez por bois. Se um bando de cachorros incomoda, uma boiada sem fim incomoda mais do que uma manada de elefantes, não?

Do mesmo modo que os cães, depois de muito estrago e algumas mortes, também os bois se vão, sem qualquer explicação. Realismo mágico? Nem pensar, conforme o próprio Veiga diz: “A minha literatura é uma literatura realista: nem fantástica, nem mágica”.

Como diz Antonio Arnoni Prado no Prefácio da edição da Companhia das Letras, a literatura de Veiga é “(...) original e estranha sem sair da singular estranheza da nossa própria realidade.” De fato, a realidade brasileira muitas vezes suplanta a ficção em quilômetros.

Naquele Brasil dos tempos de Veiga ou no Brasil de hoje ocorrem coisas que até Deus duvida: se não, como explicar a recente reeleição de uma mentirosa contumaz como Dilma e a verdadeira adoração que grande parte do povo sente por um falsário feito Lula?

Lido entre 12 e 16/02/2015.
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Aleksander 15/08/2014

Interessante!
A Hora dos Ruminantes, de José Jacinto Veiga, é um romance classificado com traços fantásticos. O enredo se passa em Manarairema, cidade pequena e pacata do interior, e três acontecimentos anormais mudam sua rotina.

Primeiro, pessoas estranhas acampam-se em um terreno próximo à cidade, de onde são vistos e acompanhados com cruiosidade, até certo ponto, em suas atividades. Os homens, como são chamados, são cercados por mistério durante todo o livro. Ninguém sabe de onde eles vieram e para quê vieram. Tampouco se vão ficar fixamente no lugar ou estão apenas de passagem. Chama a atenção seu aspecto e comportamento rude e duro. No entanto, alguns personagens tomam conhecimento mais íntimo de quem eles são e fazem, mas ainda assim tudo se mantém em grande sigilo. Chama a atenção também o comportamento desses personagens, moradores do lugarejo, após terem contato com os homens, denotando estarem, inclusive, sendo vítimas de alguma opressão ou ameaça, que nunca vem a ser explicada.

Em seguida a cidade é acometida por uma invasão de cachorros, atribuída aos "homens da tapera". Esses cachorros a princípio são mal recebidos e causam medo aos moradores. Porém com o passar do tempo passam a ser bem tratados, atitude aparentemente calculada para não gerar qualquer reação destrutiva por parte dos cachorros visitantes.

Por fim, são bois que tomam a cidade. Cobrem todo pedaço de chão, de modo que as pessoas não conseguem nem sair de casa. Toda a fonte de subsistência começa a se escassear nas casas e os moradores por fim já esperam o momento da morte, desalentados, sem esperança alguma que os bois vão deixar a cidade, dado o tempo que já estão lá sem que o cenário se altere.

Em muitos momentos o texto arranca algumas risadas. E aparentemente o livro tenta transmitir uma mensagem, como é dito em algumas análises que o consideram metafórico, alegórico. De fato, na há sentido senão levarmos em conta esse objetivo. E isso pode ser apreendido em muitos trechos, onde a aplicação na política e sociedade de modo geral fica bem evidente, e mais ainda para o período em que o livro foi escrito, a ditadura.
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