Eduardo.Weiland 04/12/2022Mais uma obra prima de VerneOs Náufragos do Jonathan conta a história de Kaw-djer, homem de origem europeia que, sendo anarquista e contrário a toda forma de governo, resolve se isolar do resto do mundo e viver entre os indígenas da patagônia. É ele que consegue salvar o navio Jonathan da destruição entre rochedos perto do Cabo Horn, mas o navio acaba por perder a sua mastreação e, incontrolável, termina encalhando na desabitada ilha Hoste.
O navio transportava colonos de várias nacionalidades para estabelecerem uma nova vida na África. O governo Chileno, sabendo do naufrágio, propõe tornar a ilha Hoste independente, e permitir que os passageiros do Jonathan estabeleçam aí um novo país. A proposta é aceita, mas, sem nenhum plano ou organização, os colonos logo se acham perdidos. Recorrem, então, ao Kaw-djer, que, muito contra a própria vontade, assume o governo da ilha.
Sob sua direção, a nova nação cresce e se desenvolve, tornando-se um importante porto comercial para as rotas marítimas da região. O Kaw-djer consegue ver nisso o lado bom da humanidade, que, com trabalho duro e dedicação, foi possível criar uma comunidade feliz e próspera. Mas nem tudo correu às mil maravilhas. Intrigas e desavenças entre os moradores, invasão por tribos indígenas guerreiras, corrida pela febre do outro, invasão da ilha por milhares de mineradores, ganância, guerra, morte, fome. Tudo isso mostra ao Kaw-djer o pior lado da humanidade, e ele vê o trabalho de sua vida quase ser destruído devido às fraquezas do ser humano.
Por fim, cansado de tanta violência, e vendo-se no papel daqueles que sempre desprezou, o Kaw-djer decide novamente se isolar da humanidade, mudando-se para o rochedo mais meridional do cabo Horn, onde vive o resto dos seus dias sozinho, mas em paz consigo mesmo.