O Retrato

O Retrato Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Retrato - Vol. 1


78 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Felipe.Leonin 29/06/2018

Mestre em criar personagens
Mais leve que os seus antecessores da saga "O Tempo e o Vento", mas sem perder a genialidade de, com personagens vivos e inesquecíveis, tratar sobre fatos históricos, política, filosofia, cultura, religião...
comentários(0)comente



Fábio Valeta 29/08/2017

Terceiro livro da saga de Érico Verissimo sobre o Rio Grande do Sul. Nesse volume, o século XIX fica para trás e a modernidade avança para Santa Fé a passos largos, ao mesmo tempo em que a cidade enfrenta problemas antigos como líderes tirânicos e ausência da lei (ou pelo menos de uma lei que sirva para todos).

Os personagens também mudam, Bibiana e o Dr. Winters, protagonistas do livro anterior dão espaço à Rodrigo Terra Cambará, que personifica algumas das qualidades e defeitos de alguns de seus antepassados. Mulherengo e impulsivo como o seu bisavô homônimo ao mesmo tempo que defende ardorosamente seus ideais igual ao pai embora, assim como acontecia com Licurgo no volume anterior, parte dessa defesa apaixonada seja de boca para fora: prega o fim da tirania mas age ele mesmo como um tirano; fala de virtudes e “bons costumes” até que uma mulher lhe sorria sedutoramente e assim por diante.

A forma do livro também se altera, e ao invés de vários anos, toda a ação desse volume se passa em poucos meses e tem como pano de fundo a eleição presidencial de 1910, quando Hermes da Fonseca derrotou Rui Barbosa em um pleito permeado de fraudes descaradas, como acontecia em todas as eleições do período.

A história se mantém interessante, e deixa várias pontas soltas para o próximo volume. Justamente por isso, o livro parece carecer de um clímax. Há uma constante ameaça de um conflito direto entre a família Cambará e o Intendente Titi Trindade, mas pelo menos por enquanto, fica-se apenas na ameaça. Veremos com a situação avança no próximo volume.
comentários(0)comente



Cinthya4 25/06/2017

O Retrato vol. 1 vai contar a história do Rodrigo Terra Cambará após ele se formar e retornar à Santa Fé. Gostei do Rodrigo no começo, recém-formado, idealista, sonhador, com vontade de mudar o mundo. Mas ele é falho, é contraditório, meio que “filhinho de papai” e minha admiração por ele diminuiu bastante. O livro não tem muita ação, mas tem bastante política o que deixou a história bem interessante.
comentários(0)comente



Natalie Lagedo 27/04/2016

Gerações passam e a figueira permanece na praça da Matriz. Ela representa a tradição dos costumes, que se sustenta apesar do desenvolvimento de Santa Fé, que no início do século XX já contava com trem, telefones e outras tecnologias. Assim como o vento, a árvore está presente nos momentos mais importantes da cidade.

No primeiro volume de O Retrato a personagem principal é Rodrigo Cambará, filho de Licurgo, protagonista do último tomo de O Continente, e bisneto de Bibiana Terra Cambará e do Capitão Rodrigo, seu homônimo.

O porte realista e prático das mulheres da família é marca registrada nessa saga. Neste livro, fica a cargo de Maria Valéria representar tal característica do clã. Aos poucos a belicosidade desenfreada dos homens, que era utilizada como demonstração primeira de serem "macho sem por cento", é substituída pelo engajamento político apaixonado e intelectual.

A história começa quando Rodrigo já é o senhor do Sobrado, casado com Flora Quadros e pai de família. Nesse contexto se mostra admirador do Estado Novo e funcionário de Getúlio Vargas. No entanto, seu filho Eduardo é simpático pela figura de Prestes e comunista convicto. Ainda que possuindo ideais marxistas, tem receios de índole burguesa (como o advento da reforma agrária) que o envergonham frente à causa revolucionária.

Depois de introduzir essa passagem há uma volta no tempo para o período em que Rodrigo regressou de Porto Alegre à Santa Fé recém-formado em Medicina e ganancioso por mudar o mundo. Funda o periódico oposicionista intitulado A Farpa, no qual defende abertamente a República Civilista com a eleição de Rui Barbosa como Presidente do Brasil em prejuízo de Hermes da Fonseca.

A partir desse ponto o desenrolar da trama navega ora por mares de sangue, ora mostrando as ideologias em voga na época. Rodrigo é um republicano civilista, enquanto os Trindade apoiam a república militarista; o Coronel Jairo é um positivista que idolatra Comte e acredita que a Sociologia é o antídoto para todos os venenos da humanidade; Pepe García é um revolucionário anarquista leitor voraz de Bakunin que discorda radicalmente dos princípios "burgueses e cristãos" que moldam os atos do protagonista mas o ajuda somente pelo prazer de ir contra o governo; já o Tenente Rubim é um niilista nietzschiano, para quem tudo vale se for em favor do Übermensch.

Diante de tudo o que li, O Retrato pode ser resumido no sentimento de desilusão pelo qual passou o país quando sua república ainda dava os seus primeiros passos.
comentários(0)comente



Luis 25/10/2015

Rio Grande, Rio Imenso.
Érico Veríssimo é subestimado. Nunca entendi muito bem o motivo. Qualquer estudante secundário, dos muitos que hoje estão envolvidos no ENEM, tem no mínimo uma noção das obras de José de Alencar, Machado e Jorge Amado, autores praticamente obrigatórios no currículo das escolas, mas, o que dizer do velho escriba gaúcho ? Sem favor nenhum, tão importante quanto os demais citados, porém bem menos incensado.
O primeiro tomo de “O Retrato” (Companhia das Letras,2004) inaugura a segunda parte da maior saga da literatura brasileira : A trilogia “O Tempo e o Vento”, composta ainda por “O Continente “ (primeira parte, em dois volumes) e “O Arquipélago” (capítulo final, publicado em três livros).
A história aqui é retomada a partir de trajetória do personagem Rodrigo Terra Cambará, filho de Licurgo e bisneto do famoso Capitão Rodrigo, um dos protagonistas de “O Continente”, que, inclusive, propiciou a publicação de um volume em separado com o longo trecho extraído da obra original, “Um Certo Capitão Rodrigo”. De um modo geral, sempre que se remete à obra, as atenções recaem quase que exclusivamente sobre a parte inicial, sendo que mesmos as adaptações cinematográficas ou televisivas privilegiam esse aspecto, outro fator que pode ter levado ao efeito colateral de ter eclipsado as narrativas posteriores da trilogia. Uma pena.
A ação, que na primeira parte é centrada nas lutas gaúchas do século XIX, agora avança até 1910 (após uma breve introdução até 1945, descortinando um flash sobre o futuro da trama, melhor explorado nos volumes seguintes) flagrando a divisão política da pequena Santa Fé, fragmentada entre os partidários da candidatura Hermes da Fonseca e os civilistas, que apoiavam Rui Barbosa. Rodrigo, médico recém formado na capital, volta para sua cidade natal a fim de se estabelecer como figura de proa na sociedade local. Para isso, além de montar farmácia e consultório, funda um jornal para fazer oposição aos poderosos da cidade, ferrenhos hermistas. Rodrigo simboliza a transição entre a espontaneidade ruralista, com os instintos do homem amalgamado à natureza, e a racionalidade urbana, supostamente civilizada, expressa pelo estofo cultural adquirido pelo personagem em sua longa estada fora de casa. As contradições e convergências entre essas duas vertentes, o tempo todo pontuam as atitudes do jovem médico e são, sem sombra de dúvida, o grande trunfo do romance.
Esse é o mote para que Veríssimo siga na construção da gigantesca catedral bibliográfica que levou cerca de quinze anos para erguer.
Talvez, o amplo painel da história Rio Grandense assuste aos leitores menos dispostos, afeitos à onda light da arte (?) mais facilmente digerível. Pode não ser o único, mas provavelmente é um dos principais motivos para o relativo esquecimento a que Érico Veríssimo é relegado.
No próximo dia 28 de novembro, completam-se 40 anos da morte do escritor. Uma efemeridade que, embora não venha sendo lembrada pela imprensa ou pela academia, poderia ser o marco zero para uma justa revalorização de uma obra fundamental tanto literária quanto historicamente, resistente ao tempo e aos ventos da modernidade.
Tânia 21/07/2018minha estante
Concordo muito com você sobre essa falta de valorização das obras de Érico. Pra mim, junto com Guimarães Rosa, são os maiores e melhores escritores brasileiros.




Newton Nitro 29/04/2015

Obra prima!
De volta ao micromundo da cidade de Santa Fé, Érico Veríssimo desenha um panorama da mentalidade da elite gaúcha no começo do século XX. Uma continuação fantástica da melhor e mais perfeita trilogia de romances da literatura brasileira, de cabeça não consigo pensar em nenhum conjunto de obra semelhante. Érico Veríssimo refina cada vez mais a sua prosa, que a partir desse livro se moderniza com o uso de ponto de vista narrativo de terceira pessoa limitada dentro de introduções oniscientes. A mistura de história e ficção continua maravilhosa, a contextualização histórica um primor.

O Dr. Rodrigo Cambará, o protagonista de O Retrato (que logicamente taça um paralelo à obra de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray) é uma daquelas criações ímpares da literatura, um personagem complexo, hipócrita ao mesmo tempo que heróico, sensualista ao mesmo tempo que busca conciliar a tradição com a modernidade, uma identidade em conflito porém com momentos de auto-confiança absoluta alternando com momentos de rejeição profunda de si mesmo.

A unidade de espaço, tempo, história e ficção é de um primor tremendo, dá para sentir na pele as questões políticas da época, o coronelismo (ou caudilhismo do sul), as eleições fraudilentas, a campanha civilista. Outro tems explorado a fundo nesse primeiro volume é o crescente aparecimento de rachaduras e transformações na cultura machista do sul com o advento dos avanços culturais, políticos e tecnológicos, transformações que acontecem por meios muitas vezes violentos.

A trama é genial, como é o normal na obra de Veríssimo, rápida, com drama suficiente para prender a leitura página por página. Estou completamente apaixonado pelo Érico Veríssimo, completamente assombrado com a precisão e elegância de sua prosa. Mais que recomendado, 5 estrelas, uma nota que suspeito darei para todos os livros dessa obra prima da nossa literatura.
comentários(0)comente



Geraldo 03/04/2015

Rio Grande do Brasil
Segunda parte, desta trilogia que retrata brilhantemente o cotidiano dos gaúchos no começo do seculo 20.
No primeiro capitulo, Erico coloca vários personagens, se interligando nas cenas, todos comentando sobre a família Terra Cambará que vive em um sobrado, fazendo fofoca, comentando da saúde de alguns integrantes da casa. Até que sabem que Rodrigo Terra Cambará, neto da incrivel personagem Bibiana Terra Cambará, está nas ultimas, pois sofreu um infarto. No capitulo seguinte é mostrado, a vida desse Rodrigo, todas as suas aventuras com seu irmão Bio. O leitor nesse momento sabe o real sentido do título do livro: O Retrato.
Nasci numa cidade chamada Pilar do Sul, essa cidade foi uma colonia, parada pra comer dos tropeiros, que iam vender suas mercadorias em Sorocaba. Me identifico plenamente com essa obra, cada historia, personagem que entra, verifico que existem ou já existiram nessa minha cidade.
Vale muito a pena se deliciar com esses personagens tão peculiares.

CAPA: 10,0
PERSONAGENS: 10,0
DIAGRAMAÇÃO: 10,0
NARRATIVA: 10,0
CENÁRIOS: 10,0
DIÁLOGOS: 10,0
ENREDO: 9,0

NOTA FINAL: 9,8
comentários(0)comente



Lili 05/02/2015

O Retrato - parte 1
A segunda parte da trilogia “O tempo e o Vento” traz em seu primeiro tomo uma história tão envolvente quanto a primeira, mas totalmente diferente.

Na ficção nos deparamos com Rodrigo Terra Cambará, bisneto homônimo do personagem mais cativante da primeira parte, O Continente. O personagem tem atitudes contraditórias o tempo todo, o que me despertou sentimentos igualmente contraditórios. Em um primeiro momento, parecia que eu estava diante de uma versão melhorada do bisavô, com a mesma alegria de viver, a mesma personalidade vibrante, mas sem a mesma truculência do antepassado. Ao longo da narrativa, me decepcionei algumas vezes com o personagem, que se mostrou em vários momentos fraco de caráter, volúvel, vaidoso em excesso e “idealista no mau sentido”. Não que Rodrigo seja de todo mau, mas a visão inicial do herói se dissolve com várias de suas atitudes, tirando um pouco do brilho que a primeira impressão me trouxe.

No contexto histórico percebemos como o Brasil ainda não tinha uma democracia forte (e talvez até hoje não tenha), como a violência ainda era muito mais significativa do que as ideias e como as pessoas levavam as discussões políticas até as últimas consequências (talvez isso seja realidade ainda hoje também). O próprio Rodrigo é totalmente contra a violência, mas somente até que discordem dele, ocasiões em que ele se torna tão autoritário quanto seus inimigos.

Achei a leitura bem mais leve do que a do Continente (apesar de ambas serem igualmente fluidas) e tão interessante quanto. O livro gira totalmente em torno de Rodrigo Terra Cambará, mas traz mais alguns coadjuvantes especiais, como seu irmão Toríbio, o amigo Don Pepe García e seu pai, um Licurgo amadurecido, ponderado e cerne da família. A história pode inclusive ser lida de maneira independente da primeira parte, pois só traz algumas referências a personagens e fatos anteriores (só pra deixar quem leu com mais saudade).

Vamos ao segundo tomo! =)
comentários(0)comente



Laura Bernardes 10/02/2014

O Tempo e o Vento - O Retrato Vol. 1 - Erico Verissimo (Companhia das Letras)
O que tenho a dizer? Só mais uma continuação incrível de O Continente. O jeito que Erico Verissimo escreve é tão envolvente, tão encantador, que é difícil não se apaixonar pelos livros. Eu já conhecia um pouco a história d'O Continente, mas não fazia ideia do que se tratava O Retrato, e gostei muito do rumo que a história tá tomando, amo poder acompanhar a evolução de um povo e de uma família.
Não preciso nem dizer que a arte do livro é linda, todos os desenhos e etc. Companhia das Letras fez um ótimo trabalho! Louca pelos próximos!
comentários(0)comente



Mariana 30/10/2013

como lamento não resenhar assim que acabo uma leitura.
Se você tem dúvidas se inicia ou não essa trilogia, eu já adianto que não irá se arrepender. Do primeiro ao último livro, história do mundo se mescla com as histórias dessa família encantadora, e junto com tudo isso você também vai se envolver e vai ler sem ver.
comentários(0)comente



Beto 18/10/2013

A saga continua....
Rodrigo, filho do Ligurgo, bisneto do Capitão Rodrigo Cambará, protagonista do livro e oposto ao bisavô, não na bravura, mas nas atitudes, o mundo mudou, as atitudes mudaram, a cultura começou a povoar o nosso cotidiano, claro que foi uma evolução para melhor, pois povo culto tem mais discernimento nas atitudes, embora ainda estamos engatinhando, pois precisaremos de mais mil anos para evoluir.
"Rodrigo sempre tivera orgulho desse antepassado quixotesco. E, por aqueles campos que ele agora via da janela do trem em movimento, na certa passara um dia o Capitão Rodrigo Cambará, montado no seu flete, de espada à cinta, violão a tiracolo, chapéu de aba quebrada sobre a fronte altiva. De certo modo ele simbolizava a hombridade do Rio Grande, uma tradição - achava Rodrigo - que as gerações novas deviam manter, embora dentro dum outro ambiente. "
comentários(0)comente



Erika 16/07/2013

Ótimo
Comecei a leitura da segunda parte da trilogia O Tempo e o Vento com uma tristeza no coração. Me envolvi demais com a Ana Terra, Capitão Rodrigo, Bibiana, personagens que tiveram suas histórias já desenroladas na primeira parte, O Continente. Mas nesse livro me aparece Rodrigo Terra Cambará, bisneto do Capitão Rodrigo. E tudo muda de figura. Além das descrições históricas dos acontecimentos político-econômicos do Rio Grande do Sul, mais uma geração da família Terra Cambará é retratada na saga. O “herói” Rodrigo, assim como seus antecedentes, é encantador. Bonito, inteligente, educadíssimo, financeiramente bem sucedido. Quer mudar o mundo, ajuda os pobres e os amigos, é amoroso com a família. Mas, como qualquer ser humano, também tem seus defeitos. Extremamente vaidoso, adora ser admirado por todos, têm pavio curto (legítimo Cambará!), teve inúmeras amantes, apesar de aparentemente amar sua esposa (tô falando, sangue Cambará! Aliás, ser adultério era perfeitamente normal na época...). Ao redor dele, muitos personagens, todos com suas histórias interessantíssimas. O livro tem o poder de manter o leitor preso, assim como os anteriores, além de ser uma breve aula de história.
comentários(0)comente



Gláucia 05/07/2011

O Retrato Vol.1 - Erico Verissimo
Primeiro volume da segunda parte da saga O Tempo e o Vento, narrada agora sob o ponto de vista de Rodrigo Cambará, neto do Capitão Rodrigo, abrange o periodo histórico de 1910 a 1945, passando pelas duas grandes guerras e pela Era Vargas. Uma ótima maneira de se estudar História.
comentários(0)comente



78 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6