Tayla Olandim 08/01/2011
Bruxas, Humor inteligente e... Feegles!
"Era assim que funcionava. Sem nenhuma magia. Mas, daquela vez, tinha sido magia. E não deixava de ser magia só porque você descobria como tinha sido feito...".
A ideia central do livro é bem simples.
É a história de Tiffany Dolorida, uma bruxa nascida no Giz (uma das muitas terras do Discworld), algo que deixa outra bruxa, Senhorita Perspicácia Carrapato extremamente incomodada, afinal, o Giz não é um bom lugar para uma bruxa nascer, giz é muito úmido, muito mole e frágil, bruxas precisam de rochas mais sólidas e resistentes para se formarem.
Tiffany ainda não sabe que é uma bruxa (Desconfiar e desejar, sim, saber, não), mas, mesmo assim, armada apenas de um livro sobre doenças de ovelhas, uma frigideira de ferro e de seus próprios poderes ainda adormecidos, ela terá que enfrentar a Rainha do Reino das Fadas quando essa invade seu mundo e sequestra seu irmãozinho. Seria impossível, é claro, se ela não tivesse a ajuda dos concelhos da Senhorita Perspicácia, de um sapo muito inteligente e principalmente dos Nac Mac Feegles, terríveis e incrivelmente fortes criaturinhas que não fazem mais nada além de brigar, beber, roubar e brigar mais um pouco.
A trama do livro não é das mais originais, afinal, o que é mais normal do que uma sétima filha bruxa e lutar contra a Rainha/Rei do Mundo das Fadas em busca de um irmãozinho perdido? Essa é a trama de um zilhão de histórias! Mas a forma com que esta trama, já tão utilizada, é narrada, cheia de comentários inteligentes, engraçados e até filosóficos, faz com que Os Pequenos Homens Livres se destaque e seja um livro incrível!
A leitura foi super gostosa, fluída e não teve nenhum momento em que a história deu aquela desanimada e em que o livro ficou cheio de encheção se linguiça - que, por causa das atuais preferências das editoras norte americanas em relação ao tamanho do livro, é algo que tende a acontecer com vários livros de ficção lá dos esteitis. Tanto o universo do Discworld quanto os personagens são incríveis e cheios de personalidade. Maurício ainda é o meu favorito da série de livros mais "infantis" do Pratchett (talvez por ser o primeiro livro que li dele), mas Os Pequenos Homens Livres é um livro incrível cheio de passagens memoráveis e que me deixou muito interessada nas outras histórias sobre a pequena Tiffany Dolorida, a Senhorita Carrapato, a Dona/Vovó Cera do Tempo e, é claro, os Nac Mac Feegles.