O Amor

O Amor Dominique Fernandez



Resenhas - O Amor


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Carol 16/12/2011

Tive muitíssimas dificuldades de ler este livro. A principal foi a linguagem, que em vários momentos achei rebuscada demais e acabava por me deixar confusa. Outra característica que dificultou a leitura foi um certo excesso de descrições do autor. Por exemplo, o Franz reformava órgãos. Nas partes em que a reforma era descrita, o autor relatava os nomes das madeiras usadas, o processo de preparação das substâncias, detalhes técnicos sobre a música que seria tocada no órgão, e por aí vai. Deve haver alguém que goste de tal nível de detalhamento, mas para mim foi muito cansativo. No início até procurei saber palavras que não entendia, mas desisti depois de tanto trabalho. Penso agora que deve ser uma leitura mais interessante para quem tenha conhecimentos técnicos sobre Arte.

Outra questão incômoda foi o Romantismo. Se tem uma escola que detesto, é esta. Nem sempre foi assim, mas hoje estou num ponto da minha vida em que começo a bocejar só de começar a pensar nos ideais românticos. Os Nazarenos tinham um comportamento totalmente anacrônico, o que não me incomodaria caso não tivessem todos aqueles rituais e simbolismos. Sabe quando uma coisa soa desncessária? Então. Mas fiquei imaginando como seria divertido hoje em dia se um grupinho de adolescentes decidisse que tudo deveria voltar a ser como nos anos 90 e saísse pela rua com as calças quase na altura do peito e cantando Backstreet Boys. Os Nazarenos deviam ser meninos muito chatos, mas corajosos na mesma proporção. Foi muito interessante saber da existência de um grupo tão mal visto na história da Arte, o que é um ponto positivo do livro.

Friedrich, o protagonista. O autor tentou fazer uma ligação entre suas pinturas tão "certinhas" (e com pouco carisma) e a criação burguesa do rapaz. A ideia era: "olha, ele queria tanto a precisão no traço porque foi criado num ambiente de disciplina, contabilização de cada centavo e muita ordem". Bem legal, se isso não aparecesse em uma a cada duas frases. Toda hora era um tal de "oh, preciso da precisão" e "oh, como não entendo aqueles que aspiram ao infinito, ao impreciso!",que ficou chato.

Mesmo na minha ignorância artística, tenho minhas preferências. Estas são pelas obras menos exatas, que desafiem minha percepção e me apresentem algo novo sempre que as vir. Deste modo, seria óbvio eu adorar o personagem de contraponto ao Friedrich, Franz. Não é que até isto o Dominique estragou? Franz Pforr foi uma das criaturas mais insuportáveis que já conheci em livros, com toda aquela negação da carne e aspiração a um amor ideal. Mais uma vez: detesto o Romantismo.

E o tal do amor? Bem, a parte homossexual da história foi uma surpresa até positiva, já que nada acontecia. Aí Dominique criou a batalha "amor puro x amor físico" que se estendeu ad eternum. Obviamente, sofri. Também não entendi quais sentimentos o Friedrich mantinha pela Elisa.

Só para deixar meu sofrimento mais claro: passei quatro anos tentando ler este livro. Tentei mais uma vez este ano e devo ter passado mais de seis meses na luta. Deve funcionar para alguém, mas para a pessoa que sou, não é o livro certo. Mas consegui! Vim, li, venci!
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