Eunice 16/07/2023
“O ponto de virada é quase imperceptível para quem está se transformando”.
Em “Ponto de Virada”, Monja Coen traz relatos de experiência sobre a crise sanitária de 2020, trazendo outras perspectivas, desta vez noticiosas, sobre uma das maiores crises que esse mundo já conheceu. Enquanto disserta sobre a crise do coronavírus, ela aborda “o ponto de virada” como sendo condição na qual tudo e todos como conhecemos pode mudar, a partir do processo de iluminação (não necessariamente ligada a prática budista, mas sim, como um despertar pessoal que acontecerá dada a necessidade da mudança).
Neste ínterim, ela aborda a sua experiência como Monja no mosteiro, no Japão. Uma vez introduzido o tópico de suas vivências no mosteiro, voltaremos a ele, vez em sempre, enquanto abordamos as problemáticas da pandemia e as questões mais intimistas da Monja. Os capítulos seguintes mesclam-se a temática principal do livro “qual é o ponto de virada? Como a pandemia nos mostra esse ponto? Como ele se manifestará para alguns e outros?” E seguimos sob essa temática, esbarrando em relatos de experiência da Monja em sua infância e adolescência.
Sem dúvidas, uma leitura aprazível para quem se interessa por livros com essa temática, sobretudo, escritos pela Monja, ao qual teve um crescimento considerável nas redes enquanto disseminadora de ensinamentos e práticas budistas de forma mais simplista (em alguns momentos, assemelha-se um discurso de autoajuda, sem intenção de converter ou “ganhar” seguidores para a prática budista). Gostei da leitura, mas admito que ela me causou enfado em muitos momentos. Por mesclar relatos de experiência com conceitos, memórias, reflexões, tudo em um looping, de forma não linear, me perdi em alguns momentos e precisei de uma pausa para refletir e só então, retornar.
Foi uma leitura aprazível. Apenas.