Isabella Pina 30/01/2014Uma graça de história, personagens e, principalmente, escrita.Eu já tinha lido um livro da Jenny, O verão que mudou a minha vida (resenha), mas, como não tinha gostado muito, não guardei muitas expectativas para Shug.
E não é que o livro me surpreendeu pela sua fofura e simplicidade? Sim, o livro conta o dia-a-dia de uma menina normal, mas ao mesmo tempo, quando a conhecemos melhor, vemos que nada é tão simples ou normal assim. Além dela, os outros personagens que vão soltando suas camadas e, com isso, certas impressões que tínhamos viram apenas isso: impressões, sem significado.
Shug é uma menina de doze anos, alta para a idade, com várias sardas, sem peito, bem longe do que ela gostaria de ser e do que crê que os meninos gostam. Ao contrário dela, temos sua irmã mais velha, Celia, que está prestes a ir para a faculdade, e sua mãe, que, segundo a própria Shug, possuem uma elegância e beleza natural que ela simplesmente não tem. Também há o pai de Shug, um executivo que quase nunca está em casa, por isso nem vê direito as filhas crescerem, deixando a tarefa com a mãe de Shug, que tem uma tendência a apelar para o álcool.
E olha, é impossível não acabar gostando, mesmo que um tiquinho só, de Shug. Não sei vocês, mas eu também nunca fui uma pessoa extrovertida, ou bonita, ou simplesmente elegante. Era simplesmente normal, e eu queria mais do que aquilo, então eu entendi bem o que Shug passa no livro. Pra ajudar isso, ela começa a gostar do melhor amigo, Mark, que não retribui. Além disso, ela tem que aturar Jack, um menino irritante, mas que no fundo, é alguém simplesmente bagunçado, com uma família esquisita como a dela própria.
Jenny Han me surpreendeu muito com a escrita nesse ponto. Narrado pela protagonista, é mesmo como se houvesse uma garota de doze anos nos contando uma história, sem no entanto soar idiota ou infantil demais. E o mais legal é que Jenny não ficou apenas no básico, o que seria apenas o romancezinho do livro, e sim procurou se aprofundar no que era realmente problemático, como os vários problemas da casa de Shug que, por mais que fossem escondidos, ainda existiam.
Shug é um livro simples. É fofo. Mas te toca de uma maneira diferente. De um jeito que faz você suspirar e pensar em como você era com 12 anos, mesmo que tenha sido pouco tempo atrás. Além disso, a família é um assunto muito falado no livro, então é impossível não parar um pouco e pensar nela também. É um livro bonitinho, com um toque a mais, o que torna ainda mais válido a sua leitura.
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