Isabella Pina 27/03/2021Caras, que viagemEu nunca tinha lido nada do Riley Sager, apesar de ter um livro na estante, mas resolvi começar por esse porque eu amo o tema casas assombradas (sou 100% apaixonada na antologia feita pelo Mike Flanagan pra Netflix).
A parte inicial do livro é perfeita para estabelecer o clima de terror que a gente sempre espera de um livro desse gênero.
A história é dividida entre capítulos de um infame livro sobre uma casa ainda mais infame, conhecida como Baneberry Hall, escrito pelo pai de Maggie, a protagonista, que recentemente faleceu, enquanto também acompanhamos a protagonista lidando diretamente com o luto e com os mistérios que cercaram sua vida desde o momento em que seus pais abandonaram Baneberry Hall na calada da noite, jurando jamais voltar lá. Maggie está focada em finalmente esclarecer as suas dúvidas sobre o que realmente aconteceu nessa casa, já que seus pais nunca quiseram falar sobre o assunto.
É a partir daí que vemos a protagonista passar seu verão na casa, acompanhada por acontecimentos esquisitos e que guardam uma semelhança assombrosa com o que seu pai relatou no livro que até então, ela jurava ser pura ficção.
O autor sabe escrever de uma maneira leve e, ainda assim, consegue deixar todas as situações tensas, com o leitor atento só esperando um desastre acontecer. É difícil não ficar curioso, igual à Maggie, sobre o que diabos tem na Baneberry Hall.
Sobre os personagens, confesso que eu não liguei muito pra nenhum deles - Maggie é quem obviamente tem mais aprofundamento, mas mesmo assim senti certa superficialidade em sua personalidade (principalmente no início da história, ela esbanja uma superioridade em relação aos outros enquanto se isola que é enervante em alguns momentos). Isso não faz a história perder o charme, devo admitir, porque pra mim é um daqueles casos onde você fica mais curiosa pelo passado da casa do que pelo futuro dos personagens.
Dito isso, e apesar de eu gostar da escrita do autor, tinha cenas levemente cringe que deixavam bem claro que quem escreveu aquilo era um homem tentando ser descontruído, mas só arranhando a superfície dos problemas sociais (e por mim era algo que podia ter sido retirado da edição, já que não acrescenta algo na história).
O final da história é bem fechado e, como esperado, guarda alguns plot twists (um especificamente me fez parar a leitura e refletir sobre que diabos tinha acontecido). Ainda que algumas coisas sejam óbvias na resolução do mistério, eu me surpreendi com as conclusões, mesmo que não tenha sido um fechamento que me fez apaixonar 100% pelo livro.
Num geral eu adorei a experiência, e espero ler mais livros do Riley Sager em breve, porque livros de terror são tudo.
RATING: quatro lustres com fiação ruim