NARA DIAS 10/01/2024Vale do Okanagan no CanadáDe um lado temos Helena, brasileira que mora no Canadá desde que casou. Reservada, pintora, tradutora. Depois de um relacionamento onde era agredida verbal e fisicamente por anos, o marido resolve voltar ao Brasil e morar com outra mulher, Helena sente-se abandonada, traída e triste, mora com sua cachorra no lindo Vale de Oklahoma.
Michael, dono de uma revista sobre a região de Oklahoma, ele é triste, viúvo e pai de Liam. Vive para o filho mas se cobra por achar que não tem tempo suficiente para o menino, além de não conseguir administrar a vida de ambos como deveria.
Ambos se encontram no asilo onde Helena faz trabalho voluntário como professora de pintura quando estão visitando a bisavó de Liam. O menino sempre tímido e desconfiado com as pessoas se identifica rapidamente com a solitária pintora, o que faz com que acabem se aproximando.
A trope literária que identifiquei seria slow burn, já que o romance vai se desenvolvendo aos poucos em meio a cura das feridas da alma trazidas por cada um. Michael já está no processo, sua fé o manteve em pé, então ele precisará ajudar Helena primeiramente a conseguir se abrir e depois a ser curada.
Os trechos onde a protagonista se entregava de corpo e alma a suas pinturas foi envolvente, bem como quando ela confiou e desejou que Michael conhecesse seu espaço de criação, tão sagrado.
Já que o que mais me afligiu foram os momentos em que ela queria ficar sozinha, mesmo sofrendo com o silêncio, mas acima de tudo os momentos que foi agredida pelo ex-marido que retorna insistindo por levar um pedaço da casa na qual não tinha mais direito.
Recomendo para quem se identifica com os assuntos sensíveis abordados e gosta de livros que nos tragam esperança.
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