Um engano de Maigret

Um engano de Maigret Georges Simenon




Resenhas - Um Engano de Maigret


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Carol 15/06/2022

Um livro que me surpreendeu positivamente. Não esperava muito dele e ainda assim fiquei presa à história, sempre querendo saber mais, seguindo os passos do comissário para saber quem tinha cometido o assassinato e o porquê. Uma leitura muito interessante e que mostra como e até quanto poder um ser humano pode exercer sobre outro.
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Maltenri 20/07/2011

“Um Engano de Maigret”, escrito por Georges Simenon em 1953, é um romance policial clássico: um assassinato, um mistério e um detetive prodígio para tentar solucionar o caso. A diferença entre este livro e outros do gênero é que Simenon não cria um enigma complicado, apesar das várias possibilidades apresentadas no decorrer da trama, e sim uma solução simples e elegante.

O livro é fácil de ser lido. O autor usa um estilo simples, recheado de diálogos rápidos, evitando longas descrições ou longas explicações, de forma a acelerar ainda mais a leitura. Nem por isso o autor negligência a criação de uma atmosfera densa e pesada: muito pelo contrário, o leitor é imerso desde o começo num ambiente pesado. Simenon utiliza o clima e especialmente os contrastes entre ricos e pobres de uma mesma cidade para pintar um quadro sombrio, pouco amistoso.

O Comissário Maigret, personagem clássico do gênero policial, diferencia-se dos detetives do gênero. Ao contrário da rapidez e da capacidade de dedução lógica da maioria, Maigret prefere levar o caso aos poucos, sem apressar nada. Usa de seu instinto para guiá-lo na sua investigação. Nem por isso deixa a lógica de lado: ao invés de procurar soluções mirabolantes, procura por incongruências nos depoimentos e situações.

Outra situação particular é que Maigret é comissário de polícia, um dos cargos mais importantes no escalão da Polícia Francesa. Pode então utilizar-se da máquina corporativa para auxiliá-lo: tem assistentes, usa investigadores para fazer tocaias, usa de seu poder para forçar pessoas a prestarem depoimento e pede o auxílio constante da perícia e de legistas. Pode-se dizer que é um precursor das múltiplas séries americanas atuais onde a policia investiga um crime num episódio de cerca de uma hora.

No frigir dos ovos, é um livro interessante, que garante diversão e reflexão para solucionar o livro. É breve, portanto, ideal para algumas situações. No entanto, Simenon tenta lançar um debate sobre quem imputar a culpa pelo crime: se uma pessoa incitar um crime, pode ela ser culpada também? Este debate tem ramificações até os dias de hoje (por exemplo, a legitimidade de uma agressão física em resposta a uma agressão moral). Georges Simenon começa o debate sem porém dar nenhum argumento a favor ou contra, só mencionando que, naquela época, a justiça não poderia julgar o incitante, deixando esta tarefa para a moral.
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